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Diego
Medina
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Quem diria, o Brasil ainda conseguiu ficar em terceiro lugar na Liga Mundial! O único bom jogo da seleção foi mesmo ontem contra a Iugoslávia. Fica difícil se animar com um time tão irregular que é capaz de atuações tão desastradas como nas duas derrotas para a Itália e Iugoslávia na última semana.
O problema não é perder, mas a forma como o Brasil tem sido derrotado.
Vale até o registro de uma frase do atacante Nalbert depois da derrota por 3 sets a 0 para a Itália, na terceira rodada da fase final, em apenas 67 minutos. "Estou envergonhado". E com razão: o time estava totalmente perdido em quadra.
Mas afinal o que será que provoca tanta irregularidade na seleção? Essa questão merece uma reflexão de jogadores e comissão técnica. Vale lembrar que os últimos torneios foram todos complicados: a Copa do Mundo, o Pré-olímpico (o Brasil quase perdeu a vaga para a Argentina) e agora a Liga Mundial.
O que não se pode é encobrir os problemas com essa medalha de bronze na Liga. A vitória sobre a Rússia, que ajudou a classificar o Brasil para a decisão do terceiro lugar, foi importante, mas também não dá para ignorar que os adversários jogaram a partida inteira com o time misto.
Já classificados para a final, os russos não deram muita importância para o confronto contra o Brasil. O técnico Gennadi Shipoulin até facilitou a vida dos brasileiros. No terceiro set, por exemplo, tirou metade do time que havia vencido o set anterior. Se fosse derrotado, o time brasileiro poderia ficar até em sexto lugar.
Na entrevista coletiva, Shipoulin disse que como podia até perder essa partida decidiu dar uma chance para os outros atletas atuarem. Mesmo depois de vencer a Rússia, o Brasil, para chegar à decisão do terceiro lugar, ainda teve de ficar torcendo para os EUA perderem dois sets da Holanda.
O certo é que o desempenho do time brasileiro está abaixo do esperado. Prova disso é que a menos de dois meses para a Olimpíada, Tande e Giovane, que estão há três anos sem disputar um jogo oficial, vão retornar agora à seleção como salvadores da pátria.
Já a Itália mostrou ontem que também é importante o técnico ser ousado, arriscar, mexer mais no time. E isso falta a Radamés Lattari. Ontem, na decisão do título contra a Rússia, o maior mérito foi do técnico Andrea Anastasi que com suas alterações conseguiu virar o placar e levar o time ao oitavo título na Liga.
Mas na última semana, a Itália também mostrou que o velho trauma contra a Holanda ainda está vivo. Para quem não se lembra, nas duas últimas Olimpíadas, foram os holandeses que eliminaram os italianos do caminho do ouro olímpico, único título que falta ao currículo da "azzurra", atual tricampeã mundial.
Nos seis jogos que disputaram para chegar ao título, os italianos só perderam para a Holanda, a equipe com pior campanha entre os finalistas. Talvez seja um consolo para nós: os campeões também têm traumas e dificuldades.
NOTAS:
Desmanche
*Os principais jogadores da seleção norte-americana vão se transferir para o vôlei italiano. O levantador Lloy Ball acertou com o Modena. Os atacantes George Roumain e Ryan Millar vão jogar no Forli. Já o ponteiro Michael Lambert se transferiu para o Montichiari.
Pré-olímpico
*A Argentina estréia sexta-feira contra o Japão no Pré-olímpico de Portugal. Já a Venezuela jogará com os portugueses. As quatro seleções vão se enfrentar em turno único. Quem tiver a melhor campanha, garante vaga em Sydney.
Mundial
*A Federação Internacional de Vôlei ainda não confirmou o Brasil como sede do Mundial Feminino de 2002. A Itália poderá se candidatar para sediar a competição. O Mundial masculino será na Argentina.
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