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marciafk@uol.com.br
  24 de novembro
  Sem tempo quente
 
É possível sobreviver ao verão de maneira frugal, distante das patrulhas anti-gastronômicas, que "deletam" o prazer de comer em razão do termo alimentar.

Alimento está para nutrição como comida está para a vida. Nada mal administrar ambos num mesmo menu, considerando que nesta temperatura e a esta altura da vida o bom senso recomenda evitar excessos tanto de alimentos nocivos a médio prazo quanto indigestos a curtíssimo.

A associação imediata que se faz quando sobem os graus da escala é de saladas, sorvetes, grelhados ou alegorias culinárias leves e saltitantes, que não relutem com a rotina de trabalho nem de sossego nos finais de semana.

Para os adeptos do filé mignon e picanha, que os têm como "carnes oficiais", convém informar sobre a existência de alternativas ricas em propriedades e sabores, e pouco mais pobres em gorduras como por exemplo o patinho (indicado para o preparo em panela) e o búfalo, que contribui com menor teor de colesterol em refeições "carnívoras" do que a carne de boi. Para quem dispõe de paladar mais exótico, recomenda-se experimentar o javali, cateto ou lebre, magros como toda a caça que "corre solta" e não acumula gordura inerente aos animais confinados e hiper-alimentados em seus "cativeiros".

Essa história de carne de primeira e de segunda habita os açougues e cozinhas brasileiras, mas não passa de balela pra "boi dormir". Cometemos a injustiça de preterir a segunda alternativa enobrecendo a primeira, num ato "chique" e insosso de consumir filé macio, às vezes também insosso.

Além das carnes podemos também valorizar peixes bons de forno e fogão e que não atendam (com todo o respeito) pelo nome do também oficializado salmão. Este mergulhou de cabeça no mercado brasileiro, sobretudo paulista, distante da concorrência de outros "cardumes" que procuram lugar ao sol e à mesa. Pode-se preparar papillotes com filés de namorado, tainha inteira assada com sal grosso, sardinhas marinadas ou a escabeche, trilha, vermelho, badejo, robalo, pescada. Rápidos de serem preparados, leves de serem digeridos, além de serem ótimas companhias para taças de vinhos brancos ou tintos, para os menos ortodoxos.

Guarnição para peixes, aves e carnes podem esbanjar em legumes, folhas variadas, palmitos frescos, molhos leves, cítricos, orientais... A distância da gordura, sobretudo animal, deve ser valorizada, independentemente das estações, e as frituras consumidas moderadamente.
Frutas , gelatinas, sorvetes, compotas arrematam bem o final de uma refeição "veranil".
Um café e a conta, e se possível uma caminhada por conta dos "belos raios de sol".

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