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11/03/2006 - 09h54

Tribunal Penal Internacional anuncia morte de Slobodan Milosevic

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da Folha Online

O ex-presidente da antiga Iugoslávia, Slobodan Milosevic, 64, foi encontrado morto em sua cela neste sábado, no Tribunal Penal Internacional (TPI) para a ex-Iugoslávia, em Haia, na Holanda, informou o tribunal em um comunicado.

23.jul.1997/Reuters
O ex-presidente da antiga Iugoslávia, Slobodan Milosevic
"Milosevic foi encontrado sem vida em sua cama, em sua cela na unidade de detenção", informou o tribunal, segundo a agência de notícias Reuters. "Um guarda alertou imediatamente o oficial da unidade e o médico, que confirmou que Milosevic estava morto."

O tribunal informou que a polícia holandesa foi chamada e deve começar uma investigação. A necropsia de Milosevic foi requisitada e a família já foi informada, segundo o comunicado.

Milosevic sofria de problemas no coração e de pressão arterial elevada, que interromperam repetidas vezes seu julgamento pelas acusações de genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra por seu papel nos três conflitos da antiga Iugoslávia na década de 90, que deixaram mais de 250 mil mortos: Croácia (1991-1995), Bósnia (1992-1995) e Kosovo (1998-1999).

O julgamento de Milosevic havia começado em fevereiro de 2002. Ele se defendia das alegações de que apoiava e mesmo ordenava o uso da força e da violência pelas forças sérvias dizendo que não era responsável pelas ações das forças militares.

O Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia foi estabelecido pela resolução 827 das Nações Unidas, em maio de 1993. Sediada em Haia (Holanda), a corte é o primeiro organismo internacional para crimes de guerra desde Nuremberg (Alemanha) e Tóquio (Japão), após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

"Limpeza étnica"

Milosevic, partidário da noção de supremacia sérvia, propôs em 1990 --quando era dirigente do Partido Comunista da Iugoslávia-- o fim do modelo federativo e o sistema "um homem, um voto". Eslovenos e croatas discordaram, uma vez que os sérvios eram maioria.

Foi o primeiro passo rumo ao racha que se consumaria dois anos depois. A Macedônia seguiu o exemplo.

Nas regiões da Bósnia-Herzegóvina e em Kosovo, no entanto, os sérvios eram minoritários. Em 1992, foi realizado um plebiscito em que ambas optaram pela independência. A Sérvia intercedeu e passou a apoiar milícias que se entregaram à eliminação física de muçulmanos. Foi a "limpeza étnica".

A Guerra da Bósnia fez ao todo 250 mil mortos, em atrocidades cometidas pelas forças envolvidas --sérvios cristãos ortodoxos, croatas católicos e bósnios muçulmanos.

O massacre de Srebrenica --cidade da Bósnia em que sérvios assassinaram 8.000 homens e meninos muçulmanos, em julho de 1995, e a maior atrocidade cometida na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-45). O genocídio foi orquestrado pelo ex-líder político dos sérvios da Bósnia Radovan Karadzic e por seu braço-direito militar, Ratko Mladic.

Em 1995, foram firmados os Acordos de Dayton, que deu origem a uma missão de manutenção da paz conhecida como Sfor--a força de manutenção da paz da Otan (aliança militar ocidental) na Bósnia.

Milosevic foi derrubado em outubro de 2000 por um levante popular depois de ter perdido as eleições para a Presidência da Iugoslávia --e ter se recusado a aceitar a derrota.

Com agências internacionais

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