O personagem

Moacyr Lopes Junior
Giovane


A pergunta de hoje

O colunista responde
Aconteceu na semana
Esporte em números
Veja na TV


PENSATA

Segunda-Feira, 19 de junho de 2000
Sofrimento

Cida Santos
     
Diego Medina
 

Os dois jogos do Brasil contra a Espanha foram um sofrimento. Uma vitória de virada, uma derrota e uma pergunta: o que acontece com a seleção brasileira? Em quatro partidas da Liga Mundial disputadas no país, apenas um resultado positivo. No total, quatro vitórias e quatro derrotas.
O que preocupa na seleção é a irregularidade. O quarto set do primeiro jogo contra a Espanha, sábado em Porto Alegre, chegou a ser assustador: o time estava perdido em quadra. O Brasil levou um banho dos adversários. Nos dois primeiros sets do jogo de ontem, a situação voltou a se repetir.
Na segunda partida, o time brasileiro teve o mérito de conseguir virar um jogo que parecia perdido. Mas essa vitória, que teve Max, Giba e Dante como heróis, não pode servir para encobrir problemas da equipe. Um exemplo: somados os dois jogos, o Brasil fez só 10 pontos de bloqueio contra 24 da Espanha.
Está certo: a Liga Mundial não é a prioridade. O objetivo é a Olimpíada, mas é preciso trabalhar agora essa questão de o time ter tantos altos e baixos em uma mesma partida.
E essa é uma situação que está se repetindo nos últimos tempos. Basta lembrar alguns jogos da Copa do Mundo como as derrotas para os EUA e a Itália. A vitória por 3 sets a 2 sobre a Argentina no Pré-olímpico ou ainda as derrotas para os norte-americanos e os jogos contra a Polônia nesta Liga Mundial.
A dificuldade ao se trabalhar com um time é conseguir formar um grupo. E essa questão deveria ser pensada pela comissão técnica: uma equipe, com 24 jogadores convocados e tantas indefinições, vive tensões, disputas, rivalidades e a formação de pequenos grupos, que prejudicam a união do time.
Nas últimas semanas, por exemplo, apareceram alguns sinais de problemas. Tudo começou quando Giba se machucou e o técnico Radamés Lattari chamou Carlão, que havia ficado no Rio treinando, para jogar contra Espanha e Polônia.
Mas Carlão acabou não indo para a Europa. Ele teria levado, por engano, ao aeroporto o passaporte vencido e não conseguiu embarcar. Alguns jogadores da seleção não engoliram bem essa história.
Até chegou a circular a notícia que Carlão estaria fora da Liga Mundial. A assessoria de imprensa da Confederação Brasileira de Vôlei nega. A informação é que o jogador "levou uma bronca do técnico Radamés Lattari pela irresponsabilidade na história do passaporte, mas ele não está fora da Liga".
Carlão confirma que houve essa conversa com Lattari e que continua na Liga Mundial. Ele diz que amanhã vai se apresentar em Joinville, Santa Catarina, para os dois próximos confrontos contra a Polônia.
Para encerrar, vale lembrar que os EUA continuam com a bola toda: venceram a Polônia duas vezes e são os únicos invictos da Liga com oito vitórias.


NOTAS:

Surpresa
*A seleção feminina da Holanda provocou a surpresa no Pré-olímpico do Japão, que classificará quatro seleções para os Jogos de Sydney. Venceu a China, atual vice-campeã olímpica e mundial, por 3 a 0 (25/22, 25/20 e 25/20). Na estréia, as holandesas tinham perdido para as italianas por 3 sets a 2. O Japão e a Itália, que também venceu a Coréia do Sul, são os únicos invictos com duas vitórias.

Reforço
*O atacante norte-americano George Roumain, 24, vai se transferir para o vôlei italiano depois dos Jogos Olímpicos. Principal atacante da seleção dos Estados Unidos, ele assinou contrato de duas temporadas com a equipe de Forli. Roumain jogará junto com seu companheiro de seleção, o central Ryan Millar, que também acertou com o clube italiano.

E-mail: cidasan@uol.com.br

Leia mais:


Leia as colunas anteriores:

12/06/00 - A força do saque
05/06/00 - Contusões e soluções
29/05/00 - Estréia com derrota
22/05/00 - Teste de forças
15/05/00 - O Enigma
08/05/00 - Pesos e medidas
01/05/00 - Tradição mineira
24/04/00 - Jogo de erros
17/04/00 - Duelo de defesas