Publicidade
Publicidade
07/02/2006
-
15h24
da Folha Online
A polícia afegã matou quatro manifestantes nesta terça-feira em protestos contra a publicação de charges do profeta Maomé em jornais europeus, que provocaram uma profunda crise entre países muçulmanos e ocidentais.
Policiais abriram fogo contra uma multidão que tentava invadir uma base das tropas de paz da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) que abrigava soldados noruegueses, matando quatro pessoas.
Ao menos nove pessoas já morreram devido às violentas manifestações ligadas à publicação das charges-- uma na Somália, uma no Líbano e sete no Afeganistão.
Tropas britânicas foram enviadas à cidade de Maymana (noroeste) para garantir a segurança na área, depois que manifestantes atacaram a base da Otan com tiros e granadas.
"A polícia foi obrigada a abrir fogo. Algumas pessoas tentavam causar distúrbios e prejudicar a segurança", afirmou Azim Hakimi, porta-voz do Departamento de Segurança da Província. "Algumas pessoas usavam armas." Além dos quatro mortos, outras 18 pessoas ficaram feridas.
Capital
Na capital Cabul, policiais utilizaram cassetetes para dispersar uma multidão, que atirava pedras contra o escritório da missão diplomática dinamarquesa, perto do prédio do Banco Mundial.
A segurança foi reforçada nas últimas 24 horas em Cabul, que reúne cerca de 3.000 diplomatas estrangeiros.
Mais de 3.000 manifestantes atiraram pedras contra prédios do governo e contra uma base das tropas de paz italianas em Herat (oeste), sem deixar feridos. Cerca de 5.000 pessoas entraram em confronto com a polícia em Pulikhumri (norte de Cabul), danificando janelas e veículos, segundo a polícia.
Paquistão
Milhares de manifestantes realizaram protestos no noroeste do Paquistão, perto da fronteira com ao Afeganistão, nesta terça-feira.
Cerca de 5 mil muçulmanos fizeram uma passeata em Peshawar, que é governada por uma coalizão islâmica formada por diversos grupos pró-Taleban. [grupo extremista islâmico deposto por uma coalizão liderada pelos EUA no final de 2001, que controlava mais de 90% do Afeganistão].
Os protestos no Paquistão foram os maiores desde o início da controvérsia.
Ao menos 10 mil pessoas se manifestaram em Dacca, capital do Bangladesh, e dezenas de milhares foram às ruas na capital da Nigéria, Abuja. Em Srinagar, na Índia, policiais atiraram bombas de gás lacrimogêneo para dispersar os centenas de manifestantes, ferindo ao menos seis pessoas.
Irã
No Irã, dezenas de estudantes islâmicos se aglomeraram em frente à Embaixada da Dinamarca em Teerã com pedras nas mãos. Cerca de 20 pessoas conseguiram escalar o muro do prédio, onde uma árvore foi incendiada.
Protestos também ocorreram no Egito, Iêmen, em Gaza, no Azerbaijão e na Croácia-- mais recente país a aderir à onda de protestos contra as charges, publicadas pela primeira vez em um jornal dinamarquês em 30 de setembro.
As caricaturas foram reproduzidas em jornais da África do Sul, Alemanha, Austrália, Bulgária, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, França, Fiji, Holanda, Hungria, Iêmen, Itália, Japão, Jordânia, Malásia, Nova Zelândia, Noruega, Polônia, Suíça e Ucrânia.
A tradição islâmica proíbe a reprodução de imagens de seus profetas.
