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É
possível sobreviver ao verão de maneira frugal,
distante das patrulhas anti-gastronômicas, que "deletam"
o prazer de comer em razão do termo alimentar.
Alimento está para nutrição como comida
está para a vida. Nada mal administrar ambos num mesmo
menu, considerando que nesta temperatura e a esta altura da
vida o bom senso recomenda evitar excessos tanto de alimentos
nocivos a médio prazo quanto indigestos a curtíssimo.
A associação imediata que se faz quando sobem
os graus da escala é de saladas, sorvetes, grelhados
ou alegorias culinárias leves e saltitantes, que não
relutem com a rotina de trabalho nem de sossego nos finais
de semana.
Para os adeptos do filé mignon e picanha, que os têm
como "carnes oficiais", convém informar sobre
a existência de alternativas ricas em propriedades e
sabores, e pouco mais pobres em gorduras como por exemplo
o patinho (indicado para o preparo em panela) e o búfalo,
que contribui com menor teor de colesterol em refeições
"carnívoras" do que a carne de boi. Para
quem dispõe de paladar mais exótico, recomenda-se
experimentar o javali, cateto ou lebre, magros como toda a
caça que "corre solta" e não acumula
gordura inerente aos animais confinados e hiper-alimentados
em seus "cativeiros".
Essa
história de carne de primeira e de segunda habita
os açougues e cozinhas brasileiras, mas não
passa de balela pra "boi dormir". Cometemos a
injustiça de preterir a segunda alternativa enobrecendo
a primeira, num ato "chique" e insosso de consumir
filé macio, às vezes também insosso.
Além das carnes podemos também valorizar peixes
bons de forno e fogão e que não atendam (com
todo o respeito) pelo nome do também oficializado
salmão. Este mergulhou de cabeça no mercado
brasileiro, sobretudo paulista, distante da concorrência
de outros "cardumes" que procuram lugar ao sol
e à mesa. Pode-se preparar papillotes com filés
de namorado, tainha inteira assada com sal grosso, sardinhas
marinadas ou a escabeche, trilha, vermelho, badejo, robalo,
pescada. Rápidos de serem preparados, leves de serem
digeridos, além de serem ótimas companhias
para taças de vinhos brancos ou tintos, para os menos
ortodoxos.
Guarnição
para peixes, aves e carnes podem esbanjar em legumes, folhas
variadas, palmitos frescos, molhos leves, cítricos,
orientais... A distância da gordura, sobretudo animal,
deve ser valorizada, independentemente das estações,
e as frituras consumidas moderadamente.
Frutas , gelatinas, sorvetes, compotas arrematam bem o final
de uma refeição "veranil".
Um café e a conta, e se possível uma caminhada
por conta dos "belos raios de sol".
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