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A NBA não
disfarça a vontade de que os playoffs comecem logo e levantem um torneio
desprezado pelo público. A coluna, tão ansiosa quanto, aponta hoje quem
deve desequilibrar nos mata-matas, a partir deste sábado.
1) Os "swingmen". Estão em alta nesta temporada esses jogadores sem posição
determinada, que sabem criar e concluir cestas. Repare que quase todos
os times "redondos", equilibrados em quadra (ataque e defesa), que conhecem
suas qualidades e suas limitações, contam com um multímodo: do Indiana,
Jalen Rose; do Philadelphia, Toni Kukoc; do Portland, Scottie Pippen.
Nos playoffs, quando os erros fazem bem mais estrago, eles valem ouro.
2) Pivôs em fim de carreira. Patrick Ewing, 37, estabilizou o jogo do
New York, que em 1999 dependeu demais dos contra-ataques _este é o primeiro
campeonato em três anos em que diz se sentir bem. David Robinson, 34,
inverteu os papéis com Tim Duncan e voltou ao estrelato _livre de contusões,
o veterano carregou o San Antonio neste ano, ao passo que o jovem âncora
do título de 1999 virou freguês do departamento médico. Em um equipe estrelada,
Arvydas Sabonis, 35, foi o diferencial _o Portland, que liderava a NBA,
caiu na tabela depois de uma breve contusão do lituano.
3) Os ex-teens. Eles chegaram à NBA antes de completar 20 anos. Melhores
do ano em suas posições, Kevin Garnett (Minnesota) e Kobe Bryant (Los
Angeles Lakers) enterram no lixo a tese, hipócrita, de que os atletas
precisam aprender a pureza e os rudimentos do esporte no circuito universitário
antes de se profissionalizar.
4) Malabaristas. Ao menos no primeiro "round" dos playoffs, as jogadas
de efeito estão garantidas com Jason Williams (Sacramento), um dos mais
criativos passadores que o basquete já viu, e Vince Carter (Toronto),
autor das mais espetaculares enterradas que os anos 90 testemunharam (acima
do aro, o melhor de Michael Jordan e Dominique Wilkins ocorreu nos anos
80...).
5) Os "sedados". Atletas com "folha corrida" de indisciplinas, eles encontraram
a paz ao trocar de time e tornaram-se referência para os novos companheiros,
casos de Alonzo Mourning (Miami), Chris Webber (Sacramento) e Latrell
Sprewell (New York).
6) Phil Jackson. O técnico zen-budista prova em um ano nos Lakers que
não foi só Jordan quem levou o Chicago Bulls a seis títulos na década.
O time do LA Lakers mudou completamente seu modo de jogar. Antes superofensivo,
hoje tem a melhor defesa (41,3% de pontaria para os oponentes).
7) Shaquille O’Neal. O pivô só não virou o super-herói da NBA porque há
uma rejeição dos torcedores à sua brutalidade. É o cestinha e principal
reboteiro da liga. Nos Lakers, é também o líder em tocos e, pasmem, o
segundo em assistências. Com oito anos de experiência, O‘Neal, 28, transformou-se
em um jogador completo _e continua um brutamontes (2,16 m e 143 kg). Sai
de baixo.
NOTAS
Seleção 1
Minha seleção de 2000 traz Gary Payton (Seattle), Kobe Bryant (Lakers),
Grant Hill (Detroit), Kevin Garnett (Minnesota) e Shaquille O’Neal (LA
Lakers).
Seleção 2
Os reservas formariam com Jason Kidd (Phoenix), Allen Iverson (Philadelphia),
Karl Malone (Utah), Tim Duncan (San Antonio) e Alonzo Mourning (Miami).
Seleção 3
Meu voto vai para John Stockton (Utah), Jalen Rose (Indiana), Vince Carter
(Toronto), Chris Webber (Sacramento) e Rasheed Wallace (Portland).
Seleção 4
Sete "eleitos" vão a Sydney: Payton, Kidd, Carter, Hill, Garnett, Duncan
e Mourning. Os demais olímpicos não foram bem em 2000: Tim Hardaway (Miami),
Steve Smith (Portland), Ray Allen (Milwaukee), Allan Houston (New York)
e Vin Baker (Seattle).
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