Veja abaixo cronologia da polêmica desencadeada devido à exibição das charges:
30.set.2005
O jornal dinamarquês "Jyllands-Posten" publica 12 charges do profeta Maomé
20.out.2005
Embaixadores muçulmanos reclamam ao premiê dinamarquês
10.jan.2006
O jornal norueguês "Magazinet" republica as charges
26.jan.2006
A Arábia Saudita retira seu embaixador e boicota produtos dinamarqueses. O tablóide jordaniano "Al Mehwar" publica as charges
30.jan.2006
Homens armados atacam o escritório da União Européia em Gaza, exigindo um pedido de desculpas
31.jan.2006
O jornal dinamarquês pede desculpas
1º.fev.2006
As charges são publicadas nos periódicos "Die Welt" (Alemanha), "France Soir" (França), "La Stampa" (Itália), "El Periódico" (Espanha) e "Volkskrant" (Holanda)
2.fev.2006
A revista semanal jordaniana 'Shihan' publica três charges. O premiê dinamarquês tenta acalmar os ânimos aparecendo na TV árabe. Três jornais suíços publicam as charges
3.fev.2006
Corte da África do Sul proíbe a publicação das charges. Protestos na Embaixada da Dinamarca em Londres. Manifestantes atacam uma igreja cristã no Paquistão. Uma das charges é publicada no jornal irlandês "The Star"
4.fev.2006
Os jornais "Philadelphia Inquirer" (EUA) e "Courier Mail" (Austrália) publicam uma das charges. Manifestantes incendeiam as embaixadas de Dinamarca, Suécia, Noruega e Chile em Damasco. Protestos começam no Afeganistão
5.fev.2006
O consulado dinamarquês em Beirute é incendiado. Protestos ocorrem na Nova Zelândia e no Egito
6.fev.2006
Protestos em quatro cidades indonésias, Viena, Istambul e Bancoc. Jornais de Ucrânia, Bulgária e Romênia publicam as charges. Protestos deixam ao menos cinco mortos.
Com agências internacionais
Leia mais
Estudantes egípcios protestam contra Dinamarca e Noruega no Cairo
Protesto por charges de Maomé atingem representações italianas
Dinamarca multiplica esforços diplomáticos em crise por charges
Saiba mais sobre os protestos contra caricaturas de Maomé
Especial
Leia o que já foi publicado sobre as charges de Maomé
Protestos contra charges do profeta Maomé deixam 9 mortos
Publicidade
A polícia afegã matou quatro manifestantes nesta terça-feira em protestos contra a publicação de charges do profeta Maomé em jornais europeus, que provocaram uma profunda crise entre países muçulmanos e ocidentais.
Policiais abriram fogo contra uma multidão que tentava invadir uma base das tropas de paz da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) que abrigava soldados noruegueses, matando quatro pessoas.
Reuters |
Manifestante segura exemplar do Alcorão em protestos contra charges em Hebron |
Tropas britânicas foram enviadas à cidade de Maymana (noroeste) para garantir a segurança na área, depois que manifestantes atacaram a base da Otan com tiros e granadas.
"A polícia foi obrigada a abrir fogo. Algumas pessoas tentavam causar distúrbios e prejudicar a segurança", afirmou Azim Hakimi, porta-voz do Departamento de Segurança da Província. "Algumas pessoas usavam armas." Além dos quatro mortos, outras 18 pessoas ficaram feridas.
Capital
Na capital Cabul, policiais utilizaram cassetetes para dispersar uma multidão, que atirava pedras contra o escritório da missão diplomática dinamarquesa, perto do prédio do Banco Mundial.
A segurança foi reforçada nas últimas 24 horas em Cabul, que reúne cerca de 3.000 diplomatas estrangeiros.
Mais de 3.000 manifestantes atiraram pedras contra prédios do governo e contra uma base das tropas de paz italianas em Herat (oeste), sem deixar feridos. Cerca de 5.000 pessoas entraram em confronto com a polícia em Pulikhumri (norte de Cabul), danificando janelas e veículos, segundo a polícia.
Paquistão
Milhares de manifestantes realizaram protestos no noroeste do Paquistão, perto da fronteira com ao Afeganistão, nesta terça-feira.
AP |
Manifestantes queimam bandeira dos EUA em protesto contra charges na Cisjordânia |
Os protestos no Paquistão foram os maiores desde o início da controvérsia.
