Veja como um erro de matemática dividiu título de 1973 entre Santos e Portuguesa

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Livro traz ídolos, decisões, gols e estatísticas de 95 anos de campeonato

É possível descobrir muito sobre o futebol paulista no livro "A História do Campeonato Paulista: 1902-1996", da Publifolha, escrito por Valmir Storti e André Fontenelle, com prefácio de Pelé. Em 208 páginas, os autores contam curiosidades sobre 95 anos de competição e detalhes das vitórias de times e atletas.

Leia abaixo a história do campeonato de 1973, quando um erro de matemática deu o título ao Santos e à Portuguesa.

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ERRO DE MATEMÁTICA DIVIDE O TÍTULO

O regulamento do campeonato foi ligeiramente alterado para 1973: como em 1936, os campeões de cada turno se enfrentariam na decisão, mas em apenas um jogo.

Disputando aquele que afirmava ser seu último Campeonato Paulista -já anunciara que abandonaria os campos-, Pelé estava disposto a conquistar um último título paulista e a ser artilheiro pela última vez. Na verdade, Pelé ainda disputaria parte do campeonato de 1974.

O Santos e o próprio Pelé estavam longe da grande forma da década anterior. O próprio futebol já não era o mesmo. O campeonato foi paupérrimo em gols. Mesmo assim, Pelé alcançou seus objetivos. Em uma final inesperada, porém.

O Santos conquistou o primeiro turno, mas relaxou e deixou a Portuguesa ganhar o segundo. Na nervosa decisão, no Morumbi, Pelé chutou uma bola na trave, e Cabinho, da Portuguesa, teria tido um gol anulado (há controvérsia a respeito. Entrevistado pela Folha, 20 anos depois, o próprio Cabinho afirmou não se recordar do lance).

A decisão, pela primeira vez na história do Campeonato Paulista, foi levada aos pênaltis. Nesse momento, a falta de experiência nesse tipo de decisão traiu o juiz Armando Marques.

O Santos estava com o título praticamente garantido: acertou dois pênaltis em três, enquanto a Portuguesa perdera suas três primeiras cobranças. Marques, no entanto, se confundiu e deu a partida por encerrada, quando a Portuguesa ainda tinha a chance, embora pequena, de empatar a série.

Os santistas começaram a festejar o título, enquanto a Portuguesa, dando-se conta do engano, deixou rapidamente o campo e o estádio do Morumbi. Quando o juiz se apercebeu e tentou chamar a Portuguesa de volta ao gramado, era tarde demais.

No dia seguinte, a Federação Paulista de Futebol não teve outra solução, a não ser declarar as duas equipes campeãs. O Santos teve que aceitar o fato, pois a Portuguesa ameaçava anular a final.

PERFIL

Agustín Mario CEJAS (Buenos Aires, Argentina 1945-) foi campeão sul-americano como goleiro do Racing, em 1967. Atuou em seguida por Santos (70 a 75), Huracán, Grêmio-RS, Racing e River Plate.

ENÉAS de Camargo (São Paulo SP 1954-1988) foi visto como um jogador que não conseguiu mostrar todo o seu potencial no futebol. Convocado para a seleção brasileira com apenas 17 anos, passou toda a fase inicial de sua carreira na modesta Portuguesa, o que impediu seu futebol de aparecer ainda mais. Vendido ao Bologna, da Itália, deu início a uma peregrinação por uma série de clubes: Palmeiras, Operário-PR, XV Piracicaba, Juventude, Desportiva, Central de Cotia. Morreu devido a um acidente de automóvel.

CURIOSIDADES

Terminaram empatados 36% dos jogos do campeonato, a proporção mais alta registrada.

O Torneio de Classificação disputado antes do Paulista classificou Ponte Preta, América, Juventus, Botafogo, São Bento e Ferroviária para o campeonato. A classificação desse torneio foi: Ponte Preta 30; América 28; Juventus 27; Botafogo 26; São Bento e Ferroviária 25; Comercial-RP 24; Marília 22; Portuguesa Santista 18; XV Piracicaba 16; Noroeste 14; Paulista 9 pontos ganhos.

"A História do Campeonato Paulista: 1902-1996"
Autores: Valmir Storti, André Fontenelle e prefácio de Pelé
Editora: Publifolha
Páginas: 208
Quanto: R$ 12,90
Onde comprar: Nas principais livrarias, pelo telefone 0800-140090 ou no site da Publifolha