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17/02/2006 - 17h39

Parlamento palestino toma posse no sábado sob controle do Hamas

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da France Presse, em Ramallah (Cisjordânia)

O Conselho Legislativo Palestino, controlado pelo movimento islâmico Hamas, será empossado neste sábado (18) pelo presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Mahmoud Abbas, que pede que o grupo radical honre todos os acordos existentes com Israel.

O movimento extremista, que defende a destruição de Israel e participou das eleições legislativas pela primeira vez, tirou o Fatah do poder, obtendo 74 das 132 cadeiras, contra 45 do partido de Abbas.

Depois de o novo parlamento entrar em função --o segundo empossado pela ANP desde 1994--, Abbas passará a responsabilidade da formação de um novo governo ao primeiro-ministro eleito pelo Hamas.

Tudo leva a crer que o escolhido será Ismail Haniyeh, que é considerado um líder pragmático.

A abertura do novo parlamento será feita na sede da ANP em Ramallah, o que significa que os líderes do Hamas em Gaza, proibidos por Israel de viajar à Cisjordânia, terão de participar do evento através de videoconferência.

Acordos de paz

Embora Abbas deva reforçar em seu discurso o compromisso de retomar as negociações de paz, Israel planeja implementar uma série de medidas econômicas contra a ANP, como limitar o número de trabalhadores palestinos e de bens que entram em Israel, além de congelar a transferência de fundos provenientes dos impostos --cerca de US$ 50 milhões por mês-- de produtos importados que trafegam por ser território.

Haniyeh condenou os planos de Israel como sendo "parte da política de repressão, terrorismo e punição coletiva contra seu povo".

Já a ministra de Relações Exteriores de Israel, Tzipi Livni, disse que, assim que o novo parlamento tomar posse, o governo israelense vai considerar a ANP "uma entidade terrorista".

O Hamas já escolheu um porta-voz para o parlamento, Aziz Duweik, professor de geografia em Hebron, no sul da Cisjordânia.

Em seu discurso, Abbas deve pedir com firmeza que o novo governo honre os acordos com Israel, incluindo os acordos de Oslo de 1993, que são rejeitados pelo movimento islâmico.

Abbas também pedirá respeito ao plano de paz internacional elaborado pelo Quarteto (União Européia, Estados Unidos, Rússia e ONU) e lançado em 2003, que prevê a instalação de um Estado palestino ao lado de Israel.

Diplomacia

No início do mês, o presidente russo, Vladimir Putin, surpreendeu Washington e enfureceu Israel ao convidar o Hamas para uma visita a Moscou, proposta que depois recebeu o apoio da França.

O ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse que seu país pretende trabalhar com os líderes do Hamas na esperança de que o grupo radical se torne parte legítima do processo de paz entre israelenses e palestinos.

Já Israel vem procurando apoio internacional para isolar o Hamas, a menos que o grupo abandone a violência e reconheça o seu vizinho.

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