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26/01/2006 - 12h05

Grupo extremista Hamas vence eleições legislativas palestinas

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da Folha Online

O grupo extremista palestino Hamas conquistou a maioria absoluta nas eleições legislativas palestinas desta quarta-feira, informaram membros do próprio Hamas e do partido governista Fatah.

Após o anúncio, o primeiro-ministro palestino, Ahmed Korei, renunciou ao cargo.

O resultado contraria as expectativas pela permanência do Fatah no poder. Ontem pesquisa de boca-de-urna indicava que o Fatah teria conquistado 58 cadeiras do Parlamento, contra 53 do Hamas.

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Garoto palestino segura bandeira do Hamas; grupo venceu eleições legislativas palestinas
Segundo o Hamas, o grupo conquistou 75 das 132 cadeiras do novo Parlamento. O Fatah afirma que o grupo extremista obteve 70 cadeiras-- número que já seria suficiente para garantir ao Hamas a maioria no Parlamento.

O Fatah controla a atual assembléia, compostas por 88 membros. A nova lei eleitoral reformulada pelo presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Mahmoud Abbas, aumentou o número de cadeiras para 132.

Nas eleições desta quarta-feira, 66 legisladores foram escolhidos por distrito e outros 66 por uma lista nacional.

A participação foi alta na votação, quase 78% do 1,3 milhão de eleitores compareceram às urnas. Mais de 13 mil policiais foram destacados para garantir a segurança nos postos eleitorais. Não houve registro de incidentes.

Resultados

Os resultados-- ainda não-oficiais-- apontam que o Hamas venceu em quase todos as 16 seções eleitorais na Cisjordânia e em Gaza, particularmente no distrito de Jerusalém, onde o grupo teria conquistado as quatro cadeiras reservadas a muçulmanos no Parlamento. Outras duas cadeiras são reservadas a legisladores cristãos.

De acordo com os resultados parciais, o Hamas obteve as nove cadeiras reservadas ao distrito de Hebron, quatro das cinco cadeiras em Ramallah e a maioria das cadeiras em Nablus, Jenin, Qalqilyah, Tulkarem e Salfit.

Na faixa de Gaza, o Hamas conquistou todas as cadeiras no norte, na Cidade de Gaza e no distrito de Dir al Balah. O grupo ficou com quatro das cinco cadeiras em Khan Yunis. A quinta cadeira ficou com Mohammed, do Fatah, que conquistou a maioria das cadeiras em Rafah.

O resultado oficial deve ser divulgado às 19h (15h de Brasília) desta quinta-feira.

Negociações

Seguidores do Hamas foram às ruas para celebrar a vitória. Em Rafah, ao sul de Gaza, partidários do grupo atiravam para o alto e entregavam balas para comemorar o resultado. Outros buzinavam e acenavam com bandeiras do movimento pelas janelas dos veículos.

Um governo do Hamas, sem o Fatah atuando como força moderada, prejudicaria os esforços de Abbas para a retomada das negociações de paz com Israel. O grupo extremista-- que realizou dezenas de ataques contra israelenses e prega a destruição do Estado de Israel---se opõe às negociações e se recusa a abandonar as armas.

O legislador do Fatah Saeb Erekat afirmou nesta quinta-feira que seu partido não deseja fazer parte de um governo controlado pelo Hamas. "Nós formaremos uma oposição e reestruturaremos o partido", afirmou.

No entanto, Nabil Shaath, outro membro do Fatah, disse que seu partido tomará uma decisão a respeito até o final do dia.

Reação

Autoridades israelenses se recusaram a comentar a vitória do Hamas, mas altos membros da segurança israelense se reuniram nesta quinta-feira para discutir os resultados. O primeiro-ministro interino, Ehud Olmert, marcou uma reunião com membros do governo, que deve acontecer hoje.

A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, afirmou nesta quinta-feira que a posição dos EUA em relação ao Hamas "não mudou", apesar de o grupo ter vencido as eleições palestinas. Os EUA e a Europa consideram o Hamas uma organização terrorista.

"Como já dissemos, não é possível manter um pé na política e outro no terrorismo. Nossa posição em relação ao Hamas não mudou", afirmou Rice por videoconferência no Fórum Econômico Mundial, que acontece na Suíça.

Rice admitiu que as eleições "foram justas" e tiveram "alta participação".

O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, qualificou a vitória do Hamas como um resultado "muito, muito ruim."

Com agências internacionais

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