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PENSATA

Segunda-Feira, 8 de maio de 2000
Pesos e medidas

Cida Santos
     
Diego Medina
 

A decisão da comissão técnica da seleção brasileira de dispensar a levantadora Carol merece reflexão. A justificativa para o corte: ela estaria acima do peso e com alta taxa de gordura corporal. As duas próximas competições da seleção serão em agosto e setembro, tempo suficiente para Carol voltar à forma.

Em um país com poucas opções de grandes levantadoras, Carol, 22, é uma boa alternativa para o futuro. Fernanda, 29, já não quer mais jogar na seleção. Fofão, agora titular absoluta, está com 30 anos. Ousada na quadra, Carol também tem um físico privilegiado para uma levantadora: mede 1,82 m.

No texto divulgado pela assessoria de imprensa da CBV, o preparador físico da seleção, José Inácio, diz que a jogadora foi informada que precisaria se apresentar em boa forma e que ela não avisou que estava tendo dificuldade para emagrecer. Baseada nisso, a avaliação foi que “ela não se interessou muito”.

É complicada uma conclusão dessas. Será que o emagrecimento se baseia apenas em força de vontade? Não seria melhor deixar de se concentrar apenas no que a balança registra e se trabalhar com a atleta sobre essa dificuldade de ficar em forma?

No ano passado, Carol estava com um problema na tiróide. Naquela época foi tratada, entrou em forma e fez parte da seleção brasileira, que conquistou a medalha de ouro no Pan-americano de Winnipeg.

O médico da seleção, João Olintho, segundo a assessoria da CBV, diz que a levantadora já está curada e que nada a impede de emagrecer. Mas ela ainda tem problemas para manter o peso. Será que não seria o caso de se investir novamente na atleta e se procurar outras razões para essa sua dificuldade?

Na última temporada, Carol foi um dos destaques. Comandado por ela, o Pinheiros superou favoritos, como o BCN e o Minas, e foi campeão paulista. Na Superliga, seu time fez uma campanha melhor do que a do Flamengo, das estrelas Virna e Leila, e disputou as semifinais ao lado de Rexona, Minas e BCN.

Com o corte de Carol, a seleção já fica com as duas levantadoras definidas para a Olimpíada: Fofão e Gisele. E se até setembro uma delas se machucar? Carol será chamada de volta? Não seria melhor deixá-la na seleção, colocá-la em forma para, em caso de contusão, se ter uma terceira levantadora já preparada?

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O Vasco agitou e inflacionou o mercado com salários milionários e a formação de um time de estrelas com Márcia Fu, Ida e Fernanda Venturini. Parece que tudo começa a melhorar, mas a história não é bem assim.
O vôlei brasileiro continua padecendo do mal que pode ser representado pela história do cobertor curto: quando cobre a cabeça, descobre os pés. O Vasco entra e a Unincor sai. O time mineiro, com uma das maiores torcidas do vôlei nos últimos anos e com grande trabalho nas categorias de base, perdeu o patrocínio.

NOTAS:

Italiano
*O Modena, da brasileira Ana Flávia, vai decidir o título do Campeonato Italiano com o Reggio Calabria, das cubanas Ana Ivis Fernandez, Yumilka Ruiz e Marlenys Costa. O Modena estava com duas vitórias, mas perdeu os dois últimos jogos do Reggio Calabria por 3 sets a 2. O quinto e decisivo jogo será quinta-feira.

Italiano 2
*O Modena, do atacante Giani, e o Roma, dos cubanos Osvaldo e Ihosvany Hernandez, iniciam quarta-feira a disputa do título italiano. O Palermo, do levantador Marcelinho, ficou em terceiro lugar.

Japão
*O Suntory, do atacante Gílson, foi o campeão da Copa do Imperador, torneio que reúne em Osaka os times que disputaram o Campeonato Japonês. Na final, o Suntory venceu o Panasonic por 3 sets a 1, com 48 pontos de Gílson.

E-mail: cidasan@uol.com.br

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