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Diego
Medina
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Dois jogos e duas derrotas na estréia do Brasil na Liga Mundial.
Começo de temporada é sempre a mesma história:
time desentrosado, um tanto lento e com falta de ritmo de jogo.
A Itália, supercampeã da Liga com sete títulos,
também estreou em casa com derrota para a Iugoslávia,
mas ganhou a segunda partida.
Os Estados Unidos, que venceram duas vezes o Brasil por 3 sets a
1, têm vantagem adicional sobre os adversários neste
momento da Liga. Eles têm uma seleção permanente
e os atletas estão treinando juntos há mais tempo.
Mas não é só isso. A força do time norte-americano
vem da sintonia de dois craques: o levantador Lloy Ball e o técnico
Doug Beal. Eleito não por acaso o melhor jogador da sua posição
na última Copa do Mundo, Ball é em quadra a tradução
perfeita da estratégia de jogo montada pelo mago Beal.
No Brasil, o que preocupa não são os desacertos em
quadra de início de temporada, mas a insistência do
técnico Radamés Lattari em seguir um esquema de rodízio
entre os jogadores. Ano olímpico não é época
para testes. É ano de definição e de dar ao
time segurança e padrão de jogo.
Mas Lattari, que está trabalhando com 24 jogadores, não
pensa assim. Em entrevista coletiva, na sexta-feira, ele disse que
"a seleção tem seu esquema tático e técnico
e mudar alguns jogadores não faz diferença".
Segundo ele, o revezamento e a disputa por posições
estimula os atletas.
Só resta agora torcer para que, apesar dos pesares, dê
tudo certo. Nos outros jogos da Liga, um dos destaques foi o iugoslavo
Ivan Miljikovic, 20 anos e 2,06m. Candidato à revelação,
ele foi o maior pontuador (26 pontos) e principal responsável
pela vitória por 3 sets a 1 sobre a Itália, na estréia
da Iugoslávia.
A atuação até rendeu ao jogador um apelido
dado pela imprensa italiana: Ivan, o terrível. Outro destaque
foi o atacante Frantz Granvorka, 24, que ajudou a França
a vencer os dois jogos de Cuba, que atuou sem meio time titular.
Já a Rússia, que estreou com duas vitórias
sobre a Holanda, tem uma arma poderosa nas mãos: o saque.
Você sabia que no último Campeonato Italiano os saques
mais potentes foram de três russos?
O primeiro colocado foi Dineikine com um saque, ou melhor um foguete,
de 122,3 km/h. Em segundo ficou Saveliev, com 120,1 km/h, seguido
por Tetioukine, empatado com o cubano Osvaldo Hernandez, com 119,3
km/h.
Para encerrar, um registro e um lamento. Amanhã, começa
na Suíça a Copa BCV, com a participação
das principais seleções do mundo como Cuba, Rússia,
China, Croácia e Itália.
O Brasil não vai disputar o torneio por opção
do técnico Bernardinho. Uma pena. Seria uma oportunidade
para jovens jogadoras como Érika, Elisângela, Fofinha
e Walewska ganharem mais experiência contra grandes seleções.
NOTAS:
Destaque
*A atacante Andrea Moraes terminou a temporada italiana com saldo
positivo. Foi a segunda maior pontuadora do torneio e ajudou seu
time, o Família Ímola, a subir para a divisão
principal. Andrea, que deve retornar ao Brasil no final de junho,
assinalou 603 pontos, média de mais de 22 por jogo.
Reforço brasileiro
*A brasileira Ana Paula Tassis, 35 anos, é uma das integrantes
da seleção italiana, que a partir de amanhã
irá disputar a BCV Cup, na Suíça. Ana Paula,
ex-jogadora do Pirelli, tem cidadania italiana e atua naquele país
há quase dez anos.
Modelo
*De volta ao país, o atacante Lilico está investindo
também na carreira de modelo. Fez lipoaspiração,
afinou um pouco o nariz e já tem três desfiles marcados.
Ele também fará fotos para a capa da edição
japonesa da revista Men's Club.
E-mail:
cidasan@uol.com.br
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22/05/00 - Teste de forças
15/05/00 - O Enigma
08/05/00 - Pesos e medidas
01/05/00 - Tradição
mineira
24/04/00 - Jogo de erros
17/04/00 - Duelo de defesas
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