28/03/2006 - 09h49

Judeus radicais anti-sionistas tentam evitar votação em Israel

da Efe, em Jerusalém

Judeus ortodoxos anti-sionistas radicais tentam evitar que membros de sua comunidade votem nesta terça-feira nas eleições parlamentares israelenses.

Por enquanto, não há notícias de distúrbios nos colégios eleitorais dos dois principais centros da ortodoxia judaica: os bairros de Mea Shearim, Sanedria e Bnei Israel, em Jerusalém, e a localidade de Bnei Brak, nas proximidades de Tel Aviv.

Os extremistas que tentam limitar as votações pertencem às correntes de Satmar e Neturei Karta (Guardiães da Cidade), que renegam o Estado de Israel e o sionismo, movimento nacional judaico, pois dizem acreditar que a redenção do povo hebreu virá com a, segundo sua crença, futura chegada do Messias.

Centenas de ativistas da corrente de Satmar espalhados por muitas das mais de 8.000 zonas eleitorais tentam convencer seus correligionários a não exercerem seu direito, "pois não há em quem votar", segundo Omer Itzhok Weis, membro da comunidade.

Mas, em contrapartida, cerca de 5.000 estudantes rabínicos foram mobilizados por seus professores para incentivar os eleitores da comunidade a ir em massa às urnas.

Ao contrário dos radicais, coerentes com seu ideário e apoiados economicamente por seus correligionários residentes nos Estados Unidos, os partidos ortodoxos minoritários, também anti-sionistas, participam do jogo democrático.

Entre os grupos da minoria ortodoxa que participam do pleito está a Associação dos Guardiães da Torá (Shas), que costuma ser apoiada por grande parte dos judeus procedentes dos países árabes (sefaraditas).

Ao contrário de outros grupos religiosos, o Shas já controlou ministérios. Segundo as pesquisas, a legenda pode obter 11 cadeiras na Knesset no pleito desta terça-feira. Já os ortodoxos de origem européia podem ganhar cinco ou seis cadeiras com os votos dos disciplinados membros de sua comunidade.

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