Diego
Medina
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A consagração de Gustavo Kuerten fez o interesse pelo esporte crescer a um
patamar impossível de ser imaginado há três anos. Surgir outro jogador como
ele é algo difícil de prever e pode ser muito demorado, mas a gente pode
afirmar que o passo inicial desse processo, que é a molecada aprender a
jogar, está a pleno vapor. Nunca as academias receberam tantos pequenos
interessados.
E esta coluna nunca recebeu tanto pedido de ajuda de pais de potenciais
campeões. As perguntas são muitas. Qual a melhor idade para que meu filho
comece a praticar? O que é melhor: aula individual ou em grupo? Qual o
número ideal de aulas semanais? E por aí vai.
Bem, vamos por etapas.
A idade ideal para começar? Simples: quando a criança tiver vontade. Sim,
porque tênis é um esporte que carrega certa complexidade de movimentos e
exige muita repetição nos treinos. Se o garoto não estiver mesmo disposto,
não vai querer seguir em frente. Se a criança manifestar interesse antes de
ter corpo para manejar uma raquete de adulto, o que acontece lá pelos 10 ou
11 anos, a solução está nas raquetes menores. Quase todas as grandes marcas
do mercado mundial têm sua linha "junior", com modelos menores e mais leves.
A aula individual permite, sem dúvida, resultados mais eficazes. Afinal, o
professor pode dar toda a atenção a apenas uma criança. No entanto, a aula
em grupo pode ser útil. Às vezes, o aluno que tem aula sozinho pode ter
períodos de desânimo, e a presença de colegas na quadra serve de motivação.
É evidente que a situação tem seu outro lado. Há casos de alunos menos
sociáveis, mais individualistas, que rendem mais sem outros por perto.
Quanto ao número de aulas, a regra é clara: o máximo possível. Não há razão
para temor dos pais. O tênis é um esporte de movimentos quase naturais, que
permitem sempre uma compensação no equilíbrio do corpo (como o ato de
balançar os braços ao andar), para não forçar demais musculatura e
articulações. É só notar os grandes campeões e perceber que, exceto por ter
o braço que executa o golpe um pouco mais engrossado do que o outro, o corpo
do tenista é harmonioso.
E, uma ótima qualidade, o tênis não é um esporte de contato físico com o
oponente. Assim, não há risco de impactos no corpo e consequentes
traumatismos (a não ser que um dos garotos jogando seja uma versão infantil
e mais enfurecida de John McEnroe, mas isso não acontece sempre).
Dessa forma, o garoto pode praticar o quanto quiser, basta ter fôlego.
Agora, é bom repetir: antes de mais nada, a criança precisa ter vontade de
jogar. A vida da gente está cheia de histórias de amigos que contam como
praticaram um ou outro esporte por imposição dos pais. Acontece com natação,
judô, tênis, até futebol. Mas, com sua exigência de muito treino repetitivo,
alguma complexidade de regras e muita pressão psicológica, o tênis é
recomendável mesmo para a garotada que estiver com vontade. Aí a coisa rola
e vira paixão.
Notas
Dicas
Dá para entender o pai que não queira gastar muito numa coisa que pode não
passar de fogo de palha para o filho, mas é bom não economizar em dois
itens: tênis e raquete. Procure comprar um calçado com solado adequado para
tênis, indicado pelo fabricante. Jogar tênis com calçado para basquete, por
exemplo, é estar pedindo uma contusão de tornozelo. E a raquete tem de ser
boa, há muita coisa ruim no mercado. De qual marca comprar? Olhar aquelas
usadas pelos grandes profissionais é a melhor referência.
Paredão
Última dica: se possível, arrume um lugar para seu filho bater paredão. No
começo, até aprender a bater direito, a criança erra muito e pode sofrer com
as gozações dos amigos. Treinar sozinho às vezes é o melhor caminho até
ganhar confiança na batida.
E-mail: thalesmenezes@uol.com.br
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mais:
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