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Quinta-feira, 3 de agosto de 2000

Melhores condições de trabalho

Carlos Sarli
     
Diego Medina



Desde quando o circuito mundial de surfe conheceu seu primeiro campeão, o australiano Peter Townend há 25 anos, muita coisa mudou. Da extinta IPS, International Professional Surfing, à ASP, Association of Surfing Professsional, o Tour incorporou o sistema homem a homem, espalhou provas por cinco continentes, refinou e aplicou tecnologia nos critérios de julgamento aproximando atletas, juízes e público, mudou o sistema de acesso e descenso, reviu o modelo de pontuação, entre outras inúmeras mudanças.
Ao longo desse quarto de século os estímulos às mudanças variaram. Durante bom tempo as limitações de patrocínios permitiram aos donos do dinheiro uma interferência que se sobrepôs aos interesses dos surfistas. Houve momentos em que os interesses de imagens para TV interferiram. Mas a cada novo pacote de alterações os surfistas foram conseguindo aproximar o mundial do modelo que eles acreditam ideal.
As mudanças para a temporada 2001, decididas na reunião de meio-de-ano da ASP realizada na semana passada na Califórnia, EUA, atenderam uma série de reivindicações dos atletas, o que quer dizer melhores condições de trabalho.
Entre elas destacam-se: a formação da WPS (World Professional Surfing), entidade formada pelos surfistas que visa manter a unidade do grupo e servir de elo com a ASP. Presidida pelo atual líder do ranking, Sunny Garcia, o órgão conta com o brasileiro Flávio Padaratz em seu quadro executivo.
Outra grande conquista foi na premiação / pontuação. Além de ampliada da atual média de US$ 150 mil para valores que variam de US$ 250 a US$ 750 mil, o critério privilegia as praias com melhores condições técnicas. A praia de Huntington por exemplo, classificada como “standard” paga mais para sediar uma prova do que o Rio de Janeiro, classificado como “good”.
Praias “prime” como Pipeline ou Teahupoo podem abrigar etapas que variam de não só a premiação entre o piso e o teto estipulados, mas também somar mais pontos no ranking (de 100 a 1500).
O critério, do ponto de vista técnico apropriado, preocupa quanto a capacidade de manutenção do volume de provas. O calendário proposto, já indica uma redução com três provas a menos que na atual temporada (14 x 11). Levando-se em consideração a necessidade de férias dos surfistas e de tempo para atender a outros compromissos profissionais isso pode até ser adequado. Mesmo do ponto de vista financeiro ainda é bem mais vantajoso. Resta saber se as onze etapas, ao menos, serão confirmadas.
Previsto para ter início em fevereiro em Pipeline, Havaí, seguindo para Kirra e Bell’s na Austrália, depois para Teahupoo (Tahiti) e Tavarua (Fiji), o circuito terá em sua primeira metade as melhores provas. Em seguida virá o Rio de Janeiro, Brasil, em nova data, julho, depois J-Bay, África, e vai caindo para as etapas da Europa, para terminar na Califórnia, num provável, e até previsto pela classificação das provas, maior anti-climax.


Notas

WQS
A cearense Tita Tavares conquistou a segunda vitória seguida no circuito, em Huntington Beach, EUA. Ela embolsou US$ 5 mil em prêmios e tomou da catarinense Jacqueline Silva a primeira posição do ranking. No masculino, Armando Daltro está em primeiro lugar. Ele desbancou o gaúcho Rodrigo Dornelles, que caiu para a terceira posição, atrás do norte-americano C.J. Hobgood.

Skate
Os brasileiros dominaram o pódio da Copa Mundial no último domingo, no Rio. Bob Burquinst, líder do ranking, venceu, seguido de Sandro “Mineirinho” Dias e Lincoln Ueda. Nesse fim-de-semana, acontece a primeira etapa do brasileiro modalidade vertical, na Tent Beach, em Santo André, SP. O Billabong Vert Pro Skate 2000 distribuirá R$ 5 mil em prêmios. As inscrições podem ser feitas através do tel: (11) 3067-0848.

Super Surf
A quarta etapa do circuito nacional começa amanhã, na praia de Stella Maris, em Salvador, BA. Sete integrantes do WCT estarão presentes na prova, que promete ser a mais disputada da temporada. São oferecidos R$ 75 mil em prêmios, em cada uma das seis etapas. Mais informações: www.supersurf.com.br



E-mail: carlosarli@revistatrip.com.br



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27/07/2000 - Snowboard no Mercosul
20/07/2000 - O mundial definitivo
13/07/2000 - Dj-Bay e Itamambuca
06/07/2000 - Disneylândia ou inferno
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