Diego
Medina
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‘‘El gran campeón mexicano’’, Júlio César Chávez, 38, anuncia
oficialmente na próxima semana sua aposentadoria, embora após
sua derrota para o russo Kostya Tszyu, já tenha feito declarações
nesse sentido.
Foi um privilégio acompanhar a carreira de Chávez, que, além
de ser o melhor pugilista mexicano da história (o que não
é pouco), superando os compatriotas Ruben Olivares, Carlos
Zarate, Ricardo Lopez e Salvador Sanchez, é, com certeza,
também um futuro membro do Hall da Fama.
Olivares foi um excelente lutador, mas possuía um defeito
terrível: amava a vida noturna, passando tanto tempo na academia
quanto em bares e boates.
Isso afetou suas performances nos ringues, principalmente
na segunda metade de sua carreira, quando foi batido em combates
por títulos por Eusebio Pedroza, Al Kotey, Alexis Arguello
e Rafael Herrera. Aposentou-se com um cartel de 88 vitórias,
78 nocautes, 13 derrotas e 3 empates.
Zarate, que unificou o título contra Alfonso Zamora, perdeu
alguns de seus combates mais importantes por cinturões, para
Wil fredo Gomez, Lupe Pintor, Jeff Fenech e Daniel Zaragoza.
Encerrou a carreira com 61 vitórias, 58 nocautes, e 4 derrotas.
Salvador Sanchez poderia ter sido um dos maiores de todos
os tempos (bateu, entre outros, Danny Lopez, Juan LaPorte,
Wilfredo Gomez e Azumah Nelson), se não fosse uma morte prematura.
Sua única derrota, contra 44 vitórias, 32 por nocaute e 1
empate, foi em sua 19ª luta, por pontos.
O pequenino palha/mosca-ligeiro Ricardo Lopez talvez seja
um dos melhores da atualidade. Seu problema é que ninguém
sabe quem ele é, pois sempre foi relegado a um segundo (ou
terceiro) plano nas preliminares de seu promotor, Don King.
Seu impacto histórico, portanto, é quase nulo.
Chávez é o único mexicano a ganhar títulos em três categorias
distintas de peso (superpena, leve e meio-médio-ligeiro).
Aqueles que afirmam que Chávez pode ter sido o melhor pugilista
das últimas décadas têm argumentos de sobra.
Ele foi responsável pelo recorde de público para uma luta
de boxe: 132.274 ‘‘amigos’’ de Chávez prestigiaram a luta
com o norte-americano Greg Haugen, no estádio Azteca, em 1993.
Durante a sua carreira, Chávez mostrou ter o antídoto para
neutralizar todos os estilos: bateu canhotos (Ángel Hernandez
e Hector ‘‘Macho’’ Camacho), pugilistas técnicos (Rocky Lockridge
e Meldrick Taylor), pegadores (Roger Mayweather e Jose Luiz
Ramirez) e também brigadores (Edwin Rosario e Ramirez).
Apresentando excepcional trabalho de corpo e habilidade para
encurralar os adversários, Chávez anotou um cartel de 103
vitórias (85 nocautes) e 5 derrotas.
Somente depois de seu polêmico empate com o norte-americano
Pernell Whitaker, em 1993, o seu declínio teve início, como
evidenciado pela subsequente derrota para Frankie Randall.
Infelizmente, problemas financeiros forçaram Chávez a prosseguir
lutando, mesmo após as duas derrotas para Oscar de la Hoya.
A derrota por nocaute para Tsyzu foi um ponto final desnecessário
para sua carreira. Pena.
NOTAS
Brasil 1
A próxima luta de Acelino Freitas, o Popó, marcada para 23
de setembro, acontecerá no Casino Rama, em Toronto, no Canadá,
segundo os promotores do baiano, Frank Warren e Arthur Pelullo.
Ricardo Maldonado, agente internacional de Popó, confirmou
que o próximo rival do baiano deve ser um ex-campeão, como
esta coluna informou na semana passada.
Brasil 2
O superpena Raimundo de Almeida, o Cupim, que recentemente
bateu o campeão brasileiro da categoria, Jaílson dos Santos,
em luta não-válida pelo título, será o próximo brasileiro
a assinar com Don King. Ele segue os passos dos brasileiros
Edson do Nascimento, o Xuxa, e Rogério Lobo, com quem divide
o mesmo empresário, o brasileiro Mauro Katzenelson.
E-mail: eohata@folhasp.com.br
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