Publicidade
Publicidade
16/08/2006
-
12h10
da Folha Online
O ex-ditador paraguaio Alfredo Stroessner (1954-1989) morreu nesta quarta-feira aos 93 anos no hospital Santa Luzia de Brasília.
Stroessner, exilado no Brasil desde 1989, estava internado em "estado grave" e havia perdido cinco quilos desde o dia 29 de julho, passando a pesar 45 quilos.
A morte foi conseqüência de complicações pós-cirúrgicas (Stroessner foi operado de uma hérnia inguinal), entre elas uma pneumonia, e o paciente morreu devido a um choque séptico de origem pulmonar, informou o médico Marcelo Maia, diretor da UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) do hospital Santa Luzia.
O médico acrescentou que os problemas sépticos provocaram uma disfunção generalizada dos órgãos e, por fim, uma parada cardíaca.
Maia e Sergio Tamura, diretor clínico do mesmo centro médico, romperam nesta terça-feira o silêncio imposto pela família de Stroessner e deram as primeiras informações oficiais sobre seu estado.
Os médicos, que atendiam diretamente o general, disseram que o paciente estava respirando com a ajuda de aparelhos e encontrava-se sedado desde o dia 29 de julho, quando deu entrada no hospital para ser operado por uma hérnia inguinal, embora depois seu estado tenha se complicado devido a uma pneumonia que, desde então, o mantinha na UTI.
Sem honras
O advogado Martín Almada, defensor dos direitos humanos e vítima do regime militar de Alfredo Stroessner, afirmou nesta terça-feira não concordar em render honras de chefe de Estado ao ex-ditador em caso de morte. A posição de Almada é a mesma assumida pelo governo paraguaio.
Em Washington, a ministra de Relações Exteriores do Paraguai, Leila Rachid, afirmou ontem à rádio Primeiro de Março que "o senhor Stroessner não morrerá em exercício, não é um chefe de Estado e está sendo perseguido pela Justiça".
A chanceler afirmou ter recebido indicações do presidente Nicanor Duarte Frutos de não programar homenagens ao ex-ditador, que foi derrocado em 1989, após 34 anos de ditadura e desde então foi exilado no Brasil.
Almada considera óbvio que a família do ex-ditador queira repatriar seu corpo, mas segundo disse à agência de notícias Ansa "isso não corresponde em absoluto que se renda honras militares como chefe de Estado".
O advogado recordou que Stroessner estava sendo processado por crimes contra a humanidade durante a operação Condor --coordenação entre os serviços de inteligência das ditaduras da América Latina nos anos 70 e 80 para perseguir opositores-- na Argentina, Chile, Espanha, França, Itália e Paraguai, sendo que o general foi responsável pelo desaparecimento de ao menos 120 paraguaios durante o período ditatorial.
"É impensável render algum tipo de homenagem a quem violou os direitos humanos", ressaltou Almada.
Com agências internacionais
Leia mais
Stroessner governou o Paraguai com mão de ferro por 34 anos
Especial
Leia o que já foi publicado sobre o ex-ditador Alfredo Stroessner
Leia o que já foi publicado sobre o Paraguai
Morre no Brasil ex-ditador paraguaio Alfredo Stroessner
Publicidade
O ex-ditador paraguaio Alfredo Stroessner (1954-1989) morreu nesta quarta-feira aos 93 anos no hospital Santa Luzia de Brasília.
Stroessner, exilado no Brasil desde 1989, estava internado em "estado grave" e havia perdido cinco quilos desde o dia 29 de julho, passando a pesar 45 quilos.
A morte foi conseqüência de complicações pós-cirúrgicas (Stroessner foi operado de uma hérnia inguinal), entre elas uma pneumonia, e o paciente morreu devido a um choque séptico de origem pulmonar, informou o médico Marcelo Maia, diretor da UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) do hospital Santa Luzia.
O médico acrescentou que os problemas sépticos provocaram uma disfunção generalizada dos órgãos e, por fim, uma parada cardíaca.
Maia e Sergio Tamura, diretor clínico do mesmo centro médico, romperam nesta terça-feira o silêncio imposto pela família de Stroessner e deram as primeiras informações oficiais sobre seu estado.
Arquivo/Reuters |
Foto sem data mostra Stroessner no palácio presidencial de Assunção |
Sem honras
O advogado Martín Almada, defensor dos direitos humanos e vítima do regime militar de Alfredo Stroessner, afirmou nesta terça-feira não concordar em render honras de chefe de Estado ao ex-ditador em caso de morte. A posição de Almada é a mesma assumida pelo governo paraguaio.
Em Washington, a ministra de Relações Exteriores do Paraguai, Leila Rachid, afirmou ontem à rádio Primeiro de Março que "o senhor Stroessner não morrerá em exercício, não é um chefe de Estado e está sendo perseguido pela Justiça".
A chanceler afirmou ter recebido indicações do presidente Nicanor Duarte Frutos de não programar homenagens ao ex-ditador, que foi derrocado em 1989, após 34 anos de ditadura e desde então foi exilado no Brasil.
Almada considera óbvio que a família do ex-ditador queira repatriar seu corpo, mas segundo disse à agência de notícias Ansa "isso não corresponde em absoluto que se renda honras militares como chefe de Estado".
O advogado recordou que Stroessner estava sendo processado por crimes contra a humanidade durante a operação Condor --coordenação entre os serviços de inteligência das ditaduras da América Latina nos anos 70 e 80 para perseguir opositores-- na Argentina, Chile, Espanha, França, Itália e Paraguai, sendo que o general foi responsável pelo desaparecimento de ao menos 120 paraguaios durante o período ditatorial.
"É impensável render algum tipo de homenagem a quem violou os direitos humanos", ressaltou Almada.
Com agências internacionais
Leia mais
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alvo de piadas, Barron Trump se adapta à vida de filho do presidente
- Facções terroristas recrutam jovens em campos de refugiados
- Trabalhadores impulsionam oposição do setor de tecnologia a Donald Trump
- Atentado contra Suprema Corte do Afeganistão mata 19 e fere 41
- Regime sírio enforcou até 13 mil oponentes em prisão, diz ONG
+ Comentadas
- Parlamento de Israel regulariza assentamentos ilegais na Cisjordânia
- Após difamação por foto com Merkel, refugiado sírio processa Facebook
+ EnviadasÍndice