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Diego
Medina
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Já
dizia Michael Jordan, os playoffs distinguem os homens dos meninos.
Passadas três semanas de duelos, a NBA conheceu os seus Romários
de 2000, aqueles que aliam apetite e competência, que nunca odem
ser subestimados, que não negam fogo na hora do aperto. Conheça-os:
Reggie Miller: O matador por excelência. Há cinco anos,
o armador deixa a liga boquiaberta com atuações espetaculares, sempre
em partidas em que a derrota eliminaria sua equipe _25 pontos em
um quarto (1994), 8 pontos em 8,9 segundos (1995), 38 pontos diante
de Jordan (1998) etc.
Na semana passada, no tira-teima decisivo contra o Milwaukee, Miller,
34, anotou 40 pontos (18 no último quarto), bateu um recorde histórico
do Indiana (sete cestas de três pontos) e calou os urubus que criticaram
sua tímida performance na fase de classificação. Sua produção ofensiva
subiu 48% nos playoffs (26,8 pontos).
Scottie Pippen: Os pessimistas avaliavam que o Portland tropeçaria
nos playoffs por causa de sua principal qualidade, o elenco estelar
_com tantos craques, a equipe sentiria falta de uma referência no
ataque. Seis vezes campeão pelo Chicago e sempre um dínamo na marcação,
o ala tirou a limpo essa história tão logo começaram os mata-matas.
Pippen, 34, dominou a série contra o Minnesota e desequilibrou na
primeira partida contra o Utah. Sua pontuação pulou 52%, para 19,0
nessa fase.
Allen Iverson: Considerando a lista de contusões (ombro
deslocado, cotovelo inflamado, dedão do pé quebrado e tornozelo
luxado), previa-se que o diminuto armador desaparecesse nos playoffs.
Iverson, 24, no entanto, manteve suas médias da primeira fase do
campeonato _foi o vice-cestinha. E, com 40 pontos, construiu a vitória
do Philadelphia na abertura do mata-mata contra o Charlotte, no
ginásio adversário, que acabaria definindo a série.
Karl Malone: O ala-pivô do Utah, 36 anos, terceiro maior
pontuador da história da NBA, não baixa a cabeça. Estatisticamente,
estes playoffs são seus melhores desde 1995. Sua produção cresceu
40% em relação ao ano passado, para se ter uma idéia.
Shaquille O’Neal: O grande nome do Los Angeles Lakers e
da temporada derrubou a fama de afinar nos mata-matas. O’Neal, 27,
manteve o ritmo no ataque (de 29,7 para 30,7 pontos por jogo) e
acelerou-o na briga sob a tabela (de 13,6 para 16,8 rebotes).
Kobe Bryant: A surpresa da lista, aos 21 anos. Sob a batuta
de Phil Jackson, amadureceu seu jogo. Confira o currículo do armador
em playoffs passados: 11,7 pontos, 2,3 assistências, 3,1 rebotes
e 41,4% de aproveitamento nos arremessos. Compare agora com os impressionantes
números deste ano: 27,3 pontos, 3,2 assistências, 6,3 rebotes e
49,2%.
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Outros
Romários ficaram pelo caminho. São os casos de Gary Payton,
31, do Seattle, o armador mais completo e inteligente desde que
Jordan se aposentou, e de Chris Webber, 27, do Sacramento,
e Kevin Garnett, 24, do Minnesota, alas-pivôs que seguraram
o rojão, respectivamente, contra os Lakers e o Portland.
NOTAS
Os (meus) melhores
Jogador: Shaquille O’Neal, líder em pontos e pontaria e
vice-líder em rebotes e tocos na liga. Pela primeira vez, mostrou
que domina o jogo também no garrafão defensivo.
Técnico: Phil Jackson, que ensinou os Lakers a marcar, O’Neal
a pegar rebotes e Kobe Bryant a passar a bola. E que deu à NBA um
time para se torcer -a favor ou contra.
Reserva: Rodney Rogers, ala que carregou o Phoenix após
as contusões dos "olímpicos" Jason Kidd e Tom Gugliotta.
Calouro: Steve Francis, tão bom que convenceu o Houston
a sugerir a aposentadoria de Hakeem Olajuwon.
Defensor: O’Neal, porque, graças a ele, os Lakers tiveram
a melhor defesa do ano (a pontaria dos oponentes do LA foi só de
41,2%, recorde).
Quem mais evoluiu: Jalen Rose, que deixou a reserva e tomou
o controle do Indiana, time mais eficiente do Leste.
E-mail:
melk@uol.com.br
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18/04/2000
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02/05/2000
- A Vasco x Vasco + Vasco = ?
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