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Segunda-Feira, 26 de junho de 2000
Avanços

Cida Santos
     
Diego Medina
 

Dois jogos, duas vitórias do Brasil sobre a Polônia e um saldo animador: pela primeira vez na Liga Mundial desta temporada, a seleção conseguiu vencer duas partidas seguidas em casa. O time, que tem se mostrado muito irregular, apresentou mais um avanço: atuou bem nos dois jogos do final de semana.
Pode parecer pouco, mas não é: um grande time precisa vencer a irregularidade. No momento, esse parece ser o maior desafio do Brasil. Nos dois confrontos contra a Polônia, a equipe conseguiu manter um padrão de jogo sem ir do inferno ao céu como aconteceu, por exemplo, no final de semana passado.
Nas duas últimas vitórias, que mantiveram o Brasil na disputa por uma vaga na etapa final da Liga, o que chamou a atenção foi o sistema defensivo, que voltou a funcionar, e o saque matador do time. No ataque, o destaque é a dupla Max e Dante. Eles têm dado um show de bola.
E agora não dá para negar: Dante, 19, entrou mesmo na briga para ir a Sydney. As contas eram de cinco jogadores lutando por duas vagas de titulares nas pontas: Giovane, Tande, Giba, Nalbert e Carlão. Pode colocar mais um.
*
As Olimpíadas sempre foram algo complicado para os italianos. No masculino, o time dos sonhos da "azzurra" é a seleção com maior número de conquistas nos anos 90. Ganhou três títulos mundiais seguidos, venceu sete Ligas Mundiais, mas não conseguiu chegar à medalha de ouro olímpica.
No feminino, gerações de jogadoras lutaram anos, sem sucesso, para disputar uma Olimpíada. Só agora, no Pré-olímpico do Japão, a Itália conseguiu a tão sonhada classificação. Depois da vitória sobre o Japão, que assegurou a vaga, a atacante Manuela Leggeri chegou a declarar: "Diz que não estou sonhando".
O certo é que a Itália é a seleção que mais evoluiu nos últimos anos. No Mundial de 94, acabou em 13º lugar. Quatro anos depois, no Mundial do Japão, saltou para a quinta posição. Desde então, tem se mantido na elite do vôlei.
O homem que comanda esse time é Angiolino Frigoni, que construiu sua carreira sempre como assistente do técnico Julio Velasco. Quando deixou a seleção masculina, Velasco assumiu a feminina em 96, mas dois depois se transferiu para o futebol. Desde então, Frigoni dirige a equipe.
Um dos destaques da seleção é a brasileira, naturalizada italiana, Ana Paula De Tassis, de 35 anos. Na Itália desde 91, Ana Paula atua como líbero.
A equipe italiana também conquistou o título de campeã do Pré-olímpico com 6 vitórias em 7 jogos. A única derrota foi para as croatas. As outras três vagas ficaram para Coréia do Sul, Croácia e China.
As japonesas caminham na direção contrária da Itália: pela primeira não se classificaram para uma Olimpíada. Na história dos Jogos Olímpicos, o Japão só não foi a Moscou, em 80, por causa do boicote liderado por EUA e países aliados.

NOTAS:

Mudanças
*Anunciada como uma das estrelas do novo time do Vasco, a atacante croata Barbara Jelic, 23 anos e 1,93 m, pode não vir mais jogar no Brasil. Segundo notícia divulgada ontem na imprensa italiana, a transferência de Jelic para o Vasco estaria, por enquanto, suspensa e ela pode ir para o Modena, atual campeão italiano e time onde também joga a brasileira Ana Flávia.

Problemas
*O Comitê Olímpico Internacional (COI) voltou atrás e as seleções femininas vão poder disputar a Olimpíada com doze atletas. O problema é que o COI ainda não resolveu a questão da acomodação: por enquanto, a 12ª atleta não tem cama para dormir. A justificativa da decisão anterior, de permitir apenas onze jogadoras, foi o aumento do número de duplas femininas na praia de 16 para 24

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12/06/00 - A força do saque
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