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Segunda-Feira, 24 de abril de 2000
Jogo de erros

Cida Santos
     
Depois de 14 anos, o Telemig/Minas pode voltar a ser campeão brasileiro. Para isso, basta mais uma vitória amanhã contra a Unisul, do trio dos carecas Dirceu, Kid e Renato Felizardo. A maior qualidade do time mineiro, nos dois jogos já disputados da decisão do título, foi errar menos do que o adversário.

Na segunda partida das finais, realizada sábado em Belo Horizonte, a Unisul fez mais pontos de ataque (66 contra 63) e bloqueio (12 a 10) do que o Minas. Em compensação, cometeu 35 erros contra 24 dos mineiros. E as novas regras do vôlei são cruéis: todo erro é ponto para o adversário.

Cebola, técnico do Minas, também tem mostrado ousadia. No último confronto, quando o time já perdia por 2 sets a 0, tirou três titulares: Carlão, Maurício e Henrique. Colocou três garotos: o levantador Rafa, o central Douglas e o canhoto André Nascimento. Resultado: surpreendeu o adversário e virou o jogo.

A reação mineira desequilibrou a turma da Unisul. No intervalo do quarto para o quinto set, o time catarinense protagonizou uma cena rara no esporte: três jogadores da mesma equipe -Douglas, Felizardo e Dirceu- discutindo.

Com duas derrotas, a Unisul tem uma missão difícil pela frente: precisa vencer os três próximos jogos para chegar ao título. Para isso, conta com Kid. Ele tem feito uma Superliga perfeita. É o maior pontuador do torneio: 524 pontos em 29 partidas. Mais: é o dono do ataque mais eficiente da competição.

Já no vôlei feminino, o mercado está fervendo. Com a formação do time do Vasco e a permanência das principais equipes que participaram da última temporada, a cotação das jogadoras está subindo lá no alto. A maior disputa é pelas levantadoras, a posição mais carente do vôlei brasileiro.

Se fosse uma bolsa de valores, o melhor negócio hoje seria investir em ações de Fernanda Venturini e Fofão. O que se comenta é que o Vasco estaria oferecendo para Fernanda R$ 600 mil por uma temporada, salário capaz de fazer a jogadora deixar o Rexona e até adiar o projeto de ter um filho.

A última semana também foi de convocação da seleção brasileira. As novidades da lista foram a ponteira Fofinha, do BCN, e a central Kely, do Minas. O que tem se visto nos últimos anos é uma nova tendência no país: o surgimento de muitas centrais de talento e poucas ponteiras.

O reflexo dessa mudança aparece na seleção. A maior dificuldade do técnico Bernardinho será com as ponteiras. Das convocadas, apenas Virna tem posição de titular garantida. A vaga de Ana Moser será disputada por Erika, Raquel e Fofinha, jogadoras ainda pouco experientes.

Na diagonal da levantadora, também há problemas. Nos últimos torneios, tem chamado a atenção a dificuldade de o Brasil passar por bloqueios pesados, como os da Rússia e Cuba, com a titular Leila. No Pan-americano, Elisângela foi a solução contra Cuba, mas ela também tem pouca experiência internacional.


NOTAS

Ana Flávia
*O Modena, da atacante brasileira Ana Flávia, inicia amanhã a disputa pelo título italiano com o Reggio Calabria, da levantadora croata Irina Kirillova. O Modena, dirigido pela chinesa Lang Ping, eliminou nas semifinais o Vicenza, da russa Tatiana Menchova. O Reggio Calabria assegurou a classificação ao vencer a quinta partida do Perugia, da brasileira Andrea Marras, por 3 sets a 1.

Italiano
*O Palermo, do levantador Marcelinho, enfrenta quarta-feira o Cuneo, do espanhol Pascual nas semifinais do Campeonato Italiano. Nessa fase, os quatro semifinalistas se enfrentam em turno e returno. Os dois primeiros colocados disputam a final. O Palermo e o Cuneo estão com duas derrotas. Os dois times perderam para o Modena e o Roma, que estão invictos com duas vitórias.

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