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Sexta-feira, 6 de outubro de 2000

Até que enfim!

Eduardo Ohata
     

Diego Medina

Demorou, foi um atraso absurdo, mas aconteceu. Finalmente chegou ao Brasil a polêmica maquininha de contar golpes adotada nos últimos Jogos Olímpicos. Já não era sem tempo, pois desde Barcelona-92, há oito anos, o aparelho vem sendo usado em Olimpíadas, e os brasileiros só tinham contato com ele ao disputar campeonatos no exterior.

Alguém tem dúvida de que o fato de não estar acostumados a esse novo sistema de pontuação acabou prejudicando a performance dos brasileiros em Sydney (embora isso não possa ser usado como justificativa para a decepcionante performance brasileira)?

Por isso, não adianta espernear, querer tapar o sol com a peneira, argumentar que o sistema de pontuação das maquininhas é uma droga, que não funciona (assim como não adiantou espernear quando as máquinas de escrever foram substituídas pelos teclados dos computadores).

Quem não quiser se adaptar aos novos tempos pode se preparar para colher maus resultados nas próximas competições internacionais de boxe amador. Para se ter uma idéia da importância das maquininhas, a Argentina conta atualmente com quatro delas, para ser usadas em várias regiões do país. Desde o Pan-Americano de Mar del Plata, em 1995, nossa vizinha já conta com o polêmico sistema.

O aparelho que foi trazido ao Brasil pelo presidente da CBB (Confederação Brasileiro de Boxe), Luiz Claudio Boselli, não é novo, já tem oito anos de uso.

Mas tudo bem, o dirigente mostrou preocupação com relação a esse importante aspecto do amadorismo, diferentemente do que vinha ocorrendo com os presidentes fantoches que o precederam à frente da entidade e que só sabiam servir aos interesses de terceiros (que agora tentam voltar ao comando da confederação).

A CBB pretende colocar o sistema em funcionamento até o final do ano, provavelmente em novembro, quando for disputado o Campeonato Brasileiro. Antes, a entidade pretende promover um curso para árbitros e técnicos.

Claro, só a aquisição das maquininhas não é o suficiente para impulsionar a evolução do boxe brasileiro. É preciso que o esporte conte com incentivo do governo, que o patrocínio não surja somente às vésperas dos Jogos (será que a Zipnet renovará o contrato após abril?) e que a renovação de valores da seleção permanente de boxe amador prossiga.

*
É interessante notar que o boxe, criticado duramente por sua ''violência'', não levou nenhum atleta ao hospital nos Jogos de Sydney após 326 combates dispu tados. Modalidades tidas como mais seguras, como o hipismo, o levantamento de peso e o judô, por exemplo, registraram até fraturas. Não, não é uma crítica. É só uma lembrança de que os esportes implicam riscos, em maior ou menor grau. É o que diferencia os esportes dos passatempos.


NOTA

Popó 1
Acelino Freitas, campeão dos superpenas pela Organização Mundial de Boxe, perdeu nesta semana um rival em potencial. É que o campeão pela Federação Internacional de Boxe, Diego Corrales, abdicou de seu cinturão por não conseguir ‘‘dar o peso’’.

Popó 2
Assim, o brasileiro se torna um dos rivais mais atraentes para Floyd Mayweather, campeão pelo Conselho Mundial de Boxe. Ao contrário do que foi noticiado, o brasileiro não assinou contrato de longa duração com a Showtime (fato confirmado por uma fonte ligada à rede de TV) e poderia lutar com o norte-americano, que tem os combates exibidos pela HBO.

Popó 3
Uma fonte ligada a Popó afirmou que o pugilista planeja se casar até o final do ano.



E-mail: eohata@folhasp.com.br


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