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21/11/2008 - 02h30

Filantrópicas

"Há muito tempo não elogio ardorosamente qualquer político que esteja exercendo a atividade parlamentar. Nem tenho visto alguém fazê-lo. Mas, ao cair da tarde do Dia da Bandeira, em Brasília, tive o prazer de ver o presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), assumir uma atitude digna e corajosa ao devolver a medida provisória 446 por ser ela imoral e indecorosa. O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), disse não saber no que Garibaldi se apoiou. É uma constatação triste. A de que o ilustre deputado não sabe distinguir quando uma coisa é imoral e indecorosa. Somente em 1989, quando Sarney era presidente, é que havia acontecido uma devolução de MP por parte do presidente do Senado - na época, José Ignácio Ferreira (ES). Por ocasião da votação que haverá no plenário do Senado para saber se a atitude de Garibaldi Alves foi certa ou errada, os senadores poderão mostrar a todos os brasileiros que a maioria deles sabe avaliar perfeitamente quando uma coisa é imoral e indecorosa. Se isso acontecer, todos deverão ser ardorosamente elogiados."

WILSON GORDON PARKER (Nova Friburgo, RJ)

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"Embora aos usuários do SUS não seja permitido opinar sobre nada do que se refere às políticas para a saúde pública, gostaria de manifestar que não ficou clara a atitude do governo Lula em aceitar que os grandes hospitais particulares continuem a beneficiar-se de isenções de impostos federais, como se fossem filantrópicos, mesmo sem serem mais obrigados a atender também a pacientes do SUS. Ou seja, os hospitais privados que deveriam pagar impostos, como todas as empresas o fazem, conseguem, não se sabe por que, benefícios que podem atingir um R$ 1 bilhão por ano. Em troca, propiciarão treinamento e outros serviços --foi mencionado até cirurgia de catarata, como se isso fosse um serviço de ponta. Salvo engano, deveriam simplesmente pagar seus impostos e o governo simplesmente mandar seus hospitais fazerem as cirurgias de catarata. Seria muito mais vantajoso para o povo em geral."

ANTONIO DO VALE (São Paulo, SP)

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Aposentados

"O governo está determinado em fazer uma nova reforma na Previdência Social - toda vez que isso acontece, nós, trabalhadores e aposentados, temos nossos direitos e conquistas tungados, portanto é necessário que estejamos atentos.
Nossa contribuição previdenciária de 11% ao longo dos anos tem sido desviada pelos governos para outras atividades que não o de suprir o pagamento dos benefícios tão arduamente conseguidos por nossas longas e árduas lutas sindicais.
Nossas contribuições, que deviam só nos favorecer, com os desvios realizados, se tornaram para os governos mais um imposto, assim como foi feito com a CPMF, feita para suprir a necessidade da saúde e que se tornou uma panacéia geral para o governo pagar juros de suas dívidas bancárias.
É necessário que façamos nós uma proposta de reforma que nos atenda e que possamos mês a mês controlar os valores de nossa contribuição, que irá formar nossa futura aposentadoria."

ANTONIO CARLOS FRANCO, Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos, sub-sede de Guaratinguetá (Guaratinguetá, SP)

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Saúde

"Parabenizo o colega Davi de Lacerda pelo artigo O conselho do governador ('Tendências/Debates', 18/11) pela precisa percepção do lado 'democrático sombrio' e da estreita visão de saúde pública do nosso eminente governador, ex-ministro da Saúde e mais que potencial candidato a presidente. No HC, como na saúde pública ou de resto em toda parte, ou se faz um 'bom negócio' ou... fora! Já li e ouvi isso antes: Brasil - Ame-o (e cale-se!) ou deixe-o, lembram?"