Ao menos 10 mil pessoas se manifestaram em Dacca, capital do Bangladesh, e dezenas de milhares foram às ruas na capital da Nigéria, Abuja. Em Srinagar, na Índia, policiais atiraram bombas de gás lacrimogêneo para dispersar os centenas de manifestantes, ferindo ao menos seis pessoas.
Irã
No Irã, dezenas de estudantes islâmicos se aglomeraram em frente à Embaixada da Dinamarca em Teerã com pedras nas mãos. Cerca de 20 pessoas conseguiram escalar o muro do prédio, onde uma árvore foi incendiada.
Protestos também ocorreram no Egito, Iêmen, em Gaza, no Azerbaijão e na Croácia-- mais recente país a aderir à onda de protestos contra as charges, publicadas pela primeira vez em um jornal dinamarquês em 30 de setembro.
As caricaturas foram reproduzidas em jornais da África do Sul, Alemanha, Austrália, Bulgária, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, França, Fiji, Holanda, Hungria, Iêmen, Itália, Japão, Jordânia, Malásia, Nova Zelândia, Noruega, Polônia, Suíça e Ucrânia.
A tradição islâmica proíbe a reprodução de imagens de seus profetas.
Veja abaixo cronologia da polêmica desencadeada devido à exibição das charges:
30.set.2005
O jornal dinamarquês "Jyllands-Posten" publica 12 charges do profeta Maomé
20.out.2005
Embaixadores muçulmanos reclamam ao premiê dinamarquês
10.jan.2006
O jornal norueguês "Magazinet" republica as charges
26.jan.2006
A Arábia Saudita retira seu embaixador e boicota produtos dinamarqueses. O tablóide jordaniano "Al Mehwar" publica as charges
30.jan.2006
Homens armados atacam o escritório da União Européia em Gaza, exigindo um pedido de desculpas
31.jan.2006
O jornal dinamarquês pede desculpas
1º.fev.2006
As charges são publicadas nos periódicos "Die Welt" (Alemanha), "France Soir" (França), "La Stampa" (Itália), "El Periódico" (Espanha) e "Volkskrant" (Holanda)
2.fev.2006
A revista semanal jordaniana 'Shihan' publica três charges. O premiê dinamarquês tenta acalmar os ânimos aparecendo na TV árabe. Três jornais suíços publicam as charges
3.fev.2006
Corte da África do Sul proíbe a publicação das charges. Protestos na Embaixada da Dinamarca em Londres. Manifestantes atacam uma igreja cristã no Paquistão. Uma das charges é publicada no jornal irlandês "The Star"
4.fev.2006
Os jornais "Philadelphia Inquirer" (EUA) e "Courier Mail" (Austrália) publicam uma das charges. Manifestantes incendeiam as embaixadas de Dinamarca, Suécia, Noruega e Chile em Damasco. Protestos começam no Afeganistão
5.fev.2006
O consulado dinamarquês em Beirute é incendiado. Protestos ocorrem na Nova Zelândia e no Egito
6.fev.2006
Protestos em quatro cidades indonésias, Viena, Istambul e Bancoc. Jornais de Ucrânia, Bulgária e Romênia publicam as charges. Protestos deixam ao menos cinco mortos.
Com agências internacionais
Leia mais
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alvo de piadas, Barron Trump se adapta à vida de filho do presidente
- Facções terroristas recrutam jovens em campos de refugiados
- Trabalhadores impulsionam oposição do setor de tecnologia a Donald Trump
- Atentado contra Suprema Corte do Afeganistão mata 19 e fere 41
- Regime sírio enforcou até 13 mil oponentes em prisão, diz ONG
+ Comentadas
- Parlamento de Israel regulariza assentamentos ilegais na Cisjordânia
- Após difamação por foto com Merkel, refugiado sírio processa Facebook
+ EnviadasÍndice