|
|
|
|
|
|
|
A conquista
do título da Superliga pelo Telemig/Minas tem um significado
especial: traz de volta ao topo um clube com tradição
no vôlei. E isso não é pouco para um esporte sem
memória no país e acostumado com equipes que são
feitas e desfeitas de acordo com os departamentos de marketing dos
patrocinadores.
O Minas é o único que conta com uma história
de diferentes gerações de jogadores, que vão
se sucedendo. No primeiro título, em 64, o time tinha Sérgio
Bruno. No tricampeonato nos anos 80, Hélder. Neste última
conquista, Henrique. Em comum, os três têm o mesmo sobrenome
e são da mesma família.
Os jogadores da velha geração também permanecem
no clube. Sérgio Bruno é o atual presidente do Minas.
O vice, Urbano Brochado, foi seu colega na conquista do título
nacional de 64 e também é pai de Urbaninho, um dos levantadores
do time nos anos 80.
Tradição significa história, algo raro no vôlei.
Vendo a camisa 7 nas costas de Giba é impossível não
lembrar de Pelé, o maior atacante do time nos anos 80. Naquela
época, o Minas conquistou corações pelo país
por ganhar três títulos brasileiros seguidos de Pirelli
e Bradesco, times que tinham as feras da seleção.
Tanta tradição também formou uma torcida com
comportamento e paixão mais semelhantes a do futebol. Torcedor
do Minas entende de vôlei, crítica jogadores, conhece
a história do clube e lota ginásios.
O Minas é o time brasileiro que mais se assemelha ao modelo
italiano: os patrocinadores vão se alternando ao longo do tempo,
ora com mais ou menos verbas, mas o clube permanece com sua estrutura,
seu nome e sua história.
O mineiro Cebola, atual técnico do time, fez parte da geração
tricampeã brasileira nos anos 80. E a ousadia dele, de colocar
na quadra a nova geração de jogadores formada pelo clube,
foi uma das responsáveis pela conquista do título.
No último sábado, ele surpreendeu a Unisul duas vezes.
O esperado era que o canhoto André Nascimento substituísse
Carlão, que cumpria suspensão por uma partida. Mas quem
começou jogando foi outro novato: Bruno. A maior ousadia foi
deixar o levantador Maurício no banco. Em seu lugar, entrou
Rafa.
O fator surpresa acabou desestruturando o adversário. Cebola
tem outro mérito: conseguiu que Maurício voltasse a
jogar tudo o que sabe. Ele fez partidas primorosas na Superliga e
foi um dos responsáveis pela campanha do time.
Para encerrar, vale lembrar o quanto é difícil no país
manter um time de vôlei por tantos anos como o Minas. Um exemplo:
o Suzano ainda não tem a sua continuidade confirmada. O time
procura um novo patrocinador majoritário.
Nas últimas dez temporadas, a equipe conquistou a cidade de
Suzano e formou uma torcida. É o time mais vitorioso do país
nos anos 90 com três títulos brasileiros e sete paulistas.
Uma história dessas está ameaçada de ser interrompida.
E assim caminha o vôlei brasileiro.
NOTAS:
Italiano
*O Modena, da atacante brasileira Ana Flávia, precisa de apenas
mais uma vitória para conquistar o título do Campeonato
Italiano. Na rodada do final de semana, o time venceu o Reggio Calabria,
do trio cubano Yumilka Ruiz, Ana Ivis Fernandes e Marlenis Costa,
por 3 sets a 1. Foi a segunda vitória do Modena, que é
dirigido pela chinesa Lang Ping, na série de cinco partidas
da fase final. O próximo jogo será quinta-feira.
Italiano 2
*O Palermo, do brasileiro Marcelinho, foi derrotado ontem pelo Roma
por 3 sets a 1, na quarta rodada das semifinais do Campeonato Italiano.
Em quatro jogos, o Palermo soma três derrotas e uma vitória.
O líder é o Modena, que venceu ontem o Cuneo por 3 sets
a 1 e completou quatro vitórias. O Roma está com três
vitórias e o Cuneo quatro derrotas. Os dois primeiros colocados
se classificam para a final.
E-mail: cidasan@uol.com.br
Leia
mais:
Leia
as colunas anteriores:
24/04/00 - Jogo de erros
17/04/00 - Duelo de defesas
|
|
|
|