Diego
Medina
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A
palavra de ordem da Superliga Nacional é linha dura. Um
exemplo é a nova determinação da Confederação
Brasileira de Vôlei (CBV): com dois cartões amarelos,
o jogador é suspenso por uma partida. Nem na Copa João
Havelange de futebol, o sistema é tão rígido:
nesse torneio, são precisos cinco cartões.
Vale lembrar que ao contrário do futebol, no vôlei
não há contato corporal entre os atletas. A maioria
dos cartões é por reclamação contra
a marcação do juiz. Ou seja, nesta temporada o regulamento
dá um poder maior aos árbitros e às interpretações
que fizerem dos atos e palavras dos jogadores.
Esse não é o único sinal de endurecimento
do regime. Na apresentação da Superliga, cada time
teve um atleta convocado pela CBV para comparecer à cerimônia.
Quem faltasse dos convocados, teria de pagar R$ 10 mil de multa
e cumprir, acredite se quiser, cinco jogos de suspensão.
Todas essas novidades são idéias de Antônio
Feitosa, o gerente da Superliga. Na CBV, a informação
é que o presidente da entidade, Ary Graça, delegou
todas as ações do torneio para Feitosa. E no mundo
do vôlei, a frase que corre é que "o homem é
uma fera".
Nos clubes, poucos se atrevem a fazer críticas públicas.
E têm motivos para isso: dos anos anteriores, continua valendo
aquela velha norma que jogadores e técnicos não
podem fazer críticas que "sejam prejudiciais ao bom
andamento da competição". Aos atletas é
delegado o papel de jogar e não reclamar.
E assim caminha o vôlei brasileiro: gerações
estimuladas a não questionar. Não à toa,
a seleção masculina passou os últimos quatro
anos com maus resultados e jogadores insatisfeitos, mas calados.
Mais uma vez, vale a velha frase do técnico Bebeto de Freitas:
"Nós temos o vôlei que merecemos".
Além do regulamento, outra novidade é a renovação
do patrocínio do Banco do Brasil com a CBV por mais quatro
anos. Serão R$ 4 milhões por ano para o vôlei
de praia e mais R$ 4 milhões para as seleções
brasileiras.
*
Amanhã, é o grande dia: a Federação
Internacional de Vôlei (FIVB) vai anunciar os melhores atletas,
técnicos e seleções do século. A votação,
via Internet, será encerrada
hoje.
O Brasil tem cinco jogadores indicados: Bernard, Renan, Ana Moser,
Fernanda Venturini e Márcia Fu. Na lista de técnicos
também há dois brasileiros: Bernardinho e José
Roberto Guimarães.
Uma comissão, com representantes de nove países,
receberá amanhã na Suíça uma lista
dos mais votados e elegerá os vencedores. Segundo boletim
da FIVB, no feminino as mais cotadas são a cubana Regla
Torres, tricampeã olímpica, e Takako Takagi, estrela
da seleção do Japão, campeã olímpica
em 76.
No masculino, os mais votados são o norte-americano Karch
Kiraly, o japonês Katsutoshi Nekoda, o russo Alexander Savin,
o holandês Ron Zwerver, os italianos Andrea Zorzi e Lorenzo
Bernardi.
NOTAS
Italiano
*O Macerata, do brasileiro Nalbert, sofreu a terceira derrota
no Campeonato Italiano. Na oitava rodada, o time perdeu para o
Modena, do atacante Giani e do levantador norte-americano Lloy
Ball, por 3 sets a 1 (25/22, 25/23, 24/26 e 25/21). Com esse resultado,
Macerata, Modena e Treviso dividem a vice-liderança da
competição com 17 pontos. O líder é
o Cuneo, que tem uma novidade: o levantador titular, Ferdinando
De Giorgi, de 39 anos, é também o técnico
do time.
Argentinos
*Depois de Marcos Milinkovic e Hugo Conte, mais um titular da
seleção argentina desembarca na Itália. Desta vez é o atacante
Jeronimo Bidegain, de 23 anos. Ele deverá se apresentar esta semana
no Modena. Bidegain ficará com a vaga do russo Roman Iakovlev,
que sofreu várias fraturas em um acidente de carro e não poderá
jogar nesta temporada. Sorte da seleção da Argentina já que disputar
o Campeonato Italiano significará mais experiência para Bidegain.