CLOVIS LOMBARDI (São Paulo, SP)

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"No embate entre o médico Davi de Lacerda e o governador sobre os salários dos médicos do HC, com artigo, réplica e tréplica, falta explicar o seguinte: se o salário é 'vergonhoso' (palavra do dr. Lacerda), por que ele diz que não tem a intenção de seguir o conselho de Serra e largar o emprego? Vamos deixar de fingimento: o dr. Lacerda sabe que, ao trabalhar no HC, poderá cobrar mais caro por suas consultas particulares (vejam a assinatura de sua carta: dermatologista em consultório e no HC da FMUSP!). Ele reclama do salário 'vergonhoso', mas não larga o osso por isso. Vergonhoso é fazer o que fazem muitos dos médicos do Estado: aceitam ganhar pouco em troca de poder dizer que são da USP, do HC e nem as 20 horas semanais de jornada cumprem. Isso dá quatro horas por dia! Se cumprissem, e não faltassem, as filas dos hospitais não seriam o que são.
Dr. Lacerda, vamos fazer assim: primeiro vocês aparecem para trabalhar todas as 20 horas de seus contratos. Depois o governo pensa em aumentar seus salários com os impostos que eu pago, combinado?"

*PAULO ROBERTO FIGUEIREDO (Campinas, SP)

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"Sobre a carta do colega médico sobre os baixos salários do HC, fica difícil acrescentar algo após brilhante descrição do problema. No entanto, não posso deixar de me manifestar em seu apoio. Sou médica contratada pelo HC há um ano e me considero um dos que trabalham no hospital por amor à profissão, ao ensino e à pesquisa. Sou também mais uma entre os que levam trabalho para casa e que assumem tarefas adicionais para colaborar com a excelência do serviço. O que faltou lembrar foi dos valiosos médicos que, com pesar, vemos deixar o hospital por não poderem sustentar o 'luxo' de se manter em um trabalho em que o salário mal chega para o aluguel. A conta do 'mau negócio' que o governador nos sugere abandonar é a seguinte: são quatro horas por dia no HC para completar 20 por semana, que se somam a outras seis em outro emprego que viabilize as primeiras quatro, além de outras duas no trânsito para realizar todos esses percursos. São 12 horas diárias que não incluem almoço. E o que nos mantém trabalhando? Não são as contas, mas, sim, ainda poder e ter muita vontade."

GLADYS VILLAS BÔAS DO PRADO, médica infectologista (São Paulo, SP)

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Promoção

"A recusa do juiz Fausto Martim de Sanctis à promoção para o cargo de desembargador do Tribunal Regional Federal engrandece a magistratura.
O juiz optou por terminar o seu trabalho em andamento na 6ª Vara Federal, onde tramitam processos pendentes da Operação Satiagraha e de outros, como o de Edemar Cid Ferreira e o da MSI/Corinthians.
Nossa homenagem pela atitude de desprendimento. É um exemplo digno de respeito. Parabéns."

TUFI JUBRAN (São Paulo, SP)

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Oriente Médio

"Sobre o acordo de paz no Oriente Médio, estou confiante que o presidente eleito dos EUA, Barack Obama, alcançará um acordo entre Israel e os palestinos. A respeito do governo Bush e o Oriente Médio, Bush cometeu um erro gravíssimo: propôs a paz entre Israel e palestinos, mas ao mesmo tempo promoveu a invasão do Iraque. Achou que era só derrubar Saddam Hussein e tudo estaria no lugar. Não foi bem assim. Lamentável a atitude do governo Bush. Eu sei que não é tarefa fácil para Obama, mas acredito que o acordo sairá."

WALTER DWORAK FILHO (Porto Alegre, RS)

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Anistia

"Os argumentos da dra. Deisy Ventura ('Tendências/Debates', 19/11) são incontestáveis, mas ela se esqueceu de apenas um pequeno detalhe, típico de nossas terras tupiniquins: não sofremos de 'amnésia seletiva', sofremos, na verdade, da síndrome da impunidade. Se mesmo hoje mensaleiros não vão para a cadeia --alguns até viram heróis-- políticos que controlam o tráfico são eleitos, reeleitos e, lógico, não acabam na cadeia, todos com o apoio das nossas 'leis' e honesto Judiciário, como esperar que os militares torturadores sofram alguma coisa? Peço licença para discordar novamente da doutora. O país não 'engatinha quanto à aplicação do direito internacional dos direitos humanos'. Ele engatinha na aplicação dos fundamentos mais básicos da lei."

RAPHAEL MUNIZ GARCIA (São Paulo, SP)

 

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