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24/07/2006 - 21h54

Saiba mais sobre o grupo extremista libanês Hizbollah

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da Folha Online

Fundado no Líbano em 1982 após a invasão israelense, o Hizbollah é um influente grupo islâmico que conta com um braço político e outro armado [terrorista], conhecido como Resistência Islâmica.

O Hizbollah --cujo nome vem da associação das palavras "Hizbu" (partido) e "Allah" (Deus)-- nasceu com o objetivo de criar uma república islâmica, inspirado pelo sucesso da revolução iraniana. A idéia, entretanto, foi abandonada posteriormente e o grupo começou a direcionar seus esforços para o combate à ocupação israelense.

Em maio de 2000, em parte em razão das bem sucedidas ações de seu braço armado, o Hizbollah conseguiu alcançar um de seus principais objetivos. Naquele mês, o Exército de Israel foi forçado a pôr fim à ocupação de mais de duas décadas no sul do Líbano.

As fazendas de Chebaa, entre as fronteiras do Líbano, Síria e Israel, são os únicos territórios que o Estado israelense não abandonou quando retirou suas tropas do sul do Líbano após 22 anos de ocupação.

Embora Israel considere as fazendas de Chebaa como pertencentes ao território sírio, o Líbano as reivindica como próprias.

O grupo extremista também apóia e serve de inspiração para as facções armadas palestinas que combatem as forças israelenses na faixa de Gaza e na Cisjordânia.

A retórica política do movimento libanês é centralizada na destruição do Estado de Israel, considerando que toda a região da antiga Palestina é uma terra ocupada e que Israel não tem o direito de existir.

O grupo também adotou a tática de seqüestrar reféns ocidentais por meio de várias células independentes de atuação.

Apoio islâmico

Aliado do Irã, que o apóia econômica e politicamente, o Hizbollah mantém ainda estreitos laços com a Síria. Liderado pelo xeque Hassan Nasrallah, o grupo é hoje mais do que uma simples guerrilha antiisraelense, pois chegou a se constituir como um grupo político solidamente implantado na sociedade e na vida política libanesa, tendo inclusive representação parlamentar.

Para os xiitas, que representam 35% da população libanesa, o Hizbollah é, acima de tudo, um bastião político.

O grupo tem uma significativa milícia regular no sul, foco de tensão entre os partidos nacionais libaneses, pois alguns consideram que o braço armado do Hizbollah deveria se incorporar ao Exército regular libanês, enquanto outros defendem a manutenção da atual situação.

O Hizbollah angariou a atenção do mundo com o atentado que matou 241 marines americanos e 58 pára-quedistas franceses em Beirute, no dia 23 de outubro de 1983.

Em 1996, após uma operação israelense contra alvos da organização libanesa, Hizbollah e Israel comprometeram-se a deixar os civis de ambas as partes a salvo das ações militares na chamada "zona de segurança".

Após esse compromisso, foi estabelecido um Comitê de Vigilância da Trégua, integrado por Síria, Estados Unidos e França, cuja missão era supervisionar o respeito ao cessar-fogo na região.

No entanto, as duas partes violaram o cessar-fogo várias vezes.

Em 14 de fevereiro de 2000, o Hizbollah estabeleceu uma aliança promovida pelo Irã com duas organizações fundamentalistas muçulmanas palestinas: o Hamas e o Jihad Islâmico.

Ação parlamentar

Como partido político, o Hizbollah tem mantido uma significativa representação no Parlamento libanês.

Obteve oito cadeiras nas eleições legislativas de 1992 e sete vagas no pleito de 1996. Em junho de 1998, o Líbano realizou as primeiras eleições municipais em 35 anos. Nelas, o Hizbollah consolidou seu domínio no sul e no leste do país.

Nas eleições legislativas de 2000, o partido reafirmou sua presença nacional com a obtenção de 12 cadeiras.

Nas últimas eleições legislativas, realizadas em junho de 2005, o grupo radical xiita obteve 14 cadeiras. Desde a formação do novo gabinete liderado por Fouad Siniora, o Hizbollah tem um ministro, Mohammad Fneich, titular da pasta de Recursos Hidrelétricos.

Além de ter braços armado e político, o Hizbollah realiza um trabalho social que lhe garante um apoio popular de peso. Seu principal foco é a criação de uma rede de hospitais, colégios, centros comunitários, organizações beneficentes e pontos de distribuição de alimentos com livre acesso para todos os libaneses, muçulmanos e cristãos.

Com agências internacionais

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