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Segunda-Feira, 29 de maio de 2000
Estréia com derrota

Cida Santos
     
Diego Medina
 

Dois jogos e duas derrotas na estréia do Brasil na Liga Mundial. Começo de temporada é sempre a mesma história: time desentrosado, um tanto lento e com falta de ritmo de jogo. A Itália, supercampeã da Liga com sete títulos, também estreou em casa com derrota para a Iugoslávia, mas ganhou a segunda partida.
Os Estados Unidos, que venceram duas vezes o Brasil por 3 sets a 1, têm vantagem adicional sobre os adversários neste momento da Liga. Eles têm uma seleção permanente e os atletas estão treinando juntos há mais tempo.
Mas não é só isso. A força do time norte-americano vem da sintonia de dois craques: o levantador Lloy Ball e o técnico Doug Beal. Eleito não por acaso o melhor jogador da sua posição na última Copa do Mundo, Ball é em quadra a tradução perfeita da estratégia de jogo montada pelo mago Beal.
No Brasil, o que preocupa não são os desacertos em quadra de início de temporada, mas a insistência do técnico Radamés Lattari em seguir um esquema de rodízio entre os jogadores. Ano olímpico não é época para testes. É ano de definição e de dar ao time segurança e padrão de jogo.
Mas Lattari, que está trabalhando com 24 jogadores, não pensa assim. Em entrevista coletiva, na sexta-feira, ele disse que "a seleção tem seu esquema tático e técnico e mudar alguns jogadores não faz diferença". Segundo ele, o revezamento e a disputa por posições estimula os atletas.
Só resta agora torcer para que, apesar dos pesares, dê tudo certo. Nos outros jogos da Liga, um dos destaques foi o iugoslavo Ivan Miljikovic, 20 anos e 2,06m. Candidato à revelação, ele foi o maior pontuador (26 pontos) e principal responsável pela vitória por 3 sets a 1 sobre a Itália, na estréia da Iugoslávia.
A atuação até rendeu ao jogador um apelido dado pela imprensa italiana: Ivan, o terrível. Outro destaque foi o atacante Frantz Granvorka, 24, que ajudou a França a vencer os dois jogos de Cuba, que atuou sem meio time titular.
Já a Rússia, que estreou com duas vitórias sobre a Holanda, tem uma arma poderosa nas mãos: o saque. Você sabia que no último Campeonato Italiano os saques mais potentes foram de três russos?
O primeiro colocado foi Dineikine com um saque, ou melhor um foguete, de 122,3 km/h. Em segundo ficou Saveliev, com 120,1 km/h, seguido por Tetioukine, empatado com o cubano Osvaldo Hernandez, com 119,3 km/h.
Para encerrar, um registro e um lamento. Amanhã, começa na Suíça a Copa BCV, com a participação das principais seleções do mundo como Cuba, Rússia, China, Croácia e Itália.
O Brasil não vai disputar o torneio por opção do técnico Bernardinho. Uma pena. Seria uma oportunidade para jovens jogadoras como Érika, Elisângela, Fofinha e Walewska ganharem mais experiência contra grandes seleções.


NOTAS:


Destaque
*A atacante Andrea Moraes terminou a temporada italiana com saldo positivo. Foi a segunda maior pontuadora do torneio e ajudou seu time, o Família Ímola, a subir para a divisão principal. Andrea, que deve retornar ao Brasil no final de junho, assinalou 603 pontos, média de mais de 22 por jogo.


Reforço brasileiro
*A brasileira Ana Paula Tassis, 35 anos, é uma das integrantes da seleção italiana, que a partir de amanhã irá disputar a BCV Cup, na Suíça. Ana Paula, ex-jogadora do Pirelli, tem cidadania italiana e atua naquele país há quase dez anos.

Modelo
*De volta ao país, o atacante Lilico está investindo também na carreira de modelo. Fez lipoaspiração, afinou um pouco o nariz e já tem três desfiles marcados. Ele também fará fotos para a capa da edição japonesa da revista Men's Club.

E-mail: cidasan@uol.com.br

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