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Segunda-Feira, 9 de outubro de 2000

Novo ciclo

Cida Santos
     

Diego Medina
A cada quatro anos, inicia-se um novo ciclo olímpico. Com o encerramento dos Jogos de Sydney, já começa a contagem regressiva para a Olimpíada de Atenas. E algumas perguntas são inevitáveis: como vai a nova geração do vôlei brasileiro? Dos atuais atletas, quem ainda poderá ainda atuar em Atenas?

A seleção feminina é um espelho do atual cenário brasileiro. Das 12 jogadoras que conquistaram a medalha de bronze em Sydney, apenas três também haviam disputado os Jogos de Atlanta em 96: Virna, Fofão e Leila. Conclusão geral: estamos com uma seleção renovada. Certo? Errado.

Das outras nove atletas, apenas quatro podem ser consideradas integrantes da nova geração: Erika, Elisângela, Raquel e Waleswka, todas na faixa dos 20 aos 22 anos. As outras cinco, embora tenham disputado em Sydney a primeira Olimpíada de suas carreiras, já serão trintonas nos Jogos de Atenas.

Para se ter uma idéia basta dar uma olhada nas idades dessas jogadoras: Karin Rodrigues, 29 anos, Janina, 28, Ricarda, 30, Kátia, 27, e Kely, 26. Conclusão: temos um time sem muita experiência e com atletas já não tão jovens. Uma situação preocupante.

Nas seleções juvenis, celeiros das novas gerações, também há problemas. Os jogadores sofrem com a falta de experiência internacional e as poucas oportunidades de jogar. E as consequências já estão aparecendo.

Pela primeira vez, em 18 anos, a seleção brasileira masculina juvenil foi derrotada pela Venezuela na final do Sul-americano, no mês passado. O torneio continental era classificatório para o Mundial Juvenil.

Potencial físico o time tem. São os casos, por exemplo, dos atacantes intermediários Leandro, de 2,10 m, e Evandro, 2,00 m. Os dois têm um alcance de bola próximo a 3,60 m. Outros destaques são Kibinho, um levantador de 1,93 m, e Roberto, um ponteiro de 2, 02m.

No jogo contra a Venezuela, o diferencial foi a experiência. Os venezuelanos estão investindo nessa nova geração. Alguns integrantes da seleção juvenil, como Gomez e Blanco, também jogam na adulta e em campeonatos de outros países. Gomez, na temporada passada, atuou na Ulbra.

Mais: as seleções juvenis da Argentina e Venezuela fizeram uma série de amistosos pela Europa. Já os brasileiros têm poucas chances de jogar até nos seus clubes. Resultado: são jogadores com potencial, mas pouco rodados.

Na seleção juvenil feminina brasileira, o drama é o mesmo: as atletas jogam pouco. E o time tem jogadoras de futuro como Ana Paula Santos, uma atacante de 1,89 m. Outro exemplo é Fabíola, uma ex-atacante de 1,83m, que está sendo preparada para ser levantadora.

O técnico da seleção brasileira juvenil, Marcos Lerbach, diz que vai apresentar uma proposta para a Confederação Brasileira de Vôlei: a criação de uma segunda divisão da Superliga. Seria uma chance para esses atletas mais jovens deixarem o banco de reservas de seus clubes e jogarem.


NOTAS

Mesmo comando
*O fracasso da seleção masculina italiana em Sydney não vai mudar o comando da equipe. O técnico Andrea Anastasi já acertou com os dirigentes e vai dirigir a seleção por mais uma período de quatro anos, até os Jogos de Atenas. A Itália, atual tricampeã mundial e oito vezes campeã da Liga Mundial, vai continuar perseguindo o único título que lhe falta: o de campeã olímpica. Em Sydney, o time foi medalha de bronze. Em Atlanta, havia ficado com a prata.

Amistosos
*O Suntory, time do atacante brasileiro Gílson, fará mais dois amistosos esta semana contra times brasileiros. Hoje, às 19h, o adversário será o Banespa, em Mogi das Cruzes. Amanhã, às 19h, em Três Corações, será a vez do Vasco, que apresentará seus principais reforços para a temporada como Giovane e Marcelinho.



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