Publifolha
21/06/2007 - 19h00

Livro explica a história do Brasil durante as décadas de 40 e 50; leia capítulo

da Folha Online

Leia a seguir o capítulo e introdução do último livro de uma série de cinco (cada um abrangendo duas décadas) sobre a "A História do Brasil no Século 20: 1940-1960", assinado por Oscar Pilagallo.

Divulgação
"A História do Brasil no Século 20: 1940-1960", da Publifolha
"A História do Brasil no Século 20: 1940-1960", da Publifolha

Partindo da participação do Brasil na 2ª Guerra Mundial, o autor inicia o terceiro volume da série sobre a história do Brasil no século 20.

A publicação, cobre as décadas de 40 e 50, período que abrange a crise do Estado Novo e a redemocratização, o retorno de Vargas pelo voto popular e seu suicídio. O livro se encerra com os otimistas anos JK e a construção de Brasília.

Oscar Pilagallo é jornalista, editor da série "Cadernos EntreLivros", colaborador da Folha e "Valor Econômico", e autor de "A história do Brasil no Século 20", "O Brasil em Sobressalto" e "A Aventura do Dinheiro."

Como o nome indica, a série "Folha Explica" ambiciona explicar os assuntos tratados e fazê-lo em um contexto brasileiro: cada livro oferece ao leitor condições não só para que fique bem informado, mas para que possa refletir sobre o tema, de uma perspectiva atual e consciente das circunstâncias do país.

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Confira a introdução do "Folha Explica" A História do Brasil no Século 20: 1940-1960:

O centenário de nascimento de Juscelino Kubitschek, a menos de um mês do primeiro turno das eleições de 2002, demonstrou o que já se sabia: mais de 40 anos depois de ter deixado o poder, o político mineiro se mantém um dos presidentes de maior prestígio da história do Brasil.

Na campanha, Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, e José Serra, do PSDB, os dois principais candidatos à Presidência da República, disputaram a primazia da associação com JK. O esforço ficou evidente no simbolismo das comemorações da efeméride: o petista esteve em Diamantina, a cidade em que Juscelino nasceu; o tucano visitou o Memorial JK, em Brasília, a cidade que Juscelino criou.

Ambos os discursos, marcados pela ênfase no desenvolvimento, acenavam nostalgicamente com veladas promessas de uma volta aos anos dourados. No imaginário popular, tudo o que de bom aconteceu na segunda metade da década de 50 está ligado a JK --mesmo o que passou ao largo da Presidência da República, como a conquista da primeira Copa do Mundo ou a invenção da Bossa Nova.

Juscelino é uma das duas figuras centrais deste livro. O presidente que emerge no capítulo 5, no entanto, não é o mesmo evocado nas campanhas eleitorais. Um é o JK para uso político; o outro é o JK em sua dimensão histórica. Não que eles não tenham muito em comum: são estadistas que souberam captar e potencializar um raro momento de esperança nacional. Mas, enquanto o JK dos candidatos parece ter apenas virtudes, o dos historiadores revela vícios também. Afinal, para citar um único exemplo, não é possível falar da expansão econômica de seu governo sem mencionar a inflação (embora a subida dos preços naquela época não esteja na origem do processo hiper¬inflacionário dos anos 80-90).

A outra figura central deste volume é Getúlio Vargas (1882-1954). A ele são dedicados os primeiros quatro capítulos. Influência sem paralelo na política brasileira do século passado, Vargas projetou sua sombra sobre quase todos os presidentes no interregno democrático encerrado com o golpe militar de 1964: Eurico Gaspar Dutra era seu ministro da Guerra; João Café Filho, seu vice; Juscelino, seu herdeiro no PSD;
e João Goulart, seu afilhado no PTB. No plano econômico, a presença de Vargas foi ainda mais longe: prolongou-se até meados dos anos 90, quando a introdução de um modelo liberal se encarregou de começar a desmantelar o Estado paternalista por ele implantado.

Este livro trata de Vargas em quatro tempos. O capítulo 1 fecha o foco em sua política externa durante a Segunda Guerra Mundial, política marcada pela ambigüidade entre os países beligerantes e pela posterior adesão aos Aliados. O capítulo seguinte se concentra no custo político dessa opção: a perda do poder. No capítulo 3, Getúlio é obrigado a ceder espaço a personagens secundárias levadas ao palco principal da política pela democratização, mas só fica longe dos holofotes enquanto aguarda o momento de voltar à cena. É o que acontece no capítulo 4, em que se descrevem o fácil retorno, o difícil governo e o trágico desfecho de Getúlio.

Entre 1940 e 1960 --o período aqui abordado--, o Brasil adquiriu algumas das feições que guarda ainda hoje. Na economia, deixou para trás uma sociedade predominantemente rural e deu os primeiros passos rumo à industrialização. Na política, passou de um extremo ao outro: uma ditadura pessoal deu lugar à
democracia pluralista.

O auge de Getúlio e a despedida da vida pública de Juscelino são o começo e o fim desta história. As muitas reviravoltas entre um ponto e outro são o que se contará a seguir. Como diz Riobaldo, personagem de Guimarães Rosa que veio à luz em 1956, no mesmo ano da posse de JK: "O real não está na saída nem na chegada: ele se dispõe para a gente é no meio da travessia".

"Folha Explica A História do Brasil no Século 20: 1940-1960"
Autor: Oscar Pilagallo
Editora: Publifolha
Páginas: 96
Quanto: R$ 18,90
Onde comprar: Nas principais livrarias, pelo telefone 0800-140090 ou pelo site da Livraria da Folha

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