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marciafk@uol.com.br
  17 de abril
  Comer e navegar: é preciso
 
Abrange dos prazeres da mesa ao comportamento dos povos, manipulando e transformando seus produtos em comida. Cada qual com seu tempero, seu sotaque, sua língua.
Não estamos falando de comida pra matar a fome, pra nutrir, pra saciar. Gastronomia como expressão cultural da criação, do conhecimento, do aprimoramento sensitivo, buscando a conciliação entre necessidade e prazer. Gastronomia como "Arte Aplicada".
Pode-se encontrar a luz no interior de uma marmita, numa mesa de Bistrô, na cozinha dos grandes chefes, na comidinha saudosista de nossas avós. Aquele caldinho com aletria, aquele rocambole de doce de leite... Comidinha para quando nos encontramos enfermos.
Quem nunca quis, quando criança, adoecer pra receber da mãe um agrado afetivamente gastronômico?
Sofisticação não se limita ao preço dos ingredientes a serem preparados. Encontra-se na exploração de suas possibilidades e associações. Em equilíbrio, harmonia do prato, aroma, inventividade e apresentação, para que possamos também devorá-lo com os olhos.
Triste e estranho o hábito, este que temos de fazer da hora do almoço uma corrida contra o tempo, para, numa volta de sessenta minutos do relógio, termos como missão cumprida a incumbência de nos "alimentarmos". Missão cumprida, meia volta ao trabalho.
Assim nos damos de corpo e da alma que nos resta às filas daquilo que denomina-se "Fast Food", ou "Por Quilo", ou "Quitutes para se aquecer em Microondas". Comida obrigatória, oficializada.
Cozinhar como se pintamas um quadro é uma tendência que emerge dos nossos fogões, com a entrada de novos produtos no mercado, com o surgimento de novos livros de culinária, com a recente curiosidade que cresce em torno dos vinhos. Enveredarmos neste ato milenar, longe da expressão infeliz de termos o pé, mas sim o corpo todo na cozinha.
Navegar é preciso. Comer é preciso. Precisamos fazê-los bem.



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