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Sábado, 25 de novembro de 2000

Torneio de verão

José Henrique Mariante
     

Diego Medina

A Ferrari promete quebrar uma tradição de anos e começar seus testes visando a próxima temporada em confronto direto com as outras equipes.

Os primeiros ensaios estavam previstos para acontecer em Fiorano, espécie de ilha da fantasia da escuderia italiana, onde sempre se quebram recordes e tudo funciona perfeitamente, a partir do primeiro dia de dezembro, quando acaba a quarentena imposta aos times pelo regulamento.

Mas a programação foi intensificada, com a inclusão de testes entre os dias 4 e 7 em Jerez de la Frontera. Quem interessa vai estar no circuito espanhol: McLaren, Williams, Benetton, BAR, Jordan, Arrows e Jaguar.

A Ferrari ainda promete testar em Valencia, na semana seguinte, e em Barcelona, pouco antes do Natal. De novo, em confronto direto com outras equipes. Mais importante, contra a McLaren.

Pela primeira vez em anos o time inglês não termina um campeonato com o melhor carro. E pela primeira vez em anos foi obrigado a divulgar mudanças na política interna da equipe.

Pouco antes de a Ferrari anunciar o fim de seu isolamento, a Mercedes vazou na mídia alemã que o orçamento da McLaren, estimados US$ 220 milhões anuais, terá um acréscimo de 15%.

Fazendo as contas, mais US$ 33 milhões para torrar em 2001. Como comparação, alguns milhões a mais do que Alain Prost terá que pagar para a Ferrari por um ano de fornecimento de motores na próxima temporada.

A fábrica alemã também trabalha com a expectativa de conseguir 80 cavalos a mais nas unidades a serem produzidas. Para tanto, o dinheiro extra será revertido para a Ilmor, responsável pelos motores Mercedes na categoria _resta alguma dúvida de por que a montadora abandonou este ano seu projeto na Indy?

Diante de tais números, a resposta da Ferrari, por enquanto limitada à programação de testes, parece tímida. Mas é bom lembrar que quem está atrás é a McLaren. Assim como acontece em qualquer esporte, faz barulho quem precisa aparecer.

Resumindo a história, a pré-temporada deste ano deve mostrar um pouco mais do que uma renovada F-1, que se vende para 2001 com novos pilotos, novas rivalidades e novas associações. Já é alguma coisa, mas nada que altere profundamente o enredo natural e repetitivo da categoria.

Juan Pablo Montoya, a maior afinidade de Williams e BMW, a volta da Renault pela Benetton, a volta da Honda por BAR e Jordan e o credenciamento de um monte de moleques, entre eles Luciano Burti, devem criar subtramas interessantes na história do próximo Mundial. Mas ninguém deve deixar o posto de coadjuvante.

Ferrari e McLaren continuarão disputando outro campeonato.

E esse outro campeonato começa em dez dias. Com Michael Schumacher no estaleiro até o final do ano, Rubens Barrichello e Luca Badoer serão os homens responsáveis pelos testes da escuderia italiana em dezembro.

Como Badoer não passa de um Badoer, quem vai estar na linha de frente do combate é o brasileiro. Hora de mostrar serviço.

 

NOTAS

GP Brasil
O Senado aprovou nesta semana a proibição da publicidade de cigarro no país. O automobilismo, após lobby, ganhou prazo até janeiro de 2003. Em um episódio patético, a proposta de que 20% do dinheiro gasto com patrocínio fosse revertido ao governo para divulgação de contrapropaganda, foi derrubada em votação que deveria ser aberta. Os votos, porém, não foram declarados, causando constrangimento na Casa. O projeto agora volta à Câmara para virar lei.

Stock Car
Renovada pelos próprios pilotos, a categoria encerra amanhã em Interlagos seu primeiro campeonato com chassis não modificados. A novidade para 2001 serão os motores V8. A ambição é virar uma espécie de Nascar. No cenário do automobilismo nacional, uma exceção.





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