|
Diego
Medina
|
|
|
|
A seleção brasileira retorna da Polônia com uma derrota, uma vitória
e uma certeza: no vôlei moderno, sacar bem é fundamental. E foi
com um saque poderoso que o Brasil conseguiu vencer o segundo jogo.
Com Max, Joel e Dante descendo a mão, o time registrou a incrível
marca de 12 "aces".
O saque de Max chegou a impressionar com uma velocidade de 110 km/h.
O certo é que com esse fundamento funcionando, vale a velha fórmula
do vôlei: quebra-se a recepção adversária e o bloqueio também volta
a funcionar.
Outro ponto positivo foi que o técnico Radamés Lattari começou a
mexer mais no time. Normalmente suas substituições resumem-se à
inversão de rede. Ou seja, ele coloca um levantador no fundo da
quadra no lugar de um atacante.
E outro atacante substitui o levantador na rede.
Na Polônia, Lattari ousou. Depois da tragédia dos dois primeiros
sets no primeiro jogo de sexta-feira, ele colocou Joel e Max na
quadra. Como eles atuam na mesma posição (diagonal do levantador),
foi preciso então deslocar Max para a ponta. Com os dois, o time
ganhou em força de ataque e saque.
Com Max e Joel, o Brasil ganhou o terceiro set e só não virou o
primeiro jogo por erros bobos, falhas que não podem acontecer em
momentos decisivos. O time estava com uma vantagem no quarto set
de 23 a 21 e permitiu que os adversários marcassem quatro pontos
seguidos e fechassem em 25 a 23.
No sábado, quase a mesma cena se repete: a vantagem de Brasil era
de 19 a 11 no terceiro set. Em um jogo que todo erro é ponto, o
time brasileiro permitiu que a Polônia fizesse o que parecia impossível:
chegar ao empate. E a vitória, mais uma vez, quase escapa: o set
acabou em 35 a 33 para o Brasil.
São essas oscilações da seleção que deveriam ser mais trabalhadas.
Um grande time, que sonha com outra medalha olímpica, não pode ser
tão irregular.
*
No vôlei feminino, o desafio é a conquista das quatro últimas vagas
para os Jogos de Sydney. O Pré-olímpico começa sábado, em Tóquio.
Estão inscritas oito seleções: China, Coréia, Japão, Itália, Croácia,
Holanda, Canadá e Argentina.
As três primeiras colocadas e a melhor asiática se classificam.
Você deve estar se perguntando: por que a melhor asiática garante
vaga? Como não houve o Pré-olímpico da Ásia, a vaga olímpica desse
continente será decidida agora.
Vale lembrar que já está em vigor a nova regra da Federação Internacional
de Vôlei (FIVB): cada seleção só pode inscrever uma jogadora naturalizada
que já tenha defendido outro país em Olimpíada ou Mundial.
A Croácia, por exemplo, vai ter de jogar com apenas uma das quatro
russas naturalizadas: as levantadoras Maria Likhtenchtein e Irina
Kirillova; e as atacantes Elena Chebukina e Tatiana Sidorenko. Já
a Itália terá o reforço da brasileira, naturalizada italiana, Ana
Paula de Tassis, que está jogando como líbero.
NOTAS:
Surpresa
*A Holanda fez a festa na última rodada: conseguiu sua primeira
vitória, em seis jogos, na Liga Mundial e logo sobre a favorita
Rússia. Mas os holandeses tiveram uma ajuda extra: a contusão de
Roman Iakovlev, o principal atacante adversário.
Espanha
*A Espanha, próxima adversária do Brasil, terá o reforço de atacante
Rafael Pascual, eleito o melhor jogador no Mundial de 98. Pascual
e Salvador, que estavam de férias, voltaram ao time nos jogos do
final de semana contra os EUA.
Torcida
*Terceira colocada no grupo, Cuba é a primeira em torcida na Liga
Mundial: 33 mil pessoas assistiram os dois últimos jogos contra
a França, em Havana. Os franceses são a sensação: conseguiram uma
vitória sobre os cubanos na casa dos adversários e lideram o grupo
que também tem Rússia e Holanda.
E-mail:
cidasan@uol.com.br
Leia
mais:
Leia
as colunas anteriores:
05/06/00 - Contusões e soluções
29/05/00 - Estréia com derrota
22/05/00 - Teste de forças
15/05/00 - O Enigma
08/05/00 - Pesos e medidas
01/05/00 - Tradição
mineira
24/04/00 - Jogo de erros
17/04/00 - Duelo de defesas
|
|