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marciafk@uol.com.br
  5 de maio
  Tudo termina em pizza
 
É comum e quase não reparamos mais no quanto palavras, nomenclaturas do vocabulário gastronômico terminam por traduzir situações rotineiras, ou atitudes generalizadas, incorporadas em outros conceitos, pouco próximos da panela, dos mercados ou das refeições a que são destinadas. Frases e palavras estas, geralmente chulas e simplórias, tem em suas receitas ingredientes comestíveis, sem que nos demos conta do seu significado.

Arroz de Festa – Para o convidado que chega antecipado a este tipo de evento, às vezes precedendo o próprio anfitrião.
Peru no Pires – Quando a casa construída ocupa quase toda a área útil do terreno, ou para situações de exagero desmedido e mau gosto.
Café pequeno – Comparando algo, ou alguma coisa que não esteja a altura do que se espera, ou seja, algo que esteja aquém do que se possa esperar. Tom de subestimação.
Temos um pepino – Temos um problema
Descascar um abacaxi – "Resolver um pepino"
Um pamonha – Uma pessoa bobona
Laranja – Dedicado a pessoas utilizadas para determinados serviços corruptos
Maria-mole – Pessoa lerda
Melado – Para pessoas excessivamente carinhosas
Marmelada – Para situações de trapaça
Abobrinha – Sinônimo de tolice
Pipocar – Aparecer coisas repentinamente
Ficou uma uva – Elogio estético a algo que aparentou belo
Dá mais do que chuchu na cerca – Destinado à fartura de oferta de coisas em geral e/ou a pessoas com atividade sexual intensa e indiscriminada
Canja de galinha – Coisas fáceis de serem feitas, problemas de fácil resolução.
Não é sopa – Não é fácil (é também o título do livro de crônicas gastronômicas e receitas de Nina Horta – Companhia das letras)
Docinho de coco – Elogio afetivo para aquilo que se considera uma graça"

As palavras saem pela boca, lugar por onde entram os alimentos . Informação, comida, emprego, saúde e cultura são ingredientes necessários para que tudo não "termine em pizza".


Leia colunas anteriores
28/04/2000 - Quem não arrisca...
21/04/2000 - Café requintado não é requentado
17/04/2000 - Comer e navegar: é preciso


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