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Clóvis Rossi
crossi@uol.com.br
 
20 de dezembro
  O que é bom para os EUA...
  Como muita gente (suspeito até que a maioria) acredita, ainda, na velha teoria de que o que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil, acho que a vale a pena listar algumas iniciativas do Império que, se a teoria estiver correta, poderiam perfeitamente ser copiadas.

O jornal "Los Angeles Times" comenta, em editorial de ontem, o surto de subsídios que os governos estaduais estão concedendo ao setor de alta tecnologia.

Caso 1 - O governador da Califórnia, Gray Davis, aprovou um financiamento de US$ 300 milhões para criar três novos Institutos de Ciência e Inovação na Universidade da Califórnia.

No Brasil, falar em financiar esse tipo de atividade (ou qualquer outra, aliás) com dinheiro público pode causar o apedrejamento do autor da proposta ou, ao menos, um pedido ao Vaticano para que ele seja queimado na primeira fogueira que se armar na esquina.

Caso 2 - Já no Estado de Winsconsin, o governador Tommy Thompson, está pedindo aos deputados uma verba de US$ 317 milhões para construir um complexo de centros de pesquisa de biotecnologia.

Biotecnologia, como se sabe, não é apenas um ramo científico, mas um importante braço de negócios, importância, aliás, que só tende a crescer.

No Brasil, qualquer proposta de financiar qualquer atividade levanta sempre suspeitas, até justificadas, pelo mau uso, no passado, desse tipo de financiamento.

Mas, se a gente acha mesmo que o país está condenado eternamente a repetir os erros do passado, então é melhor devolvê-lo a Portugal, com pedidos de desculpas pelos estragos causados nesses 178 anos de independência.

Tem mais: o jornal britânico "Financial Times" informa que as autoridades norte-americans estão pressionando as agências internacionais e internas de empréstimo para que brequem qualquer empréstimo que possa aumentar a produção global de aço.

Motivo: pressão da indústria doméstica que teme que um aumento da produção de aço jogue os preços para baixo.

Tudo bem. Mas não era o mercado quem deveria definir o que, quando, onde e quanto produzir? Não é uma intervenção indevida do governo? Ou, se o governo é norte-americano, aí pode?







Leia colunas anteriores:
13/12/2000 - As donas do mundo
06/12/2000 - Previsões, ora as previsões
29/11/2000 - Cenas explícitas do ovo da serpente
22/11/2000 - Cada vez mais cruel
15/11/2000 - Pecados, do império e dos súditos
08/11/2000 - O império é pragmático


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