Diego
Medina
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O amargo Larry Holmes. Rocky Marciano, o invicto.
O falastrão Muhammad Ali. Todos os campeões pesos-pesados
poderiam ser definidos em uma só palavra, menos o britânico
Lennox Lewis.
Após a performance do último sábado, Lewis, que demoliu em
dois assaltos o promissor Michael Grant, porém, pode vir a
ser lembrado como ‘‘o errático’’. Ou, para quem preferir algo
mais poético, ‘‘Dr. Jeckyll e Mr. Hyde’’.
O gigante Grant (2,01 m e 113,5 kg) não era nenhuma ‘‘galinha-
morta’’. Ao contrário de outros boxeadores protegidos, venceu
um bom nível de adversários antes do malfadado desafio ao
britânico Lewis (1,96 e 112,1 kg): Andrew Golota, Lou Savarese,
David Izon e Jorge Luís Gonzalez.
Anteriormente, Lewis-Hide já havia surpreendido ao demolir,
em apenas um assalto, o forte polonês Golota, que foi para
o combate com o moral de quase ter vencido Riddick Bowe em
duas oportunidades seguidas.
Mas nem a lembrança dessas duas performances fulminantes apagam
as imagens de suas apresentações como Dr. Jeckyll, contra
Zeljko Mavrovic, Ray Mercer, Evander Holyfield (na revanche),
Oliver McCall e Mike Weaver.
Mas ao menos Lewis sempre poderá apontar com orgulho os massacres
sobre Grant e Golota. Agora, Lewis colocará os cinturões em
jogo contra o sulafricano Frans Botha, no dia 15 de julho,
em Londres, segundo o seu empresário, Panos Elíades.
Motivo de piada no passado, Botha vem ganhando respeito. Depois
de ser nocauteado por Tyson após estar ganhando a luta por
pontos, empatou com Shannon Briggs. Os fãs do boxe não vão
dar bola para o fato de Lewis ter perdido o cinturão da AMB
(Associação Mundial de Boxe) no tapetão, em uma manobra do
infame promotor de lutas Don King.
Importante é que o britânico não perdeu o cinturão dentro
do ringue. Convém também lembrar que Lewis tem a tradição
a seu lado, pois é o campeão linear (bateu Shannon Briggs,
que venceu George Foreman, que derrotou Michael Moorer, que
havia toma do o cinturão de Holyfield).
Ou seja, pode-se traçar uma ‘‘árvore genealógica’’ até o pri
meiro campeão mundial dos pesos-pesados, o americano John
L. Sullivan, provando que o britânico é o seu ‘‘descendente’’.
Qual será a tradição do cinturão que o vencedor do combate
entre Holyfield e John Ruiz, pelo título vago, em junho, levará
para casa? Sua ‘‘árvore genealógica’’ começará e terminará
naquela mesma luta, não terá história.
O inglês agora corre o risco de perder outro cinturão, o da
Federação Internacional, que estipulou que Lewis deve enfrentar
o primeiro do ranking David Tua, chamado de ‘‘o novo Tyson’’,
até novembro. Representantes dos pugilistas já conversam.
A possibilidade não é grande, mas é possível que Lewis em
breve fique só com o cinturão do Conselho Mundial de Boxe
e faça juz a outro apelido: ‘‘a vítima’’.
NOTAS
Inglês
1
Por causa de um problema no punho, o meio-médio-ligeiro Kelson
Carlos Santos, com vaga garantida em Sydney, será o desfalque
no grupo de pugilistas olímpicos que disputam desafio contra
a França, na terça-feira, no Baby Barioni, em São Paulo, com
entrada franca. O substituto do baiano será Juliano Ramos.
Também estarão enfrentando rivais franceses Valdemir Pereira,
Emerson Marques, José Archak e Laudelino Barros, que, a exemplo
de Santos, também já assegurou vaga em Sydney.
Brasil
No próximo dia 12, o baiano Reginaldo ‘‘Hollyfield’’ Andrade
concede revanche a Jim Kelly, em Lauro de Freitas, na Grande
Salvador, na Bahia, em programação que sofreu adiamento por
causa das chuvas. Em outra apresentação, o irmão de Popó,
Luís Claudio, enfrenta Antônio Soares, entre pesos-penas.
E-mail: eohata@folhasp.com.br
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