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Segunda-Feira, 25 de setembro de 2000

Trilha do ouro

Cida Santos
     

A seleção brasileira feminina não pode reclamar: terá nesta semana, a melhor trilha possível rumo à final olímpica. A Rússia, que nos últimos dois anos venceu todos os jogos contra o Brasil, está fora do caminho. Como foram líderes dos seus respectivos grupos, um encontro entre brasileiras e russas agora só é possível na decisão.

Mas para chegar à disputa do ouro, o Brasil terá que derrubar dois adversários: Alemanha e, provavelmente, Cuba. Vencer as alemãs, não é problema. Complicado mesmo é passar pelas cubanas. Mas se retrospecto vale, melhor Cuba do que Rússia.

O jogo brasileiro encaixa melhor com o das cubanas. Além disso, com o histórico de rivalidade existente entre as duas seleções, o confronto é sempre mais emocional. E quando entra a emoção, o duelo pode ficar mais equilibrado.

Se com o Brasil vai tudo bem, não é o caso dos norte-americanos e das italianas. Eles são os candidatos para o troféu de decepção. Foram eliminados na primeira fase e nem conseguiram ficar entre os oito primeiros colocados.

Os Estados Unidos perderam o rumo na rodada de estréia, quando foram derrotados pelos argentinos. Era um jogo chave para as duas seleções. Quem vencesse largaria na frente em busca da única vaga disponível nessa chave, já que as outras três praticamente tinham donos: Itália, Rússia e Iugoslávia.

O técnico Doug Beal, que já havia anunciado que depois de Sydney deixaria o comando da seleção norte-americana, tem uma despedida melancólica. Campeão olímpico com a seleção que encantou o mundo nos anos 80, ele deixa Sydney sem conseguir disputar nem as quartas-de-final.

Já a seleção feminina da Itália, quinta colocada no Mundial de 98, passou os dois últimos anos se preparando para disputar sua primeira Olimpíada. Chegou à Austrália com uma equipe boa, mas irregular. Por vezes, chega até a lembrar o Brasil nos anos 80, quando os nervos predominavam sobre a técnica. No jogo que valia a vaga foi superada pela Alemanha, adversária tecnicamente inferior.

O império asiático também mostra sinais de turbulências com as chinesas apresentando um vôlei distante daquele que rendeu ao país há quatro anos a medalha de prata em Atlanta.

Quem diria: dos cinco jogos iniciais que valeram a classificação para as quartas-de-final, a China só conseguiu vencer Austrália e Quênia. Perdeu dos Estados Unidos, Croácia e Brasil. Se tivessem caído na outra chave, provavelmente as chinesas nem teriam chegado às quartas-de-final.

A maior mudança no time chinês foi a saída da técnica Lang Ping, que se transferiu para o Modena, da Itália. No período que comandou a seleção, Lang Ping mudou o sistema rígido de treinamentos, tradicional em equipes asiáticas. Na época, a mudança fez bem ao time, que chegou à final olímpica em Atlanta.

Mas nem tudo está perdido para as chinesas. Nas quartas-de-final, vão enfrentar a Rússia. E da mesma maneira que no masculino a Holanda é o fantasma da Itália, no feminino as russas costumam tremer com as chinesas.

Para encerrar, vale um destaque ao jogador Dante. Na primeira fase, foi o grande atacante do Brasil. Nesse caso, devo reconhecer, mérito do técnico Radamés que ousou: deslocou Dante para a saída de rede e o promoveu a titular.




NOTAS:

Peneira
*Em busca de jovens talentos, o Minas Tênis Clube vai selecionar atletas para os times femininos das categorias de base do clube. Os requisitos para as candidatas são os seguintes: data de nascimento nos anos 86, 87 e 88. A altura mínima para as nascidas em 86 e 87 é 1,80 m. Para a turma de 1988 é 1,75 m. O teste será no dia 17 de outubro, a partir das 18 horas, no ginásio do Colégio Estadual Central: rua Rio de Janeiro, nº 2.458, bairro de Lourdes, em Belo Horizonte (MG).



Amistosos
*O Suntory, atual campeão japonês e time do atacante Gílson, fará uma série de amistosos contra equipes brasileiras. O primeiro será dia 8 de outubro contra o Suzano, que nesta temporada ganhou o reforço de Marcelo Negrão, Lilico e Ricardinho.



E-mail: cidasan@uol.com.br



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