Chegou a hora da corrida em busca do principal objeto de desejo
no mundo do esporte: a medalha de ouro olímpica. Beneficiado
pelo sorteio das chaves, o vôlei brasileiro terá
uma estréia tranquila. Nas duas primeiras rodadas, pegará
pela frente adversários sem tradição. O feminino
enfrentará Quênia e Austrália. O masculino,
Austrália e o Egito.
Nesses jogos, as duas seleções terão condições
de superar o inevitável nervosismo da estréia sem
riscos de tropeços. O certo é que o vôlei
brasileiro não pode reclamar da sorte nos Jogos de Sydney.
Os times dos técnicos Radamés Lattari e Bernardinho
pegaram o grupo mais fácil e têm condições
de terminar a primeira fase em primeiro lugar.
No feminino, além de Quênia e Austrália, o
Brasil terá frente China, Croácia e Estados Unidos.
Equipes que as brasileiras têm superado nos últimos
tempos. É importante a seleção ficar em primeiro
ou segundo lugar para não correr o risco de enfrentar nas
quartas-de-final, quando o jogo é eliminatório,
os primeiros colocados do outro grupo, que deverão ser
Cuba e Rússia.
Com uma boa campanha na primeira fase, o Brasil deverá
pegar no jogo eliminatório Itália ou Coréia
do Sul, duas seleções que têm crescido nos
últimos tempos mas que não estão no mesmo
patamar das brasileiras. Uma vitória nesse jogo, já
valerá vaga nas semifinais.
No torneio feminino, não há mistérios. A
própria história confirma pouca alternância
de forças. Para se ter uma idéia, nas nove Olimpíadas
em que o vôlei foi incluído no programa, apenas quatro
países chegaram ao ouro no feminino: Japão, a então
União Soviética, China e Cuba. E são quatro
novamente em Sydney que têm as maiores chances de medalha:
Rússia, Cuba, Brasil e China.
A boa notícia do final de semana foi a volta de Virna aos
treinamentos. Principal atacante da seleção brasileira,
ela é fundamental para o time tentar superar as russas
e cubanas, as grandes candidatas ao ouro olímpico. Há
mais de um mês sem jogar por causa de uma contusão
no pé, resta saber se ela vai conseguir chegar a sua forma
total.
O que também preocupa é a dependência do time
em relação à levantadora Fofão. Não
há uma reserva à altura dela na seleção.
Uma eventual contusão de Fofão, pode colocar tudo
a perder.
No masculino, a trajetória inicial é semelhante
a do feminino. Além de Egito e Austrália, o time
brasileiro pegará Espanha, Holanda e Cuba. Se prevalecer
a lógica, brasileiros e cubanos devem decidir o primeiro
lugar do grupo. Mas no cruzamento, nas quartas-de-final, a seleção
brasileira terá um adversário duro: Rússia,
Itália, Estados Unidos ou Iugoslávia.
Vale lembrar que nos Jogos de Atlanta, em 96, o Brasil terminou
a primeira fase em segundo lugar, atrás de Cuba, e nas
quartas-de-final foi eliminado pela Iugoslávia com uma
derrota por 3 sets a 2. Resta torcer para que a história
não se repita. Time o Brasil tem para conseguir um melhor
resultado em Sydney do que o quinto lugar de Atlanta.
NOTAS:
Suspense
*A Itália, atual tricampeã mundial, começou
mal sua trajetória em busca do primeiro título olímpico.
Em um dos seus primeiros treinos na Austrália, o líbero
Mirko Corsano bateu a cabeça e o pescoço em um pavimento
do ginásio. O jogador foi levado ao hospital e agora está
usando protetor no pescoço. Apenas na quinta-feira será
possível saber se o jogador terá condições
de atuar. Como precaução, Alessandro Farina foi
convocado e já viajou para a Austrália.
Psicólogo
*A seleção masculina da Argentina contou com
o auxílio de um psicólogo na sua preparação
para os Jogos de Sydney. Ele se juntou ao grupo depois da derrota
por 3 sets a 2 para o Brasil no Pré-olímpico, disputado
em janeiro, em São Paulo. Os argentinos depois se recuperaram
e conseguiram vaga para Sydney em outro Pré-olímpico,
em Portugal, quando eliminaram o Japão, Venezuela e o time
da casa.
Quatro Olimpíadas
*O levantador Maurício vai disputar em Sydney sua
quarta Olimpíada seguida, marca só alcançada
no vôlei brasileiro por três jogadores: Moreno (68,
72, 76 e 80), William (76, 80, 84 e 88) e Amauri (80, 84, 88 e
92). Na seleção italiana, três atacantes também
estarão completando quatro participações
em Jogos Olimpícos: Giani, Bracci e Gardini.