19/02/2006 - 17h19

Protestos marcam funeral de manifestantes mortos na Líbia

da Efe, em Roma

A cidade de Benghazi, no norte da Líbia, foi neste domingo palco de novos enfrentamentos entre manifestantes e a Polícia durante os funerais dos 11 mortos na última sexta-feira, durante um protesto em frente ao consulado da Itália, informou a imprensa italiana.

Os choques começaram na estrada que leva ao cemitério e depois se estenderam a outras áreas da cidade, segundo indicou a televisão italiana Sky TG24, sem mencionar feridos.

Também houve distúrbios nas proximidades do consulado italiano, a única legação ocidental na cidade e que tinha sido desocupada na sexta-feira, depois que vários manifestantes tentaram invadi-la em protesto contra a publicação das caricaturas do profeta Maomé.

A imprensa italiana cita testemunhos líbios que indicam que também hoje várias dezenas de pessoas marcharam em direção ao edifício, embora o embaixador italiano na Líbia, Francesco Trupiano, tenha declarado à Sky TG24 que essa informação "não pôde ser confirmada".

Outras fontes da embaixada italiana disseram, por sua vez, que o consulado de Benghazi foi alvo de outra tentativa de invasão na noite passada, mas que a polícia teria conseguido conter os manifestantes.

A maior parte do pessoal da representação diplomática foi transportada para a capital líbia, enquanto o cônsul geral, Giovanni Pirrello, permanece em uma residência do Governo em Benghazi.

Os incidentes da última sexta-feira, que acabaram causando a morte dos 11 manifestantes, provocaram a renúncia do ministro italiano para as Reformas, Roberto Calderoli, depois que ele foi responsabilizado pelos protestos ao aparecer na televisão com uma camiseta impressa com uma das polêmicas caricaturas do profeta Maomé.

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