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06/09/2006
-
22h38
da Folha Online
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, admitiu pela primeira vez nesta quarta-feira a existência de prisões secretas da CIA (agência de inteligência americana) ao redor do mundo e anunciou que 14 dos prisioneiros que estavam nestas instalações foram enviados para a base naval de Guantánamo (Cuba).
Bush disse, em discurso na Casa Branca, que o "pequeno número" de prisioneiros nestas instalações inclui suspeitos de terem participado dos atentados de 11 de setembro de 2001 e responsáveis pelos ataques contra alvos americanos no Iêmen, no Quênia e na Tanzânia.
"A fonte mais importante de informação sobre os locais nos quais se escondem os terroristas e os que planejam os ataques são os próprios terroristas", declarou Bush. "Nossa segurança depende de informações adquiridas dessa maneira [com o interrogatório de suspeitos capturados fora dos EUA]", defendeu o presidente.
A revelação sobre as prisões secretas da CIA foram divulgadas no ano passado em artigo do jornal "The Washington Post".
O presidente americano afirmou que "foi necessário transferir estes terroristas para um ambiente no qual poderiam ser mantidos em segredo, para serem interrogados por especialistas e, caso seja apropriado, perseguidos por seus atos terroristas".
Entre os 14 suspeitos de terrorismo transferidos está um dos supostos mentores dos atentados de 11 de setembro de 2001, Khalid Sheik Mohammed.
O presidente Bush também disse ainda que será instaurado um projeto para reestruturar os julgamentos dos estrangeiros acusados de terrorismo que estão detidos na base americana de Guantánamo (Cuba).
As mudanças parciais na política americana de detenção de suspeitos ocorrem mais de dois anos após a revelação dos escândalos de abuso sexual e maus-tratos levados a cabo por soldados americanos na prisão de Abu Ghraib, no Iraque, expostos por meio de fotografias que causaram revolta na comunidade internacional.
Grupos de direitos humanos também criticaram duramente a forma como são tratados os suspeitos [em sua maioria muçulmanos] detidos em Guantánamo, sem direito a advogados nem julgamento, além de serem expostos a humilhações religiosas.
Em junho último, a Suprema Corte declarou que as cortes militares especiais criadas para julgar os presos na base de Guantánamo são ilegais.
Apesar disso, Bush alega que sua capacidade de comandante-em-chefe durante uma guerra lhe confere a faculdade de estabelecer essas cortes, que funcionaram com regras extraordinárias e que limitam os direitos do acusado. Mas, segundo a máxima instância judicial do país, o presidente americano se excedeu em suas atribuições.
Campanha
Bush iniciou na semana passada uma série de discursos sobre o terrorismo por ocasião do quinto aniversário do 11 de Setembro, quando terroristas lançaram aviões contra as torres gêmeas do World Trade Center, em Nova York, e o Pentágono, nas cercanias de Washington, causado a morte de cerca de 3.000 pessoas.
No primeiro desses discursos, pronunciado na quinta-feira passada (31), em Salt Lake City (Utah), Bush comparou os radicais islâmicos a fascistas, nazistas e "outros totalitários" do século 20, e afirmou que a guerra contra esses grupos é a batalha ideológica decisiva do século 21.
No segundo discurso, feito ontem, Bush afirmou que os radicais islâmicos querem fabricar armas nucleares e de destruição em massa para "chantagear o mundo livre, divulgar suas ideologias de ódio e ameaçar os americanos".
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O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, admitiu pela primeira vez nesta quarta-feira a existência de prisões secretas da CIA (agência de inteligência americana) ao redor do mundo e anunciou que 14 dos prisioneiros que estavam nestas instalações foram enviados para a base naval de Guantánamo (Cuba).
Bush disse, em discurso na Casa Branca, que o "pequeno número" de prisioneiros nestas instalações inclui suspeitos de terem participado dos atentados de 11 de setembro de 2001 e responsáveis pelos ataques contra alvos americanos no Iêmen, no Quênia e na Tanzânia.
"A fonte mais importante de informação sobre os locais nos quais se escondem os terroristas e os que planejam os ataques são os próprios terroristas", declarou Bush. "Nossa segurança depende de informações adquiridas dessa maneira [com o interrogatório de suspeitos capturados fora dos EUA]", defendeu o presidente.
Stefan Zaklin/Efe |
O presidente George W. Bush, que fez novo discurso nesta quarta-feira |
O presidente americano afirmou que "foi necessário transferir estes terroristas para um ambiente no qual poderiam ser mantidos em segredo, para serem interrogados por especialistas e, caso seja apropriado, perseguidos por seus atos terroristas".
Entre os 14 suspeitos de terrorismo transferidos está um dos supostos mentores dos atentados de 11 de setembro de 2001, Khalid Sheik Mohammed.
O presidente Bush também disse ainda que será instaurado um projeto para reestruturar os julgamentos dos estrangeiros acusados de terrorismo que estão detidos na base americana de Guantánamo (Cuba).
As mudanças parciais na política americana de detenção de suspeitos ocorrem mais de dois anos após a revelação dos escândalos de abuso sexual e maus-tratos levados a cabo por soldados americanos na prisão de Abu Ghraib, no Iraque, expostos por meio de fotografias que causaram revolta na comunidade internacional.
Grupos de direitos humanos também criticaram duramente a forma como são tratados os suspeitos [em sua maioria muçulmanos] detidos em Guantánamo, sem direito a advogados nem julgamento, além de serem expostos a humilhações religiosas.
Em junho último, a Suprema Corte declarou que as cortes militares especiais criadas para julgar os presos na base de Guantánamo são ilegais.
Apesar disso, Bush alega que sua capacidade de comandante-em-chefe durante uma guerra lhe confere a faculdade de estabelecer essas cortes, que funcionaram com regras extraordinárias e que limitam os direitos do acusado. Mas, segundo a máxima instância judicial do país, o presidente americano se excedeu em suas atribuições.
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Bush iniciou na semana passada uma série de discursos sobre o terrorismo por ocasião do quinto aniversário do 11 de Setembro, quando terroristas lançaram aviões contra as torres gêmeas do World Trade Center, em Nova York, e o Pentágono, nas cercanias de Washington, causado a morte de cerca de 3.000 pessoas.
No primeiro desses discursos, pronunciado na quinta-feira passada (31), em Salt Lake City (Utah), Bush comparou os radicais islâmicos a fascistas, nazistas e "outros totalitários" do século 20, e afirmou que a guerra contra esses grupos é a batalha ideológica decisiva do século 21.
No segundo discurso, feito ontem, Bush afirmou que os radicais islâmicos querem fabricar armas nucleares e de destruição em massa para "chantagear o mundo livre, divulgar suas ideologias de ódio e ameaçar os americanos".
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