Gustavo Kuerten, Patrick Rafter e Michael Chang são
os que,
aparentemente, mais estão gostando do clima de Sydney,
onde disputam o torneio olímpico de tênis.
O brasileiro registra com sua câmera a Vila Olímpica,
o restaurante, os atletas, de todos os países, acompanha
provas e troca autógrafos e cumprimentos. O australiano
anda com seus óculos escuros e ar de pop star, brincando
com todos e posando para fotos. O norte-americano, mais tímido,
passeia e tenta se virar como um "atleta comum".
Andre Agassi, campeão em Atlanta-96, afirmou após
os Jogos que nunca havia se divertido tanto durante uma competição.
Sua namorada, a alemã Steffi Graf, campeã em
Seul-88. também passou por uma Olimpíada e,
obviamente, gostou.
A chave em Sydney-2000 teve até um tenista beninense.
Christophe Tognon, classificado por muitos como "o pior
jogador do mundo" (um exagero sem tamanho), caiu diante
de Kuerten, mas mostrou seu espírito olímpico:
entrou contra um dos maiores tenistas do mundo para jogar
com muita honra e como se pudesse ganhar.
Sydney é, de fato, o lugar onde se deve estar. Mas
e quem não está lá?
Fernando Meligeni estava lá em Atlanta-96. Fez uma
campanha empolgante, chegando à disputa da medalha
de bronze e levantando o país. Foi quando tornou-se
conhecido para grande parte do público brasileiro não
acostumado às raquetadas.
Em um período do ano em que Olimpíadas é,
para os meios de comunicação e torcedores, tudo,
Meligeni, deixado de lado apenas uma Olimpíada depois,
poderia muito bem acompanhar pelas TVs pagas, nas madrugadas,
os Jogos deste ano.
Mas, enquanto torcedores, jornalistas e fãs se voltam
para Sydney, Meligeni está na pequena Biella, interior
da Itália, disputando um torneio menor, o chamado challenger.
Pouco importa se a competição não passa
na TV, faz diferença nenhuma na Corrida dos Campeões
ou não dá medalhas de ouro, prata e bronze.
Meligeni, honrosamente, faz aquilo que sabe e que tomou como
seu trabalho: joga tênis. Participa da chave de simples
e de duplas em Biella. E, fora dos holofotes, distante de
Sydney, longe da badalação olímpica que
já teve, faz o que sempre fez: corre atrás e
rebate as bolinhas. A quadra é o seu lugar, mesmo que
a rede desta vez não ostente os cinco anéis
olímpicos.
*
Lisboa é a cidade onde os grandes tenistas devem estar
ao fim desta temporada. Pete Sampras, Marat Safin e Gustavo
Kuerten já garantiram a participação
na Copa do Mundo em novembro, na capital portuguesa. A confirmação
é da ATP.
Em disputa direta, quatro vagas na Corrida dos Campeões.
A oitava vaga será do oitavo colocado na Corrida ou
de um campeão de Grand Slam que não esteja entre
os oito primeiros.
Para os grandes tenistas, o importante é estar lá
também.
*
Esta coluna está sendo publicada apenas em sua versão
online. A próxima também assim será.
No jornal papel, continuo espaço para a cobertura primorosa
da Folha de S.Paulo em Sydney.
E-mail: reandaku@uol.com.br
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