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PENSATA

Quinta-feira, 20 de abril de 2000
Eclético e ético

Carlos Sarli
     
Diego Medina
 

Já havia ouvido falar em Half Moon Bay há bastante tempo.

Ainda na década de 70, um amigo fabricou pranchas com o nome da Baía da Meia Lua, à qual tinha visitado numa viagem ao norte da Califórnia.

Maverick’s, no entanto, até há pouco, só associava a número de cilindros, rodas e à concorrida feira de carros antigos às terças-feiras na praça Charles Miller.

Nos últimos anos, as ondas que alcançam a baía e quebram na bancada de Maverick’s, incluíram os nomes no vocabulário do surfe. “Se o Havaí é a “Meca” do surfe, Waimea é o templo supremo do big surfe”.

A máxima, verdadeira durante décadas, agora é contestada. O Havaí, pela qualidade, diversidade e clima, segue como o principal palco para a prática do esporte; quando o assunto é onda grande, no entanto, Waimea deixou de ser a referência absoluta.

Na recém-terminada temporada de ondas grandes no hemisfério norte, Maverick’s roubou a cena. Ainda em outubro, uma ondulação gigante chegou de surpresa. Poucos estavam preparados. Entre eles, apenas três obtiveram sucesso, com a ajuda do jet-ski, no maior dia.

Peter Mel, Kenny Collins e Jeff Clark tiveram a sessão de suas vidas. Enquanto alguns poucos tentavam, sem sucesso, chegar remando ao line-up (o brasileiro Carlos Burle foi um deles), o trio surfou algumas das maiores ondas já documentadas, e com controle suficiente para entubar em morras de 25 pés.

No mês passado, quando o período de espera do Eddie Aikau - campeonato de ondas grandes realizado em Waimea - chegava ao fim, sem sua realização, rolava em Mav’s o Quiksilver Men Who Ride Mountain. Para 20 convidados, a prova aconteceu em ondas gigantes, lisas e tubulares.

Só na remada, durante oito horas, os big-riders se revezaram em baterias de cinco atletas. Ao final, a prova evidenciou que o surfe moderno está mais eclético do que nunca. Primeiro e segundo lugares, Darryl “Flea” Virostko e Kelly Slater surfam bem em ondas de três a 30 pés. Peter Mel, quarto colocado, arrebenta rebocado pelo jet-ski ou remando, sem preconceito.

Enquanto os puristas seguem sustentando que surfe é no braço, os adeptos do tow-in vão encontrando novas opções e aumentando alguns pés nos drops.

Nas próximas semanas, um projeto batizado com o sugestivo nome de Neptuno, irá pôr pilha no assunto. Oito surfistas, entre eles Taylor Knox e Ken Bradshaw, irão, com uma estrutura que inclui um catamarã de 75 pés, um barco de pesca de 57 pés, helicóptero e oito jet-skis, a uma bancada distante 150 km da costa californiana.

O lugar é conhecido como Cortês Bank e é, supostamente, o ponto onde estouram as maiores ondas do mundo. Em uma área do Pacífico, com profundidade de 5 mil pés, a bancada de Cortês sobe, ficando com apenas seis pés. O resultado desse acidente geográfico com as tempestades nascidas dias antes, ainda no Japão, são ondas de até 100 pés.


NOTAS

Escalada
André "Belezinha" Berezoski venceu a primeira etapa do Campeonato Brasileiro de Escalada Esportiva que aconteceu na Barra da Tijuca, RJ, no último fim-de-semana. Paloma Cardoso ganhou na categoria feminina. Os 15 primeiros colocados têm vagas garantidas para concorrer no Sul-Americano, que será disputado sábado e domingo no mesmo local.

Corrida de aventura
As 49 equipes participantes do Elf Authentic Adventure, que envolve sete modalidades esportivas, estão no Ceará e ainda passarão pelo Piauí, rumo ao Maranhão. A equipe norte-americana Pharmanex lidera a competição. Dos oito times brasileiros, o EMA Brasil tem se destacado pela rapidez e ocupa o sexto lugar. A competição deve terminar entre os dias 27 e 29 deste mês. Mais informações: www.elf-adventure.com

Pára-quedismo
A segunda etapa do Circuito Brasileiro de Pára-Quedismo começa hoje, dia 20, na praia do Pepê, Rio de Janeiro. A principal atração é o atleta Luiz Henrique “Sabiá” dos Santos, tricampeão brasileiro. A competição abrange todas as modalidades do esporte e os saltos serão feitos a bordo de um avião especial chamado Sky Van.


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13/04/2000 - Bom começo