Diego
Medina
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Sunny
Garcia, 30, havia acabado de vencer Fabio Gouveia e caminhado
para as quartas-de-final quando a quinta bateria das oitavas
foi para a água. Nela, seu principal adversário na luta pelo
título mundial, o australiano Luke Egan, enfrentaria Kalani
Robb, havaiano como Sunny.
Quem esteve na Barra da Tijuca, Rio, ou acompanhou a transmissão
ao vivo pela TV da penúltima etapa do WCT, pôde perceber toda
a agonia do, até aquele momento, virtual campeão mundial de
surfe. A bateria acabou com uma escovada de Kalani, que, ao
final, seria o vencedor da etapa. Duas baterias mais tarde,
novo momento de tensão, quando o também australiano Jake Paterson,
última barreira ao título de Sunny, entrou na água. Desta
vez, foi o conterrâneo do adversário, Michael Lowe, quem facilitou
a vida do havaiano.
As imagens deixaram transparecer uma característica marcante
do novo campeão, a de que a dor de perder é bem mais intensa
que o prazer da vitória. Enquanto havia um risco, por mais
remoto que fosse, Sunny roeu unhas, apertou a esposa, lamentou
o desempenho dos seus adversários ou dos adversários deles,
enfim, sofreu intensamente. Quando finalmente a conquista
estava definida, sua reação foi bem mais discreta. Beijou
a mulher, recebeu humildemente os cumprimentos das pessoas
próximas, deu entrevistas, vibrou comedido.
Talvez sua campanha em 95, quando terminou em terceiro depois
de sair liderando o Tour e chegar à última etapa em primeiro
no ranking - muito parecida, exceto pelo desfecho, com a deste
ano - justifique a sua reação.
Talvez o fato de o resultado ter sido alcançado fora da água,
assistindo o desempenho dos adversários, também tenha contribuído.
Mais provável é que esse seja de fato um traço da personalidade
do novo campeão, assim como assistir TV ou fazer motocross,
brincar com os três filhos e curtir a vida familiar ou dropar
Waimea 25 pés.
A seguir um trecho da coluna, cujo título foi Sunny Day,
publicada em março:
" A ausência de Slater, o título de Occy no ano passado e
o início de temporada vitoriosa devem servir de estímulo a
Sunny. Esbanjando forma física, ele faturou o Billabong Pro,
em Queensland (Austrália).
O título na etapa de abertura da 25ª edição do Mundial de
surfe vem ratificar a excelente fase por que atravessa o havaiano.
Fechou a temporada 99 em quarto lugar, com a vitória na prestigiosa
Tríplice Coroa Havaiana, em dezembro. Começou o ano engordando
a conta bancária em US$ 50 mil, vencendo, em ondas de 12 pés
em Sunset, o Shoot-out, evento organizado pela Da Hui.
O ano portanto começa ensolarado para Sunny, o que é muito
importante para quem tem pretensões de chegar ao título mundial.
No ano passado, muita gente que acompanha o esporte desejou
e ficou feliz com a vitória de Occy. É provável que o mesmo
sentimento volte este ano para Sunny."
Notas
Windsurf
Wilhelm Schurmann venceu a segunda etapa do circuito brasileiro,
no Beach Park, em Fortaleza, CE, no último domingo. No feminino,
a campeã foi Valéria Matuck. Ontem começou, no mesmo local,
a etapa brasileira do mundial, que não conta pontos para o
ranking. Entre os dias 2 e 5 de novembro acontece, em Búzios,
RJ, o Dodge Wind Challenge, terceira etapa do brasileiro.
EMA 2000
A terceira edição da maior corrida de aventura do Brasil começou
dia 21 e deve terminar sábado. Participam da prova 33 equipes.
Ontem, a competição aconteceu na região da Praia do Sono,
em Paraty, RJ. A norte-americana Epinephrine está na frente,
em seguida a nacional Brasil 500 anos. Mais informações: www.ema.com.br
WQS
Hoje começa a 27ª etapa do circuito mundial do WQS, na Praia
Mole, em Florianópolis, SC. Estão em jogo US$ 60 mil e 1.500
pontos no ranking que classifica 16 surfistas para a elite
mundial do surfe. Muitos estrangeiros estão participando.
E-mail:
sarli@revistatrip.com.br
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