O personagem


AFP
Félix Trinidad


A pergunta de hoje

O colunista responde

Aconteceu na semana
Esporte em números
Veja na TV


PENSATA

Sexta-feira, 22 de setembro de 2000

Videogame de adultos

Eduardo Ohata
     


As lutas disputadas até agora no torneio olímpico provam que o modo como os combates são julgados atualmente não é, definitivamente, o mais eficiente.

Quando o uso das famigeradas maquinhinas, o videogame de adultos, foi adotado, a intenção provavelmente era a melhor.

Assim, devem ter raciocinado, o resultado das apresentações não dependeria mais do julgamento subjetivo dos jurados, passando a ser mais objetivo.

Mas não é isso o que ocorre. Como três, dos cinco jurados, têm de apertar seu joysticks ao mesmo tempo quando um golpe acerta um dos lutadores, os tais jurados têm de contar com excelente reflexo, o que nem sempre é o caso.

Quem teve a oportunidade de varar a madrugada e acompanhar o combate do meio-pesado Laudelino Barros, o Lino, sabe disso. Não vou argumentar que o brasileiro foi ''garfado''.

O australiano, Daniel Green, mereceu vencer. Mas não por aquela margem absurda (17 a 2), que forçou o árbitro a interromper a luta. Foi irritante acompanhar o primeiro assalto e ver diversos golpes claríssicos de Lino não serem computados.

Não é meu espírito patriota falando mais alto. Quem acompanha minha coluna sabe que não assumo uma postura paternalista com relação aos lutadores nacionais (ao contrário, às vezes sou criticado por ser rigoroso).

Até quem não acompanha regularmente o boxe ficou indignado com o julgamento, como meu colega de plantões olímpicos Ubirajara Olivério, o Bira, que geralmente é uma pessoa muito calma. Quando amigos fizeram piadas sobre o estado do boxe brasileiro, ele disse, ''vocês estão me ofendendo. O cara (brasileiro) não foi tão mal como os números apontavam. É isso aí, foi um roubo!!!''

Só o julgamento, muitas vezes subjetivo, dos jurados provou ser ter falhas no passado. Mas as maquininhas tampouco são a resposta para um julgamento justo.


NOTAS

Popó 1
O brasileiro campeão dos superpena pela Organização Mundial de Boxe voltou a admitir esta semana a possibilidade de abandonar a categoria dos superpenas. Em teleconferência para a mídia dos EUA, ele disse novamente ter problemas com o peso. ‘‘Se houver um oponente atraente na divisão dos leves (categoria imediatamente superior à dos superpenas), vou subir de peso.’’ O mexicano Ricardo Maldonado, agente internacional do baiano, curiosamente apresentado como ‘‘empresário do brasileiro’’, defendeu a hipótese de uma unificação com os outros campeões dos superpenas.

Popó 2
A TV Globo transmite o combate amanhã (23 de setembro). Mas qual será a audiência do combate, levando em conta que o público já experimenta uma overdose esportiva durante os Jogos?



E-mail: eohata@folhasp.com.br


Leia mais:

Leia as colunas anteriores:

15/09/2000 O Einstein do boxe
08/09/2000 Cabelos grisalhos
1º/09/2000 Sem-cabo-2
25/08/2000 Xadrez e damas
18/08/2000 Toque final
11/08/2000 Título desvalorizado
04/08/2000 Adeus a Chaves
28/07/2000 Menu de Popó
21/07/2000 Os rivais
14/07/2000 Inversão
07/07/2000 Sopa de letrinhas
30/06/2000 Tyson e o vento
23/06/2000 Arquivo X
16/06/2000 O dono da rua
09/06/2000
02/06/2000
Licença para engordar
O vexame de Vitor Belfort
26/05/2000 Xuxa, o título e a forja
19/05/2000

O melhor do mundo 2

12/05/2000 O melhor do mundo
05/05/2000 O médico e o monstro
28/04/2000 Quanto maior, melhor?
21/04/2000 Contrato cancela luta de Xuxa
14/04/2000 Hit Parade