Publifolha
30/04/2007 - 06h00

Morre publisher da Folha, Octavio Frias de Oliveira

da Folha de S.Paulo

O empresário Octavio Frias de Oliveira, publisher do Grupo Folha, morreu ontem à tarde aos 94 anos em São Paulo.

Protagonista da modernização da mídia brasileira na segunda metade do século, Frias pertenceu a uma geração de empreendedores pioneiros dos quais ele era um dos últimos remanescentes e o único a se manter em atividade profissional até o ano passado.

Em novembro, como decorrência de uma queda doméstica, o empresário foi submetido a cirurgia para remoção de hematoma craniano. Teve alta hospitalar na passagem do ano e desde então vinha se recuperando na casa de sua filha Maria Cristina.

Suas condições clínicas pioraram nas últimas semanas, levando à instalação de um quadro de insuficiência renal grave. Ele estava inconsciente havia dois dias. Seu coração deixou de bater às 15h25.

O velório será hoje, a partir das 9h, no cemitério Gethsêmani, à Praça da Ressurreição, 1, Jardim Colombo, São Paulo. O sepultamento será às 12h no mesmo local.

Empreendedor

Depois de atuar no serviço público e nos ramos financeiro e imobiliário, em 1962 Frias adquiriu a Folha em sociedade com Carlos Caldeira Filho.

Em algumas décadas saneou as contas da empresa e a reorganizou em termos industriais, levando a Folha a se tornar o maior e um dos mais influentes jornais do país.

Fez da Folha, também, a base do que é hoje um conglomerado que abrange o maior portal de internet do país, o UOL, o jornal "Agora", o Instituto Datafolha, a editora Publifolha, a gráfica Plural e o diário econômico "Valor", este em parceria com as Organizações Globo.

Fora da mídia, foi também o fundador e proprietário da Granja Itambi, em São José dos Campos, em terreno que comprou para construir sua casa de campo. A empresa chegou a ser uma das maiores do país, com 1.700 funcionários. Hoje, se dedica à pecuária.

Dinamismo

Em agosto do passado foi lançada sua biografia, "A Trajetória de Octavio Frias de Oliveira", de autoria de Engel Paschoal. O livro traz 332 páginas redigidas com base em depoimentos do próprio biografado e de pessoas que testemunharam sua carreira.

Personalidade inquieta e dinâmica, Frias continuava a receber visitantes, supervisionar as empresas e emendar pessoalmente os editoriais até ser hospitalizado em 2006.

Sua atuação na imprensa foi marcada pela independência em relação a governos e grupos econômicos, assim como pela pluralidade das visões que abrigou em seus veículos de informação. Inteligência objetiva, gosto pela inovação e informalidade no trato são aspectos pessoais destacados pelos que conviveram com ele.

Octavio Frias de Oliveira deixa a viúva, d. Dagmar Frias de Oliveira, e quatro filhos, Maria Helena, Otavio, Luís e Maria Cristina.