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Segunda-Feira, 4 de dezembro de 2000
O favorito

Cida Santos
     

Diego Medina


O técnico Marco Aurélio Motta é o favorito dos dirigentes da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) para assumir a seleção feminina. O presidente da CBV, Ary Graça, retorna hoje de férias. Se não mudou de idéia nesse período de descanso, o plano dele era conversar em primeiro lugar com Motta.

Fora dos clubes brasileiros na década de 90, Marco Aurélio tem como principal façanha a conquista do primeiro título mundial do país no vôlei feminino. Foi no Mundial Juvenil da Coréia do Sul, em 87. A equipe era formada pela melhor geração do vôlei brasileiro com Fernanda Venturini, Márcia Fu e Ana Moser.

Ainda nos anos 80, Marco Aurélio foi campeão brasileiro pelo Bradesco e pela Lufkin, do Rio de Janeiro. Depois foi para a Itália e comandou a seleção feminina daquele país. Atualmente, é diretor de esportes da Universidade Santa Úrsula, no Rio.

Vale lembrar também que Marco Aurélio tem a passagem mais rápida de um técnico na história da seleção brasileira. Em 31 de janeiro de 89, foi indicado pelo então presidente da CBV, Carlos Arthur Nuzman, para assumir o cargo no lugar de Jorge de Barros. Exatamente 71 dias depois, pediu demissão.

O motivo? Na época, o técnico alegou problemas éticos e pressões que vinha sofrendo depois de publicada uma entrevista dele em um jornal carioca, na qual declarava que não iria convocar a então atacante Isabel, hoje técnica do Vasco, para a seleção.

Se for confirmada a indicação de Marco Aurélio e ele aceitar o convite, a CBV vai escolher um técnico que não está atuando na Superliga. Exatamente nesse ponto que outros candidatos ao cargo, como William, do MRV/Minas, têm vantagem: conhecem bem as atuais jogadoras brasileiras.

O certo é que seja lá quem for o indicado, o novo comandante vai precisar de tempo para montar uma nova estrutura de trabalho e conseguir manter a seleção feminina entre as três melhores do mundo. Por isso, a CBV não pode adiar mais: tem de anunciar logo o nome do técnico.

No masculino, por exemplo, Bernardinho já iniciou o trabalho: Chico Santos, o seu auxiliar técnico, está acompanhando e filmando os jogos da Superliga. E, hoje, a seleção feminina tem maior prestígio e melhor posição no ranking mundial do que a masculina e merece o mesmo tratamento.

Não dá para encerrar esta coluna sem lembrar que o atacante Carlão foi obrigado a anunciar o fim de sua carreira no vôlei de quadra por causa das dores de uma hérnia de disco. Com 14 anos de seleção e 35 de idade, ele deixou uma carta de despedida que deveria ser lida com atenção pelos dirigentes.

Em um dos trechos, Carlão escreve: "Se nosso calendário fosse menos puxado, se em todos os ginásios onde jogamos houvesse o piso especial que absorve o impacto, eu poderia estar começando mais uma Superliga, que disputaria com a raça de sempre". Palavras do ex-capitão da seleção.

NOTAS:


Peneira
*O BCN/ Osasco vai selecionar atletas para suas equipes femininas de base de vôlei no próximo dia 16 de dezembro. Para as meninas nascidas entre 1987 e 88, o teste será das 8h às 14h. No período da tarde (das 14h às 18h), será a vez das nascidas entre 1982 e 86. A peneira será realizada no Sesi Piratininga: avenida Getúlio Vargas, nº 401, Osasco, São Paulo. Outras informações pelo telefone (011) 36818781.

Italiano
*O Spezzano, da brasileira Hilma, conseguiu a segunda vitória no Campeonato Italiano ao derrotar o Família Ímola por 3 sets a 2. Hilma foi a maior pontuadora do jogo com 27 pontos, mas o seu time, com quatro derrotas em seis jogos, está na oitava posição. Já o Modena, de Ana Flávia e atual campeão italiano, está na vice-liderança com quatro vitórias em seis jogos. O líder é o Reggio Calabria, da russa Evgenia Artamonova e da levantadora croata Irina Kirillova.


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