Diego
Medina
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Demorou,
foi um atraso absurdo, mas aconteceu. Finalmente chegou ao
Brasil a polêmica maquininha de contar golpes adotada nos
últimos Jogos Olímpicos. Já não era sem tempo, pois desde
Barcelona-92, há oito anos, o aparelho vem sendo usado em
Olimpíadas, e os brasileiros só tinham contato com ele ao
disputar campeonatos no exterior.
Alguém tem dúvida de que o fato de não estar acostumados a
esse novo sistema de pontuação acabou prejudicando a performance
dos brasileiros em Sydney (embora isso não possa ser usado
como justificativa para a decepcionante performance brasileira)?
Por isso, não adianta espernear, querer tapar o sol com a
peneira, argumentar que o sistema de pontuação das maquininhas
é uma droga, que não funciona (assim como não adiantou espernear
quando as máquinas de escrever foram substituídas pelos teclados
dos computadores).
Quem não quiser se adaptar aos novos tempos pode se preparar
para colher maus resultados nas próximas competições internacionais
de boxe amador. Para se ter uma idéia da importância das maquininhas,
a Argentina conta atualmente com quatro delas, para ser usadas
em várias regiões do país. Desde o Pan-Americano de Mar del
Plata, em 1995, nossa vizinha já conta com o polêmico sistema.
O aparelho que foi trazido ao Brasil pelo presidente da CBB
(Confederação Brasileiro de Boxe), Luiz Claudio Boselli, não
é novo, já tem oito anos de uso.
Mas tudo bem, o dirigente mostrou preocupação com relação
a esse importante aspecto do amadorismo, diferentemente do
que vinha ocorrendo com os presidentes fantoches que o precederam
à frente da entidade e que só sabiam servir aos interesses
de terceiros (que agora tentam voltar ao comando da confederação).
A CBB pretende colocar o sistema em funcionamento até o final
do ano, provavelmente em novembro, quando for disputado o
Campeonato Brasileiro. Antes, a entidade pretende promover
um curso para árbitros e técnicos.
Claro, só a aquisição das maquininhas não é o suficiente para
impulsionar a evolução do boxe brasileiro. É preciso que o
esporte conte com incentivo do governo, que o patrocínio não
surja somente às vésperas dos Jogos (será que a Zipnet renovará
o contrato após abril?) e que a renovação de valores da seleção
permanente de boxe amador prossiga.
*
É
interessante notar que o boxe, criticado duramente por sua
''violência'', não levou nenhum atleta ao hospital nos Jogos
de Sydney após 326 combates dispu tados. Modalidades tidas
como mais seguras, como o hipismo, o levantamento de peso
e o judô, por exemplo, registraram até fraturas. Não, não
é uma crítica. É só uma lembrança de que os esportes implicam
riscos, em maior ou menor grau. É o que diferencia os esportes
dos passatempos.
NOTA
Popó 1
Acelino Freitas, campeão dos superpenas pela Organização Mundial
de Boxe, perdeu nesta semana um rival em potencial. É que
o campeão pela Federação Internacional de Boxe, Diego Corrales,
abdicou de seu cinturão por não conseguir ‘‘dar o peso’’.
Popó 2
Assim, o brasileiro se torna um dos rivais mais atraentes
para Floyd Mayweather, campeão pelo Conselho Mundial de Boxe.
Ao contrário do que foi noticiado, o brasileiro não assinou
contrato de longa duração com a Showtime (fato confirmado
por uma fonte ligada à rede de TV) e poderia lutar com o norte-americano,
que tem os combates exibidos pela HBO.
Popó 3
Uma fonte ligada a Popó afirmou que o pugilista planeja se
casar até o final do ano.
E-mail: eohata@folhasp.com.br
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