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04/08/2006
-
16h01
da Folha Online
Diferentes ataques aéreos de Israel, registrados hoje, causaram a morte de 33 civis e deixaram cerca de 60 soterrados no Líbano. Foguetes do grupo terrorista Hizbollah lançados contra o norte de Israel, além de confrontos terrestres no sul do Líbano, mataram três civis e três soldados israelenses. Anteriormente, informações davam conta de oito mortos em Israel.
Três foguetes do grupo atingiram nesta sexta-feira a cidade de Hadera, no ataque de maior alcance do Hizbollah contra o norte de Israel, até agora. Hadera fica a cerca de 75 km da fronteira. Não houve registro de vítimas.
Desde o início dos confrontos, no último dia 12, mais de 900 pessoas morreram no Líbano [800 civis, aproximadamente] e 74 em Israel [30 civis].
Nos bombardeios israelenses, mísseis atingiram um caminhão de frutas e legumes estacionado em um armazém na fronteira entre Líbano e Síria, matando 33 civis, a maioria agricultores curdos e sírios. Segundo Israel, o local foi atacado porque o serviço de inteligência do Exército acreditava que se tratavam de postos de armazenamento de armas do Hizbollah.
O ataque ao armazém ocorreu durante o dia e atingiu a região de Qaa, no vale do Bekaa, que abriga um dos redutos do Hizbollah, além de uma grande comunidade de brasileiros. No último dia 19, um ataque israelense à região matou o brasileiro Dib Barakat, 62, enquanto trabalhava em sua fábrica.
Segundo autoridades sírias, 23 dos 33 mortos são sírios --18 homens e cinco mulheres. Cerca de 150 pessoas estavam na região do ataque, segundo as mesmas fontes.
Os corpos e os feridos (20) foram enviados à cidade síria de Homs, pois as rotas para cidades libanesas foram destruídas por ataques anteriores das forças de Israel. A empresa atacada é libanesa e empregava mais de 60 trabalhadores.
Soterrados
Outros dois ataques aéreos no sul do Líbano deixaram 57 pessoas soterradas por escombros, informam a imprensa israelense e agências internacionais, citando fontes do governo libanês. De acordo com as primeiras informações, sete pessoas foram soterradas pelos escombros de uma casa em Taibeh (a 5 km da fronteira israelense) e outras 50 estão presas sob um prédio destruído em Aita al Shaab (a 2 km da fronteira).
Segundo fontes israelenses, o grupo terrorista Hizbollah lançou 200 foguetes contra o norte de Israel hoje, matando três civis e deixando quatro feridos [um em estado grave]. Três soldados também morreram em outras ações. Ontem, cerca de 160 foguetes do Hizbollah mataram 12 pessoas [oito civis] e deixaram 37 feridos em Israel.
Israel anunciou ainda a morte de dez membros do Hizbollah, mas o grupo não confirmou as perdas.
Desde o início da madrugada desta sexta-feira, Israel lançou cerca de 150 ataques contra posições do Hizbollah no Líbano. A ofensiva ocorre apesar de o Hizbollah ter advertido ontem que a continuidade das ações israelenses levaria a um ataque contra Tel Aviv, maior cidade de Israel, que fica a cerca de 130 km da fronteira.
Após 23 dias de combates, Israel ainda não conseguiu barrar os ataques do Hizbollah, cujos foguetes alcançam distâncias cada vez maiores.
Infra-estrutura
Aviões de Israel também castigaram a infra-estrutura do norte da capital Beirute, destruindo quatro pontes essenciais para fuga à Síria. Estes ataques visam minar as possibilidades de movimentação dos membros do Hizbollah e impedir seus lançamentos de foguetes, mas também prejudicam civis que têm cada vez menos alternativas para escapar da zona de bombardeio.
