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Segunda-feira, 17 de abril de 2000
 

Duelo de defesas

 
Cida Santos
     


Em pleno país com tradição de grandes atacantes, a defesa roubou a cena na decisão da Superliga Feminina. Rexona e MRV/Minas, os dois times com melhor aproveitamento nesse fundamento do torneio, fizeram em três jogos um duelo de defesas espetaculares. Mais eficiente, o Rexona ficou com o título.

Dessas finais ficam registrados na memória pelo menos dois lances em que a bola parecia não querer mais cair no chão. Em um deles, no segundo set do segundo jogo, a disputa do ponto durou 1min16s. Foi um show de defesas dos dois times. Para se ter idéia, a bola esteve doze vezes em cada lado da quadra.

O outro lance aconteceu no confronto que decidiu o título no sábado. No terceiro set, as duas equipes fizeram mais uma sequência sensacional de defesas. A jogada começou com um saque de Tara Cross Battle e só terminou depois de 1min04s com um erro de ataque de Walewska.

Para se ter uma noção do que esse tempo de bola em jogo significa basta um exemplo: o lance mais comum do vôlei -com um saque, armação do ataque do adversário, defesa e contra-ataque- dura em média 10 segundos.

O Rexona, com a levantadora Fernanda dando show de bola, também teve o mérito de diminuir a eficiência de Cristina Pirv, melhor atacante do Minas. A tática para cansá-la ou tirá-la do ataque foi um bombardeio de saques sobre Pirv. Ela fez a assombrosa média de 53 recepções por jogo, o dobro da líbero Josiane. O único problema nessas finais foi o erro da arbitragem no segundo jogo. No terceiro set, quando estava 24 a 23 para o Rexona, o juiz errou na marcação e considerou fora uma bola de bloqueio do Minas que estava dentro. Com o ponto, o time mineiro poderia ter empatado o set e quem sabe mudado a história do jogo.

*


O Palermo, equipe do levantador brasileiro Marcelinho, provou no Campeonato Italiano que os últimos também podem ser os primeiros. Oitavo colocado na fase de classificação, o time garantiu uma vaga nas semifinais ao eliminar o líder Sisley. Já o favorito Macerata, do atacante Nalbert, foi eliminado.

O Macerata teve a segunda melhor campanha da competição e era um dos candidatos ao título. Nas quartas-de-final enfrentou o Cuneo, sétimo colocado da fase anterior, que tem como destaque o espanhol Rafael Pascual. O Macerata caiu com duas derrotas, na série de três jogos, por 3 sets a 2.

A façanha da temporada foi mesmo a classificação do Palermo. O time de Marcelinho chegou a ficar em penúltimo lugar na tabela. Garantiu o oitavo lugar e a vaga nas quartas-de-final apenas na última rodada. Em 22 jogos, somava 13 derrotas, quase o triplo do líder Sisley, que havia perdido só quatro jogos.
Está certo que o Sisley chegou à fase decisiva sem o atacante Bernardi, um dos responsáveis pela recepção da equipe. Mas o Palermo, comandado por Marcelinho, teve suas virtudes e um ataque eficiente com o cubano Dennis.



NOTAS

Saque
O que tem chamada atenção no Campeonato Italiano, que reúne as principais feras do vôlei, é a potência do saque. Acredite se quiser: o Parma registrou 20 pontos de saque no primeiro jogo das quartas-de-final contra o Modena. Essa marca é recorde na Itália e, possivelmente, no mundo.

Ana Flávia
O Modena, da brasileira Ana Flávia, precisa de mais uma vitória sobre o Vicenza para chegar à final do Campeonato Italiano. O próximo jogo será quarta-feira. O Modena, dirigido pela chinesa Lang Ping, está com duas vitórias e uma derrota na série de cinco partidas. A outra vaga das semifinais será decidida entre Reggio Calabria, da croata Irina Kirillova, e Perugia, da brasileira Andréa Marras.


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