Pensata

Magaly Prado

15/06/2002

Rede Nova FM consegue promover a MPB no azul

A rede Nova Brasil alcança seu principal objetivo depois do segundo ano de existência. Além de São Paulo e Campinas, por onde começou, a rede também está sendo retransmitida no Rio, Brasília, Salvador e Recife.

Fora estas praças, é importante chegar em Porto Alegre e Belo Horizonte e a previsão é 2003. "Mais do que simplesmente nos mercados de consumo, mas nos centros de onde saem a influência de todo processo comunicativo. Isso não quer dizer que não vá para outras cidades como Curitiba, Ribeirão Preto... ", diz Calmon, lembrando que se houver interesse de alguma cidade será estudado.

Recife e Salvador só está operando há 90 dias e em três meses já sairá do azul, segundo Calmon, o que é muito bom, em tempos de crise. "Em Salvador, caiu o número total de ouvintes, mas aumentou no segmento que estamos atuando [público das classes AB, acima de 25 anos]. Foi muito positivo", diz.

Calmon acredita que estamos na maior crise fonográfica mundial. "A quantidade de porcaria que eles colocam no mercado é grande. O que eles estão promovendo? O músico que não é músico? Lembra-se do rock in Rio com play back?", questiona.

Na Nova FM não toca filho de ninguém. "Os CDs chegam e eu nem ouço. A Nova FM não toca quem não sabe tocar, o produto de estúdio."

Mas toca o que o público quer ouvir. "É disso que a gente tem que viver."

Trabalhar com o mercado, com o gosto popular, é fácil. Difícil é criar gosto, mostrar ao ouvinte que existe muita coisa boa, mais, muito mais do que vem sendo martelado nas rádios de ponta. A Musical precisou fechar porque tocava de tudo e desprezava os sucessos, que dão audiência.

A Nova FM mostra a MPB moderna e, de quebra, tudo que possa dar audiência. Óbvio! senão a rádio não vinga! Aí, babau!

Leia mais sobre a Nova FM na minha coluna do jornal Agora São Paulo, de segunda-feira.

radio@agora.com.br


TRIBUNA DO LEITOR - OUVINTE

Querida Magaly, tudo bem? Gostaria que você fizesse uma análise da cobertura das rádios nesta Copa (especialmente a briga JP x Band), quem saiu ganhando nos jogos do Brasil? Não acha que foi um grande erro a JP não comprar os direitos de transmissão, ou acham que o ouvinte é bobo? Gostaria de ver o ibope das rádios AM, é possível?

Abraços, Arlindo de Almeida Nunes, Santos-SP

Resp.: Arlindo, acompanhe na minha coluna do Agora, publico o dial AM na terça-feira. Tenho falado bastante sobre a Copa no rádio e a guerrinha das emissoras.

*

Olá, Magaly! Primeiramente, parabéns pela coluna, não perco um sábado sequer. Agora, a pergunta que não quer calar: sabe explicar o que houve com a Gazeta AM de São Paulo, que depois de muitos anos arrendada para uma igreja evangélica, havia voltado com o sua programação normal, transformada em AM universitária - e com programas de qualidade - e agora, de uma hora para a outra, se transformou em emissora da igreja Deus é Amor???? Não dá pra entender... Grande abraço, Arthur Ankerkrone, São Paulo

Resp.: Arthur, pena você não ter lido sobre a história da Gazeta AM que publiquei na semana passada na minha coluna do Agora, mas acontece que está dando rolo com o contrato. Ninguém fala quem assinou ... e o fato é que foi rescindido alegando que os evangélicos não cumpriram determinadas cláusulas etc e tal . Só que eles recorreram e ganharam na justiça a possibilidade do retorno. Beto Rivera acredita que tudo se resolverá logo. Duvido que seja tão logo!


Magaly, tudo bem? Sempre muito legal, com informações de primeira, dicas e comentários interessantes, sua coluna se consolida como a preferida dos aficionados por rádio, um meio importantíssimo que anda meio desprezado dentro da grande mídia.

Tenho uma observação que talvez possa contribuir para que sua coluna fique ainda mais bacana. O jeitão informal é um dos atrativos do espaço. Porém, em alguns casos, dificulta o entendimento para os que estão fora do meio. Veja esse parágrafo que você fala da Alpha:

"Como é 50% do Paulo Abreu e 50% dos Camargos, de 3 em 3 anos trocam de lado. Estava sob comando da CBS com Evaldo na direção. Agora fica com Joca, do grupo dos irmãos Neneto e Junior. Na verdade Joca já cuida da Nativa. Ovoruski da 89, então vão cuidar os dois da Alpha..."

Quem é o Paulo Abreu? E os Camargos? Joca? Neneto e Junior? Ovoruski? Mesmo sendo seu assíduo leitor há mais de dois anos, fiquei perdidinho.

Que tal uma matéria sobre os donos das FMs de Sampa? Ou melhor, uma bateria de entrevistas com cada um deles: o que significa essa concessão em suas mãos, objetivos, carências, o que precisa melhorar e por aí vai. A segunda sugestão seria você reservar um espaço para o AM. Quais são os caminhos desse segmento? Vai acabar? Vai virar exclusivamente prestação de serviços? Templo? Mais uma: o novo rádio digital, por satélite, por assinatura. A internet. Daria uma boa segmentação.

Para encerrar: surgiram duas novas FMs em SP: Rádio Clube (93,3), meio pop, meio brega, e a Rádio News (98,1), flash back e notícias. Você sabe alguma coisa sobre elas? Abração e (+) sucesso! Marcelo Valecio, São Paulo (SP)

Resp.: Primeiro, obrigada pelos elogios, Marcelo. Mas você tem toda razão! Vamos lá: Paulo Abreu é o dono da rede CBS, que mantém só em São Paulo, cerca de 15 emissoras, fora as do interior e de outros Estados (Brasília...). Os Camargo são o Neneto e o Júnior, nunca conversei com o Neneto, mas o Júnior é muito simpático. Eles são os donos da 89, da Nativa e de metade da Alpha, fora no interior (Sorocaba...). Joca é o diretor da Nativa e agora dirige também a Alpha. Já trabalhou em várias emissoras, eu o conheci na época da Band FM, quando ele dividia programa com o Ronco e dirigia a programação. O Ovoruski é o diretor da 89 daqui e a rádio Cidade, do Rio, ambas dos Camargos.

Quanto às sugestões, obrigadão! Sobre AM falo bastante na minha coluna do jornal Agora São Paulo. Lá eu também entrevistei o Evaldo Vasconcelos (este você esqueceu de perguntar quem era) que está dirigindo a rádio News. Ele era da Alpha, quando estava sob administração da CBS, do Paulo Abreu. Sobre a rádio Clube eu não estou sabendo não! Outro abraço!

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Um abração a todos!!!

Magaly
Magaly Prado é jornalista e radiomaker. Escreve para a Folha Online aos sábados

E-mail: magalyprado@uol.com.br

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