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Diego
Medina
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A decisão
da comissão técnica da seleção brasileira de dispensar a levantadora
Carol merece
reflexão. A justificativa para o corte: ela estaria acima do peso
e com alta taxa de gordura corporal. As duas próximas competições
da seleção serão em agosto e setembro, tempo suficiente para Carol
voltar à forma.
Em um país com poucas opções de grandes levantadoras, Carol, 22,
é uma boa alternativa para o futuro. Fernanda, 29, já não quer mais
jogar na seleção. Fofão, agora titular absoluta, está com 30 anos.
Ousada na quadra, Carol também tem um físico privilegiado para uma
levantadora: mede 1,82 m.
No texto divulgado pela assessoria de imprensa da CBV, o preparador
físico da seleção, José Inácio, diz que a jogadora foi informada
que precisaria se apresentar em boa forma e que ela não avisou que
estava tendo dificuldade para emagrecer. Baseada nisso, a avaliação
foi que “ela não se interessou muito”.
É complicada uma conclusão dessas. Será que o emagrecimento se baseia
apenas em força de vontade? Não seria melhor deixar de se concentrar
apenas no que a balança registra e se trabalhar com a atleta sobre
essa dificuldade de ficar em forma?
No ano passado, Carol estava com um problema na tiróide. Naquela
época foi tratada, entrou em forma e fez parte da seleção brasileira,
que conquistou a medalha de ouro no Pan-americano de Winnipeg.
O médico da seleção, João Olintho, segundo a assessoria da CBV,
diz que a levantadora já está curada e que nada a impede de emagrecer.
Mas ela ainda tem problemas para manter o peso. Será que não seria
o caso de se investir novamente na atleta e se procurar outras razões
para essa sua dificuldade?
Na última temporada, Carol foi um dos destaques. Comandado por ela,
o Pinheiros superou favoritos, como o BCN e o Minas, e foi campeão
paulista. Na Superliga, seu time fez uma campanha melhor do que
a do Flamengo, das estrelas Virna e Leila, e disputou as semifinais
ao lado de Rexona, Minas e BCN.
Com o corte de Carol, a seleção já fica com as duas levantadoras
definidas para a Olimpíada: Fofão e Gisele. E se até setembro uma
delas se machucar? Carol será chamada de volta? Não seria melhor
deixá-la na seleção, colocá-la em forma para, em caso de contusão,
se ter uma terceira levantadora já preparada?
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O Vasco agitou e inflacionou o mercado com salários milionários
e a formação de um time de estrelas com Márcia Fu, Ida e Fernanda
Venturini. Parece que tudo começa a melhorar, mas a história não
é bem assim.
O vôlei brasileiro continua padecendo do mal que pode ser representado
pela história do cobertor curto: quando cobre a cabeça, descobre
os pés. O Vasco entra e a Unincor sai. O time mineiro, com uma das
maiores torcidas do vôlei nos últimos anos e com grande trabalho
nas categorias de base, perdeu o patrocínio.
NOTAS:
Italiano
*O Modena, da brasileira Ana Flávia, vai decidir o título do Campeonato
Italiano com o Reggio Calabria, das cubanas Ana Ivis Fernandez,
Yumilka Ruiz e Marlenys Costa. O Modena estava com duas vitórias,
mas perdeu os dois últimos jogos do Reggio Calabria por 3 sets a
2. O quinto e decisivo jogo será quinta-feira.
Italiano 2
*O Modena, do atacante Giani, e o Roma, dos cubanos Osvaldo e Ihosvany
Hernandez, iniciam quarta-feira a disputa do título italiano. O
Palermo, do levantador Marcelinho, ficou em terceiro lugar.
Japão
*O Suntory, do atacante Gílson, foi o campeão da Copa do Imperador,
torneio que reúne em Osaka os times que disputaram o Campeonato
Japonês. Na final, o Suntory venceu o Panasonic por 3 sets a 1,
com 48 pontos de Gílson.
E-mail: cidasan@uol.com.br
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01/05/00 - Tradição
mineira
24/04/00 - Jogo de erros
17/04/00 - Duelo de defesas
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