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PENSATA

Segunda-Feira, 27 de novembro de 2000
Linha dura

Cida Santos
     

Diego Medina

A palavra de ordem da Superliga Nacional é linha dura. Um exemplo é a nova determinação da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV): com dois cartões amarelos, o jogador é suspenso por uma partida. Nem na Copa João Havelange de futebol, o sistema é tão rígido: nesse torneio, são precisos cinco cartões.

Vale lembrar que ao contrário do futebol, no vôlei não há contato corporal entre os atletas. A maioria dos cartões é por reclamação contra a marcação do juiz. Ou seja, nesta temporada o regulamento dá um poder maior aos árbitros e às interpretações que fizerem dos atos e palavras dos jogadores.

Esse não é o único sinal de endurecimento do regime. Na apresentação da Superliga, cada time teve um atleta convocado pela CBV para comparecer à cerimônia. Quem faltasse dos convocados, teria de pagar R$ 10 mil de multa e cumprir, acredite se quiser, cinco jogos de suspensão.

Todas essas novidades são idéias de Antônio Feitosa, o gerente da Superliga. Na CBV, a informação é que o presidente da entidade, Ary Graça, delegou todas as ações do torneio para Feitosa. E no mundo do vôlei, a frase que corre é que "o homem é uma fera".

Nos clubes, poucos se atrevem a fazer críticas públicas. E têm motivos para isso: dos anos anteriores, continua valendo aquela velha norma que jogadores e técnicos não podem fazer críticas que "sejam prejudiciais ao bom andamento da competição". Aos atletas é delegado o papel de jogar e não reclamar.

E assim caminha o vôlei brasileiro: gerações estimuladas a não questionar. Não à toa, a seleção masculina passou os últimos quatro anos com maus resultados e jogadores insatisfeitos, mas calados. Mais uma vez, vale a velha frase do técnico Bebeto de Freitas: "Nós temos o vôlei que merecemos".

Além do regulamento, outra novidade é a renovação do patrocínio do Banco do Brasil com a CBV por mais quatro anos. Serão R$ 4 milhões por ano para o vôlei de praia e mais R$ 4 milhões para as seleções brasileiras.
*
Amanhã, é o grande dia: a Federação Internacional de Vôlei (FIVB) vai anunciar os melhores atletas, técnicos e seleções do século. A votação, via Internet, será encerrada hoje.
O Brasil tem cinco jogadores indicados: Bernard, Renan, Ana Moser, Fernanda Venturini e Márcia Fu. Na lista de técnicos também há dois brasileiros: Bernardinho e José Roberto Guimarães.

Uma comissão, com representantes de nove países, receberá amanhã na Suíça uma lista dos mais votados e elegerá os vencedores. Segundo boletim da FIVB, no feminino as mais cotadas são a cubana Regla Torres, tricampeã olímpica, e Takako Takagi, estrela da seleção do Japão, campeã olímpica em 76.
No masculino, os mais votados são o norte-americano Karch Kiraly, o japonês Katsutoshi Nekoda, o russo Alexander Savin, o holandês Ron Zwerver, os italianos Andrea Zorzi e Lorenzo Bernardi.


NOTAS

Italiano
*O Macerata, do brasileiro Nalbert, sofreu a terceira derrota no Campeonato Italiano. Na oitava rodada, o time perdeu para o Modena, do atacante Giani e do levantador norte-americano Lloy Ball, por 3 sets a 1 (25/22, 25/23, 24/26 e 25/21). Com esse resultado, Macerata, Modena e Treviso dividem a vice-liderança da competição com 17 pontos. O líder é o Cuneo, que tem uma novidade: o levantador titular, Ferdinando De Giorgi, de 39 anos, é também o técnico do time.


Argentinos
*Depois de Marcos Milinkovic e Hugo Conte, mais um titular da seleção argentina desembarca na Itália. Desta vez é o atacante Jeronimo Bidegain, de 23 anos. Ele deverá se apresentar esta semana no Modena. Bidegain ficará com a vaga do russo Roman Iakovlev, que sofreu várias fraturas em um acidente de carro e não poderá jogar nesta temporada. Sorte da seleção da Argentina já que disputar o Campeonato Italiano significará mais experiência para Bidegain.


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