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Segunda-Feira, 21 de agosto de 2000

Festa cubana

Cida Santos
     

Diego Medina
 


A festa foi dos cubanos na Copa América. A seleção brasileira, que chegou à final invicta e com a melhor campanha, tropeçou no único momento em que não poderia: na decisão do título. Fica uma questão: por que no principal jogo, o Brasil, que havia feito grandes apresentações durante o torneio, fez sua pior partida?
Está certo: os cubanos têm seus méritos para a conquista do título, mas o time brasileiro também tem seus problemas. Tecnicamente, a grande diferença esteve no saque. Quem foi mais eficiente nesse fundamento, ganhou o troféu.
Também faltou ao técnico Radamés Lattari explorar melhor as peças que tem na mão. O atacante Giovane está sendo usado em uma posição que não é a dele. Está entrando como oposto, no lugar de Dante. Quem deveria entrar nessa posição é Max. Tande também fez falta no último set.
Mas além da tática e da técnica, em jogos decisivos entra em cena também a capacidade de o time saber lidar com pressões e conseguir ganhar na hora que vale. Nos Jogos de Winnipeg, o Brasil perdeu na final para Cuba. E a história se repetiu agora na Copa América.
Na última Copa do Mundo e na fase final da Liga Mundial, o Brasil só começou a jogar melhor quando já não tinha mais chances de chegar ao título. Vale uma reflexão para se saber o que acontece.
As derrotas, principalmente como a de ontem que foi em casa, são doloridas, mas também precisam servir como alertas para não se repetir os mesmos erros. O certo é que o Brasil tem time para brigar pelo ouro em Sydney. A questão é como fazer essa equipe render tudo o que pode.

*


No vôlei feminino, mais uma vez não há surpresas: Brasil, Rússia, China e Cuba vão disputar a fase final do Grand Prix no próxima final de semana. Das quatro, as chinesas são as mais irregulares com cinco derrotas e quatro vitórias. Já as cubanas estão perfeitas e invictas em nove jogos.
A seleção brasileira voltou a perder ontem das russas, mas em um jogo diferente da semana anterior, quando foi derrotada por 3 sets a 0. Desta vez o confronto foi equilibrado e decidido no quinto set com um placar de 19 a 17. A maior diferença entre os dois jogos foi a entrada de Elisângela no lugar de Leila.
Com um físico privilegiado, Elisângela, de1,84 m e 84 kg, dá mais força ao ataque brasileiro e tem mais facilidade para enfrentar o bloqueio das gigantes russas. E a seleção ainda jogou sem sua principal atacante: Virna ainda está se recuperando de uma contusão no pé direito.
Mas no próximo final de semana tem mais: a seleção volta a enfrentar a Rússia nas semifinais. O lamentável é que, em caso de derrota, o Brasil vai para Sydney sem ter tido a chance de pelo menos fazer um jogo nesta temporada contra Cuba, a grande favorita para o ouro olímpico.


NOTAS:


Surpresa
*A República Tcheca, que nos anos 60 ainda como antiga Tchecoslováquia tinha tradição no vôlei, volta a investir em uma nova geração. O resultado foi a conquista do título europeu juvenil feminino com uma vitória surpreendente na final sobre a Itália por 3 sets a 2. As italianas lutavam pelo terceiro título consecutivo.

Cortes
*A Itália, tricampeã mundial, começa a definir o time para Sydney. O técnico Andrea Anastasi anunciou os quatro primeiros cortes no grupo de 18 jogadores. Foram dispensados: Bovolenta, Giombini, Vermiglio e Molteni. Esta semana, serão definidos os dois últimos cortes.


Testes finais
*Iugoslávia, Itália, Espanha e Coréia do Sul vão disputar a partir de quarta-feira um quadrangular em seis cidades italianas. O torneio serve de preparação final para essas seleções acertarem o time para a Olimpíada.


E-mail: cidasan@uol.com.br

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14/08/00 - Aprendizado
07/08/00 - Hora da decisão
31/07/00 - Teste final
24/07/00 - Corrida contra o tempo
17/07/00 - Dificuldades e traumas
10/07/00 - Descompassos
03/07/00 -
Alívio e Classificação
26/06/00 - Avanços
19/06/00 - Sofrimento
12/06/00 - A força do saque
05/06/00 - Contusões e soluções
29/05/00 - Estréia com derrota
22/05/00 - Teste de forças
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