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29/01/2006 - 13h50

Charges do profeta Maomé provocam protestos de muçulmanos

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da Efe

Governos, clérigos e deputados de países muçulmanos protestam contra a Dinamarca devido a charges publicadas na imprensa do país com caricaturas do profeta Maomé como um terrorista.

A OCI (Organização da Conferência Islâmica), integrada por 57 países, pediu em comunicado que os muçulmanos protestem pacificamente contra o governo dinamarquês por não ter "condenado categoricamente" a publicação dos desenhos.

O secretário-geral da OCI, Ekmeledin Ihsanoglu, não descartou neste domingo a possibilidade de a organização apresentar uma queixa à Assembléia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre a questão.

Em setembro do ano passado, o jornal dinamarquês "Jyllands-Posten" publicou 12 charges sobre Maomé, reproduzidas há poucos dias por um diário norueguês. Em uma delas, o profeta aparecia com uma bomba sobre o turbante.

"Tentaremos conseguir que a ONU adote uma resolução que proíba qualquer ação de blasfêmia contra as religiões", disse Ihsanoglu.

Segundo ele, a OCI, com sede na Arábia Saudita, "colocará em funcionamento um plano para enfrentar a campanha contra os valores do Islã, que caricaturaram de forma feia o profeta Maomé".

O Islã não permite representações de Maomé, mesmo que seja uma imagem respeitosa, pois considerar que pode levar à idolatria.

A Arábia Saudita, o berço do Islã, denunciou as charges contundentemente e chamou seu embaixador na Dinamarca para consultas.

O conflito já começou a ter conseqüências econômicas para as empresas dinamarquesas nos países árabes.

Depois de enfrentar um boicote dos consumidores sauditas, a companhia dinamarquesa de alimentação Arla anunciou na última sexta-feira que publicaria um comunicado na imprensa saudita se distanciando da polêmica sobre as charges.

A Arábia Saudita é o cliente mais importante da Arla no Oriente Médio, onde vende dois terços de suas exportações à região.

Ontem, parlamentares do Kuait pediram a seu governo que tomasse medidas diplomáticas e econômicas contra a Dinamarca, elogiando os comerciantes do país que decidiram boicotar os produtos dinamarqueses.

Parlamentares do Bahrein também convocaram o boicote de produtos dinamarqueses e noruegueses.

Produtos lácteos dinamarqueses foram queimados na última sexta-feira no Bahrein, e os protestos contra as charges aparecem em mensagens de texto enviadas para os celulares pedindo o boicote de produtos desses países.

O jornal bareinita "Gulf Daily News" publicou hoje que os blocos islâmicos Al Asal e Al Menbar convocaram seus seguidores para, na próxima sexta-feira (3 de fevereiro), depois da prece do meio-dia, protestar e condenar as caricaturas.

Representantes de todos os blocos parlamentares do Bahrein assinaram um pedido urgente para que aconteça uma reunião especial para tratar o assunto das charges.

Um dos deputados, Mohamad Khalid Mohamad, pediu aos cidadãos que parem de comprar produtos desses dois países até que os dois governos peçam desculpas.

"Que importa se os negócios no Bahrein serão afetados, o Islã é muito mais importante que qualquer outra coisa", disse Mohamad.

O Ministério das Relações Exteriores do Bahrein apresentou um protesto formal à embaixada da Dinamarca em Manama, afirmando que "rejeita categoricamente a conduta desrespeitosa e anti-religiosa [das duas publicações] que ofendeu as emoções de árabes e muçulmanos de todo o mundo".

No Iêmen, o Parlamento condenou a publicação das charges e pediu à Liga Árabe e à OCI que exijam desculpas dos governos dinamarquês e norueguês, além de sanções para as duas publicações.

No emirado de Dubai, um dos sete reinos que formam os Emirados Árabes Unidos, um erudito muçulmano disse que todos os governos muçulmanos deviam chamar seus embaixadores na Dinamarca para consultas e boicotar os produtos do país.

"Estas charges são provocativas e saíram de mentes doentes e pessoas irresponsáveis", disse o xeque Ahmad Abdul Aziz al Haddad.

Especial
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