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Terça-feira, 9 de maio de 2000

A lista dos Romários

Melchiades Filho
     
Diego Medina

Já dizia Michael Jordan, os playoffs distinguem os homens dos meninos.

Passadas três semanas de duelos, a NBA conheceu os seus Romários de 2000, aqueles que aliam apetite e competência, que nunca odem ser subestimados, que não negam fogo na hora do aperto. Conheça-os:

Reggie Miller: O matador por excelência. Há cinco anos, o armador deixa a liga boquiaberta com atuações espetaculares, sempre em partidas em que a derrota eliminaria sua equipe _25 pontos em um quarto (1994), 8 pontos em 8,9 segundos (1995), 38 pontos diante de Jordan (1998) etc.

Na semana passada, no tira-teima decisivo contra o Milwaukee, Miller, 34, anotou 40 pontos (18 no último quarto), bateu um recorde histórico do Indiana (sete cestas de três pontos) e calou os urubus que criticaram sua tímida performance na fase de classificação. Sua produção ofensiva subiu 48% nos playoffs (26,8 pontos).

Scottie Pippen: Os pessimistas avaliavam que o Portland tropeçaria nos playoffs por causa de sua principal qualidade, o elenco estelar _com tantos craques, a equipe sentiria falta de uma referência no ataque. Seis vezes campeão pelo Chicago e sempre um dínamo na marcação, o ala tirou a limpo essa história tão logo começaram os mata-matas.

Pippen, 34, dominou a série contra o Minnesota e desequilibrou na primeira partida contra o Utah. Sua pontuação pulou 52%, para 19,0 nessa fase.

Allen Iverson: Considerando a lista de contusões (ombro deslocado, cotovelo inflamado, dedão do pé quebrado e tornozelo luxado), previa-se que o diminuto armador desaparecesse nos playoffs.

Iverson, 24, no entanto, manteve suas médias da primeira fase do campeonato _foi o vice-cestinha. E, com 40 pontos, construiu a vitória do Philadelphia na abertura do mata-mata contra o Charlotte, no ginásio adversário, que acabaria definindo a série.

Karl Malone: O ala-pivô do Utah, 36 anos, terceiro maior pontuador da história da NBA, não baixa a cabeça. Estatisticamente, estes playoffs são seus melhores desde 1995. Sua produção cresceu 40% em relação ao ano passado, para se ter uma idéia.

Shaquille O’Neal: O grande nome do Los Angeles Lakers e da temporada derrubou a fama de afinar nos mata-matas. O’Neal, 27, manteve o ritmo no ataque (de 29,7 para 30,7 pontos por jogo) e acelerou-o na briga sob a tabela (de 13,6 para 16,8 rebotes).

Kobe Bryant: A surpresa da lista, aos 21 anos. Sob a batuta de Phil Jackson, amadureceu seu jogo. Confira o currículo do armador em playoffs passados: 11,7 pontos, 2,3 assistências, 3,1 rebotes e 41,4% de aproveitamento nos arremessos. Compare agora com os impressionantes números deste ano: 27,3 pontos, 3,2 assistências, 6,3 rebotes e 49,2%.

*

Outros Romários ficaram pelo caminho. São os casos de Gary Payton, 31, do Seattle, o armador mais completo e inteligente desde que Jordan se aposentou, e de Chris Webber, 27, do Sacramento, e Kevin Garnett, 24, do Minnesota, alas-pivôs que seguraram o rojão, respectivamente, contra os Lakers e o Portland.



NOTAS

Os (meus) melhores

Jogador: Shaquille O’Neal, líder em pontos e pontaria e vice-líder em rebotes e tocos na liga. Pela primeira vez, mostrou que domina o jogo também no garrafão defensivo.

Técnico: Phil Jackson, que ensinou os Lakers a marcar, O’Neal a pegar rebotes e Kobe Bryant a passar a bola. E que deu à NBA um time para se torcer -a favor ou contra.

Reserva: Rodney Rogers, ala que carregou o Phoenix após as contusões dos "olímpicos" Jason Kidd e Tom Gugliotta.

Calouro: Steve Francis, tão bom que convenceu o Houston a sugerir a aposentadoria de Hakeem Olajuwon.

Defensor: O’Neal, porque, graças a ele, os Lakers tiveram a melhor defesa do ano (a pontaria dos oponentes do LA foi só de 41,2%, recorde).

Quem mais evoluiu: Jalen Rose, que deixou a reserva e tomou o controle do Indiana, time mais eficiente do Leste.





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