Ontem o líder do Hizbollah, xeque Hassan Nasrallah, ameaçou atacar Tel Aviv se Israel mantivesse sua ofensiva contra o Líbano, e sinalizou com um possível cessar-fogo caso fossem interrompidas as ações contra cidades libanesas --muitas delas totalmente destruídas e sem condições de abrigar centenas de milhares de civis que fogem de uma cidade para outra a fim de tentar escapar da violência.
Apesar das ameaças do Hizbollah, Israel não dá sinais de que pretende interromper os ataques antes de conquistar seu objetivo: destruir por completo a infra-estrutura do Hizbollah, impor um "zona de segurança" na fronteira e entregar o controle da região a tropas internacionais.
Israel tenta expandir cada vez mais sua penetração em território libanês --avançando dos 6 km já invadidos para 15 km-- a fim de evitar o lançamento de foguetes contra o norte de seu território.
As tropas israelenses já teriam o controle de cerca de 20 cidades e aldeias no sul do Líbano, mas os cerca de 10 mil soldados de Israel enfrentam fortes combates contra os membros do Hizbollah, que atacam os carros blindados com foguetes antitanque e abrem fogo contra os soldados.
Ontem, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, defendeu um cessar-fogo, mas voltou a desferir duros comentários contra Israel, pregando sua destruição. "O verdadeiro remédio para o conflito [no Líbano] é a eliminação do regime sionista", disse, na Malásia, onde participa de encontros da Conferência Islâmica.
O Hizbollah, que recebe apoio sírio e iraniano, não é visto no Líbano como uma entidade terrorista, mas como um grupo de resistência contra a invasão israelense ao país, em 1982, que só terminou em 2000, 18 anos mais tarde. O grupo foi o único a não se desarmar após a guerra civil do Líbano (1975-1991), e freqüentemente lança foguetes contra Israel.
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, retirou seu embaixador de Israel nesta sexta-feira, como forma de condenar o que chamou de "massacre" contra libaneses e palestinos. Chávez, que esteve no Irã e na Rússia na semana passada, também condenou a ação dos Estados Unidos, que até agora impediu que o Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) aja imediatamente em prol do fim dos conflitos.
Com agências internacionais
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Israel mata 33 no Líbano; foguete do Hizbollah alcança Hadera
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Diferentes ataques aéreos de Israel, registrados hoje, causaram a morte de 33 civis e deixaram cerca de 60 soterrados no Líbano. Foguetes do grupo terrorista Hizbollah lançados contra o norte de Israel, além de confrontos terrestres no sul do Líbano, mataram três civis e três soldados israelenses. Anteriormente, informações davam conta de oito mortos em Israel.
Três foguetes do grupo atingiram nesta sexta-feira a cidade de Hadera, no ataque de maior alcance do Hizbollah contra o norte de Israel, até agora. Hadera fica a cerca de 75 km da fronteira. Não houve registro de vítimas.
Desde o início dos confrontos, no último dia 12, mais de 900 pessoas morreram no Líbano [800 civis, aproximadamente] e 74 em Israel [30 civis].
Nos bombardeios israelenses, mísseis atingiram um caminhão de frutas e legumes estacionado em um armazém na fronteira entre Líbano e Síria, matando 33 civis, a maioria agricultores curdos e sírios. Segundo Israel, o local foi atacado porque o serviço de inteligência do Exército acreditava que se tratavam de postos de armazenamento de armas do Hizbollah.
Mohammed Solh/Reuters |
Trabalhadores buscam corpos de companheiros em escombros de depósito agrícola em Qaa |
Segundo autoridades sírias, 23 dos 33 mortos são sírios --18 homens e cinco mulheres. Cerca de 150 pessoas estavam na região do ataque, segundo as mesmas fontes.
Os corpos e os feridos (20) foram enviados à cidade síria de Homs, pois as rotas para cidades libanesas foram destruídas por ataques anteriores das forças de Israel. A empresa atacada é libanesa e empregava mais de 60 trabalhadores.
