Diego
Medina
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O
técnico Marco Aurélio Motta é o favorito
dos dirigentes da Confederação Brasileira de Vôlei
(CBV) para assumir a seleção feminina. O presidente
da CBV, Ary Graça, retorna hoje de férias. Se não
mudou de idéia nesse período de descanso, o plano
dele era conversar em primeiro lugar com Motta.
Fora dos clubes brasileiros na década de 90, Marco Aurélio
tem como principal façanha a conquista do primeiro título
mundial do país no vôlei feminino. Foi no Mundial
Juvenil da Coréia do Sul, em 87. A equipe era formada pela
melhor geração do vôlei brasileiro com Fernanda
Venturini, Márcia Fu e Ana Moser.
Ainda nos anos 80, Marco Aurélio foi campeão brasileiro
pelo Bradesco e pela Lufkin, do Rio de Janeiro. Depois foi para
a Itália e comandou a seleção feminina daquele
país. Atualmente, é diretor de esportes da Universidade
Santa Úrsula, no Rio.
Vale lembrar também que Marco Aurélio tem a passagem
mais rápida de um técnico na história da
seleção brasileira. Em 31 de janeiro de 89, foi
indicado pelo então presidente da CBV, Carlos Arthur Nuzman,
para assumir o cargo no lugar de Jorge de Barros. Exatamente 71
dias depois, pediu demissão.
O motivo? Na época, o técnico alegou problemas éticos
e pressões que vinha sofrendo depois de publicada uma entrevista
dele em um jornal carioca, na qual declarava que não iria
convocar a então atacante Isabel, hoje técnica do
Vasco, para a seleção.
Se for confirmada a indicação de Marco Aurélio
e ele aceitar o convite, a CBV vai escolher um técnico
que não está atuando na Superliga. Exatamente nesse
ponto que outros candidatos ao cargo, como William, do MRV/Minas,
têm vantagem: conhecem bem as atuais jogadoras brasileiras.
O certo é que seja lá quem for o indicado, o novo
comandante vai precisar de tempo para montar uma nova estrutura
de trabalho e conseguir manter a seleção feminina
entre as três melhores do mundo. Por isso, a CBV não
pode adiar mais: tem de anunciar logo o nome do técnico.
No masculino, por exemplo, Bernardinho já iniciou o trabalho:
Chico Santos, o seu auxiliar técnico, está acompanhando
e filmando os jogos da Superliga. E, hoje, a seleção
feminina tem maior prestígio e melhor posição
no ranking mundial do que a masculina e merece o mesmo tratamento.
Não dá para encerrar esta coluna sem lembrar que
o atacante Carlão foi obrigado a anunciar o fim de sua
carreira no vôlei de quadra por causa das dores de uma hérnia
de disco. Com 14 anos de seleção e 35 de idade,
ele deixou uma carta de despedida que deveria ser lida com atenção
pelos dirigentes.
Em um dos trechos, Carlão escreve: "Se nosso calendário
fosse menos puxado, se em todos os ginásios onde jogamos
houvesse o piso especial que absorve o impacto, eu poderia estar
começando mais uma Superliga, que disputaria com a raça
de sempre". Palavras do ex-capitão da seleção.
NOTAS:
Peneira
*O BCN/ Osasco vai selecionar atletas para suas equipes femininas
de base de vôlei no próximo dia 16 de dezembro. Para
as meninas nascidas entre 1987 e 88, o teste será das 8h
às 14h. No período da tarde (das 14h às 18h),
será a vez das nascidas entre 1982 e 86. A peneira será
realizada no Sesi Piratininga: avenida Getúlio Vargas,
nº 401, Osasco, São Paulo. Outras informações
pelo telefone (011) 36818781.
Italiano
*O Spezzano, da brasileira Hilma, conseguiu a segunda vitória
no Campeonato Italiano ao derrotar o Família Ímola
por 3 sets a 2. Hilma foi a maior pontuadora do jogo com 27 pontos,
mas o seu time, com quatro derrotas em seis jogos, está
na oitava posição. Já o Modena, de Ana Flávia
e atual campeão italiano, está na vice-liderança
com quatro vitórias em seis jogos. O líder é
o Reggio Calabria, da russa Evgenia Artamonova e da levantadora
croata Irina Kirillova.