Diego
Medina
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Neste momento, a Federação Internacional de
Boxe, cujos ex-dirigentes estão sob investigação
nos EUA por suposta corrupção, tornou-se o saco
de pancadas oficial do pugilismo. É comum ouvir que
a FIB já era.
Desde
que o caso teve início, em abril, pelo menos dois promotores
de lutas, Bob Arum e Cedric Kushner (que gerenciam, respectivamente,
as carreiras de Oscar de la Hoya e Shane Mosley), confirmaram
que teriam pago propinas de US$ 100 mil cada para obter favores
da parte da FIB.
Outro
empresário, o famigerado Don King, e a empresa promotora
de lutas Main Events, que era do treinador Lou Duva, também
estão sob investigação. Os quatro podem
sofrer sanções após o encerramento do
caso.
O
problema é que, apesar de ser louvável a iniciativa
de pesquisar as ações de uma das entidades que
controlam o boxe, a FIB não é o único
organismo a proporcionar motivos para suspeitas. É
que o fato de a FIB ter sua sede nos EUA facilitou o início
das investigações (a Associação
Mundial de Boxe
tem sede na Venezuela, o Conselho Mundial de Boxe, no México,
e a Organização Mundial de Boxe, em Porto Rico).
Ou
todos acharam normal quando a AMB manteve o brasileiro Ezequiel
Paixão, que permaneceu por mais de um ano sem lutar,
como primeiro do ranking? Para piorar, Paixão, nocauteado
em dois assaltos quando finalmente disputou o título,
nunca havia batido um rival de nome
para chegar àquela posição...
Já
o CMB elevou o ex-campeão Mike Tyson a primeiro do
ranking assim que este deixou a prisão após
cumprir pena por estupro, em 1995. Detalhe: Tyson não
lutava havia quatro anos.
Outro
caso envolvendo o CMB: em 1988, um ainda desconhecido Pernell
Whitaker teria vencido José Luiz Ramirez, por pontos,
pelo título dos leves, mas o CMB levantou o braço
do mexicano. Segundo as publicações especializadas,
que elegeram essa decisão como a pior da
década de 80, isso teria ocorrido porque
tudo já estaria armado para um combate milionário
entre Ramirez e Júlio César Chávez (que
de fato acabou acontecendo logo depois).
A
OMB? Basta lembrar o modo como, curiosamente, lutadores de
nível duvidoso foram incluídos na lista da entidade
à última hora (e por somente um mês) para
validar desafios contra o campeão Acelino Freitas,
o Popó.
E
esses são apenas alguns exemplos envolvendo AMB, CMB
e OMB.
Alguém duvida de que essas outras entidades também
seriam investigadas caso tivessem as suas sedes nos EUA?
*
Dois
brasileiros devem participar de lutas bastante interessantes
contra veteranos ex-campeões mundiais até o
fim deste mês.
Segundo
informações vindas dos EUA, o leve Edson do
Nascimento, o Xuxa, estréia como contratado de Don
King dia 22, em Miami, contra o colombiano Juan Polo-Perez,
37, ex-campeão dos supermoscas pela FIB.
O
cruzador-pesado George Arias está finalizando negociações
para enfrentar, possivelmente no próximo dia 29, o
norte-americano ex-campeão dos cruzadores Arthur Williams,
36.
NOTAS
Amador
1
Terminou
na última terça-feira a primeira edição
do torneio de boxe amador Luvas de Ouro. Os vencedores: José
Albuquerque (mosca-ligeiro), Antônio de Jesus (mosca),
Samuel Timóteo (galo), Valdemir Pereira (pena), Weber
Mendonça (leve), Roberto Oliveira (meio-médio-ligeiro),
Juliano Ramos (meio-médio), Anderson Cleiton (médio-ligeiro),
Jorge Melo (médio), Pedro Ota (meio-pesado), Marcelino
Novais (peso-pesado) e Fábio Maldonado (superpesado).
A academia vencedora da competição foi a A.D.
São Caetano, do treinador Gabriel de Oliveira.
Amador 2
A seleção brasileira de boxe amador participará
do torneio Córdova Cardin, que acontecerá em
Cuba, no final deste mês.
E-mail: eohata@folhasp.com.br
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