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Sexta-feira, 2 de junho de 2000

O vexame de
Vitor Belfort

Eduardo Ohata
     
Diego Medina


Incrivelmente, uma das lutas esperadas com mais expectativa pelos fãs de vale-tudo, envolvendo o brasileiro Vitor Belfort, não esteve disponível em nenhum canal de TV a cabo ou em pay-per-view _e até o resultado de tal apresentação vinha sendo mantido em segredo... até agora.

Lembram-se como Belfort
vinha afirmando nos últimos anos que seu grande desejo era defender o Brasil em Sydney e o espaço que tal fato conquistou na mídia?

Pois é, por mais incrível que possa parecer, o desfecho, a tentativa frustrada da estrela do vale- tudo de obter vaga na equipe olímpica brasileira de boxe, só foi testemunhado por alguns amadores e técnicos durante uma seletiva ‘‘secreta’’ disputada em Cuba, há pouco mais de dois meses.

O acordo era claro. Se conseguisse bater Marcelino Novaes, pesado titular (limite de 91 kg) do time brasileiro, Belfort ganharia o direito de disputar o segundo Pré, no México, no lugar de Novaes. Independentemente do resultado, Novaes disputaria o primeiro Pré, em Tampa, nos EUA.

Inicialmente, a seletiva foi marcada para dezembro, adiada para janeiro, e acabou acontecendo em março, quando os brasileiros faziam um estágio em Cuba. Novaes teria sido avisado com só três dias de antecedência que estaria enfrentando Belfort (como a confederação permitiu que alguém caísse de pára-quedas para desafiar o titular é um mistério).

Segundo atletas que acompanharam o encontro, disputado em quatro assaltos de dois minutos cada (nos moldes olímpicos) e monitorado por integrantes da Confederação Brasileira de Boxe, Novaes venceu por 6 a 2.

Belfort teria sofrido duas quedas, após trocas de golpes. Posteriormente culpou ‘‘problemas no joelho’’ pela performance. De qualquer modo, como demorou cerca de um minuto para se levantar após cada queda, teria sido considerado perdedor por nocaute técnico se fosse ‘‘pra valer’’.

Depois, Belfort pediu nova chance. Tentaria, no México, pouco antes do segundo Pré (em Tijuana), vencer Novaes. Mas acabou não aparecendo.

O estranho é que o episódio passou despercebido por toda a imprensa, inclusive por aqueles setores que faziam um baita oba-oba quando o assunto era ter o lutador de vale-tudo representando o Brasil em Sydney. Curioso... (e se o resultado tivesse sido outro?)

Anteriormente, Belfort havia desperdiçado outra chance de ser incluído na seleção olímpica, em 1998. Durante o Festival Olímpico de Verão, no Rio, que contava com somente quatro superpesados, Belfort e Claudio Aires, o titular, derrotaram seus fracos oponentes e se encontrariam na esperada final. Alegando problemas no estômago, Belfort desistiu.

Se os rumores eram verdadeiros, teria havido até o interesse de uma rede de TV em assinar com Belfort (que não foi localizado por esta coluna para comentários, pois estaria no Japão lutando), caso tivesse obtido sucesso como boxeador. Mas não foi o caso.

Enquanto isso, Novaes, que não se classificou para os Jogos de Sydney (foi vice nos Prés), ainda corre atrás de patrocínios para passar a profissional, mesmo tendo batido o ídolo do vale-tudo.
Novamente, curioso...



NOTAS

Internacional
Nesta semana, o russo Anatoly Alexandrov acusou os efeitos da surra que tomou de Acelino Freitas, o Popó, em agosto do ano passado. Nor­
malmente bastante resistente, Alexandrov sofreu duas quedas em seu retorno aos ringues, mas de alguma maneira ainda conseguiu registrar uma vitória em oito assaltos contra o desconhecido mexicano Pedro Garcia.

Nacional
Na última terça-feira, o cruzador Rogério Lobo, que, assim como Edson do Nascimento, o Xuxa, assinou contrato com o promotor de lutas Don King, derrotou Eduardo França, por nocaute no segundo assalto. Lobo, a exemplo de Xuxa, deve lutar na preliminar da próxima defesa de título de Félix Trinidad, em julho. Antes, deve disputar mais um combate, novamente no Brasil.




E-mail: eohata@folhasp.com.br


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26/05/2000 Xuxa, o título e a forja
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O melhor do mundo 2

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21/04/2000 Contrato cancela luta de Xuxa
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