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20/04/2006 - 21h41

Cresce o comércio ilegal de armas na América Latina

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da Ansa, em Santiago

A Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais (Flacso) denunciou um grande aumento de armas leves e pequenas na América Latina e Caribe e pediu aos Estados Unidos uma coordenação multilateral para ajudar a superar o problema.

O secretário geral da Flacso, Francisco Rojas, explicou à Ansa que a desigualdade, a desesperança e a quase ou total ausência do Estado em certos lugares específicos facilitam a proliferação de armas ilegais, cujo número de mortes em confrontos particulares equivale ao das guerras, exceto no caso colombiano.

Brasil, Venezuela, Colômbia e os países da América Central são os principais atingidos pelo comércio ilegal de armas.

Segundo Rojas, as carências em termos sociais fazem com que alguns cidadãos sintam que "não há nenhuma chance de reverter a situação, pelo qual surge a raiva como motor essencial da violência".

Rojas revelou que diante deste problema surgem perguntas sobre os temas ligados à privatização da segurança e ao papel do Estado na sua regulação. "Se o Estado é fraco e a polícia corrupta, como ocorre em muitos países da região, se acaba recorrendo à segurança privada, seja com a compra de armas para se defender ou, no caso dos delinqüentes, que as usam porque esta é a única forma de obterem recursos", afirmou.

O especialista lidera o "Projeto de Armas Pequenas e Leves: uma ameaça à segurança hemisférica", que visa gerar conhecimento e reconhecer legislações e boas práticas que limitem o acesso às armas, o que faz com que o Estado recupere o maior monopólio frente a elas e tenha mais controle.

"Isto também requer uma melhor coordenação entre o Estado e a empresa privada para analisar a situação e melhorar as capacidades de gestão institucional", explicou.

O diretor da Flacso no Chile, Claudio Fuentes, concorda com Rojas e acredita na necessidade urgente de investigar a estrutura de como se comercializam as armas e, a partir disso, qual é o mercado para elas e quais os produtores.

Fuentes também concorda que há um vínculo entre o comércio ilegal de armas e as condições sociais.

"Não é automático que a pobreza maior implique em maior violência, mas, se as pessoas se sentem frustradas em relação ao Estado, que não lhes garante uma segurança mínima, isso condiciona uma violência extrema. (...) Combater o comércio ilegal de armas implica um sério desafio de coordenação multilateral, pois exige o esforço conjunto entre os países para evitar esse tráfico e limitar o seu uso. As Nações Unidas começam a defender este tipo de iniciativa".

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