|
Em
pleno país com tradição de grandes atacantes, a defesa roubou a
cena na decisão da Superliga Feminina. Rexona e MRV/Minas, os dois
times com melhor aproveitamento nesse fundamento do torneio, fizeram
em três jogos um duelo de defesas espetaculares. Mais eficiente,
o Rexona ficou com o título.
Dessas
finais ficam registrados na memória pelo menos dois lances em que
a bola parecia não querer mais cair no chão. Em um deles, no segundo
set do segundo jogo, a disputa do ponto durou 1min16s. Foi um show
de defesas dos dois times. Para se ter idéia, a bola esteve doze
vezes em cada lado da quadra.
O
outro lance aconteceu no confronto que decidiu o título no sábado.
No terceiro set, as duas equipes fizeram mais uma sequência sensacional
de defesas. A jogada começou com um saque de Tara Cross Battle e
só terminou depois de 1min04s com um erro de ataque de Walewska.
Para
se ter uma noção do que esse tempo de bola em jogo significa basta
um exemplo: o lance mais comum do vôlei -com um saque, armação do
ataque do adversário, defesa e contra-ataque- dura em média 10 segundos.
O
Rexona, com a levantadora Fernanda dando show de bola, também teve
o mérito de diminuir a eficiência de Cristina Pirv, melhor atacante
do Minas. A tática para cansá-la ou tirá-la do ataque foi um bombardeio
de saques sobre Pirv. Ela fez a assombrosa média de 53 recepções
por jogo, o dobro da líbero Josiane. O único problema nessas finais
foi o erro da arbitragem no segundo jogo. No terceiro set, quando
estava 24 a 23 para o Rexona, o juiz errou na marcação e considerou
fora uma bola de bloqueio do Minas que estava dentro. Com o ponto,
o time mineiro poderia ter empatado o set e quem sabe mudado a história
do jogo.
*
O Palermo, equipe do levantador brasileiro Marcelinho, provou no
Campeonato Italiano que os últimos também podem ser os primeiros.
Oitavo colocado na fase de classificação, o time garantiu uma vaga
nas semifinais ao eliminar o líder Sisley. Já o favorito Macerata,
do atacante Nalbert, foi eliminado.
O
Macerata teve a segunda melhor campanha da competição e era um dos
candidatos ao título. Nas quartas-de-final enfrentou o Cuneo, sétimo
colocado da fase anterior, que tem como destaque o espanhol Rafael
Pascual. O Macerata caiu com duas derrotas, na série de três jogos,
por 3 sets a 2.
A
façanha da temporada foi mesmo a classificação do Palermo. O time
de Marcelinho chegou a ficar em penúltimo lugar na tabela. Garantiu
o oitavo lugar e a vaga nas quartas-de-final apenas na última rodada.
Em 22 jogos, somava 13 derrotas, quase o triplo do líder Sisley,
que havia perdido só quatro jogos.
Está certo que o Sisley chegou à fase decisiva sem o atacante Bernardi,
um dos responsáveis pela recepção da equipe. Mas o Palermo, comandado
por Marcelinho, teve suas virtudes e um ataque eficiente com o cubano
Dennis.
NOTAS
Saque
O que tem chamada atenção no Campeonato Italiano, que reúne as principais
feras do vôlei, é a potência do saque. Acredite se quiser: o Parma
registrou 20 pontos de saque no primeiro jogo das quartas-de-final
contra o Modena. Essa marca é recorde na Itália e, possivelmente,
no mundo.
Ana Flávia
O Modena, da brasileira Ana Flávia, precisa de mais uma vitória
sobre o Vicenza para chegar à final do Campeonato Italiano. O próximo
jogo será quarta-feira. O Modena, dirigido pela chinesa Lang Ping,
está com duas vitórias e uma derrota na série de cinco partidas.
A outra vaga das semifinais será decidida entre Reggio Calabria,
da croata Irina Kirillova, e Perugia, da brasileira Andréa Marras.
Leia
mais:
|
|