Diego
Medina
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Incrivelmente, uma das lutas esperadas com mais expectativa
pelos fãs de vale-tudo, envolvendo o brasileiro Vitor
Belfort, não esteve disponível em nenhum canal
de TV a cabo ou em pay-per-view _e até o resultado
de tal apresentação vinha sendo mantido em segredo...
até agora.
Lembram-se
como Belfort
vinha afirmando nos últimos anos que seu grande desejo
era defender o Brasil em Sydney e o espaço que tal
fato conquistou na mídia?
Pois é, por mais incrível que possa parecer,
o desfecho, a tentativa frustrada da estrela do vale- tudo
de obter vaga na equipe olímpica brasileira de boxe,
só foi testemunhado por alguns amadores e técnicos
durante uma seletiva secreta disputada
em Cuba, há pouco mais de dois meses.
O acordo era claro. Se conseguisse bater Marcelino Novaes,
pesado titular (limite de 91 kg) do time brasileiro, Belfort
ganharia o direito de disputar o segundo Pré, no México,
no lugar de Novaes. Independentemente do resultado, Novaes
disputaria o primeiro Pré, em Tampa, nos EUA.
Inicialmente, a seletiva foi marcada para dezembro, adiada
para janeiro, e acabou acontecendo em março, quando
os brasileiros faziam um estágio em Cuba. Novaes teria
sido avisado com só três dias de antecedência
que estaria enfrentando Belfort (como a confederação
permitiu que alguém caísse de pára-quedas
para desafiar o titular é um mistério).
Segundo atletas que acompanharam o encontro, disputado em
quatro assaltos de dois minutos cada (nos moldes olímpicos)
e monitorado por integrantes da Confederação
Brasileira de Boxe, Novaes venceu por 6 a 2.
Belfort teria sofrido duas quedas, após trocas de golpes.
Posteriormente culpou problemas no joelho
pela performance. De qualquer modo, como demorou cerca de
um minuto para se levantar após cada queda, teria sido
considerado perdedor por nocaute técnico se fosse pra
valer.
Depois, Belfort pediu nova chance. Tentaria, no México,
pouco antes do segundo Pré (em Tijuana), vencer Novaes.
Mas acabou não aparecendo.
O estranho é que o episódio passou despercebido
por toda a imprensa, inclusive por aqueles setores que faziam
um baita oba-oba quando o assunto era ter o lutador de vale-tudo
representando o Brasil em Sydney. Curioso... (e se o resultado
tivesse sido outro?)
Anteriormente, Belfort havia desperdiçado outra chance
de ser incluído na seleção olímpica,
em 1998. Durante o Festival Olímpico de Verão,
no Rio, que contava com somente quatro superpesados, Belfort
e Claudio Aires, o titular, derrotaram seus fracos oponentes
e se encontrariam na esperada final. Alegando problemas no
estômago, Belfort desistiu.
Se os rumores eram verdadeiros, teria havido até o
interesse de uma rede de TV em assinar com Belfort (que não
foi localizado por esta coluna para comentários, pois
estaria no Japão lutando), caso tivesse obtido sucesso
como boxeador. Mas não foi o caso.
Enquanto isso, Novaes, que não se classificou para
os Jogos de Sydney (foi vice nos Prés), ainda corre
atrás de patrocínios para passar a profissional,
mesmo tendo batido o ídolo do vale-tudo.
Novamente, curioso...
NOTAS
Internacional
Nesta semana, o russo Anatoly Alexandrov acusou os efeitos
da surra que tomou de Acelino Freitas, o Popó, em agosto
do ano passado. Nor
malmente bastante resistente, Alexandrov sofreu duas quedas
em seu retorno aos ringues, mas de alguma maneira ainda conseguiu
registrar uma vitória em oito assaltos contra o desconhecido
mexicano Pedro Garcia.
Nacional
Na última terça-feira, o cruzador Rogério
Lobo, que, assim como Edson do Nascimento, o Xuxa, assinou
contrato com o promotor de lutas Don King, derrotou Eduardo
França, por nocaute no segundo assalto. Lobo, a exemplo
de Xuxa, deve lutar na preliminar da próxima defesa
de título de Félix Trinidad, em julho. Antes,
deve disputar mais um combate, novamente no Brasil.
E-mail: eohata@folhasp.com.br
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