Soterrados
Outros dois ataques aéreos no sul do Líbano deixaram 57 pessoas soterradas por escombros, informam a imprensa israelense e agências internacionais, citando fontes do governo libanês. De acordo com as primeiras informações, sete pessoas foram soterradas pelos escombros de uma casa em Taibeh (a 5 km da fronteira israelense) e outras 50 estão presas sob um prédio destruído em Aita al Shaab (a 2 km da fronteira).
Segundo fontes israelenses, o grupo terrorista Hizbollah lançou 200 foguetes contra o norte de Israel hoje, matando três civis e deixando quatro feridos [um em estado grave]. Três soldados também morreram em outras ações. Ontem, cerca de 160 foguetes do Hizbollah mataram 12 pessoas [oito civis] e deixaram 37 feridos em Israel.
Carlos Barria/Reuters |
Israelenses carregam corpo de vítima de ataque com foguete do Hizbollah em Tarshiha |
Desde o início da madrugada desta sexta-feira, Israel lançou cerca de 150 ataques contra posições do Hizbollah no Líbano. A ofensiva ocorre apesar de o Hizbollah ter advertido ontem que a continuidade das ações israelenses levaria a um ataque contra Tel Aviv, maior cidade de Israel, que fica a cerca de 130 km da fronteira.
Após 23 dias de combates, Israel ainda não conseguiu barrar os ataques do Hizbollah, cujos foguetes alcançam distâncias cada vez maiores.
Infra-estrutura
Aviões de Israel também castigaram a infra-estrutura do norte da capital Beirute, destruindo quatro pontes essenciais para fuga à Síria. Estes ataques visam minar as possibilidades de movimentação dos membros do Hizbollah e impedir seus lançamentos de foguetes, mas também prejudicam civis que têm cada vez menos alternativas para escapar da zona de bombardeio.
Ontem o líder do Hizbollah, xeque Hassan Nasrallah, ameaçou atacar Tel Aviv se Israel mantivesse sua ofensiva contra o Líbano, e sinalizou com um possível cessar-fogo caso fossem interrompidas as ações contra cidades libanesas --muitas delas totalmente destruídas e sem condições de abrigar centenas de milhares de civis que fogem de uma cidade para outra a fim de tentar escapar da violência.
Apesar das ameaças do Hizbollah, Israel não dá sinais de que pretende interromper os ataques antes de conquistar seu objetivo: destruir por completo a infra-estrutura do Hizbollah, impor um "zona de segurança" na fronteira e entregar o controle da região a tropas internacionais.
Israel tenta expandir cada vez mais sua penetração em território libanês --avançando dos 6 km já invadidos para 15 km-- a fim de evitar o lançamento de foguetes contra o norte de seu território.
As tropas israelenses já teriam o controle de cerca de 20 cidades e aldeias no sul do Líbano, mas os cerca de 10 mil soldados de Israel enfrentam fortes combates contra os membros do Hizbollah, que atacam os carros blindados com foguetes antitanque e abrem fogo contra os soldados.
Ontem, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, defendeu um cessar-fogo, mas voltou a desferir duros comentários contra Israel, pregando sua destruição. "O verdadeiro remédio para o conflito [no Líbano] é a eliminação do regime sionista", disse, na Malásia, onde participa de encontros da Conferência Islâmica.
O Hizbollah, que recebe apoio sírio e iraniano, não é visto no Líbano como uma entidade terrorista, mas como um grupo de resistência contra a invasão israelense ao país, em 1982, que só terminou em 2000, 18 anos mais tarde. O grupo foi o único a não se desarmar após a guerra civil do Líbano (1975-1991), e freqüentemente lança foguetes contra Israel.
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, retirou seu embaixador de Israel nesta sexta-feira, como forma de condenar o que chamou de "massacre" contra libaneses e palestinos. Chávez, que esteve no Irã e na Rússia na semana passada, também condenou a ação dos Estados Unidos, que até agora impediu que o Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) aja imediatamente em prol do fim dos conflitos.
Com agências internacionais
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